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domingo, 31 de julho de 2011

#307 Paralamas do Sucesso, "Os Grãos"


Era a virada para a década de 90, e o Paralamas estava em franca evidência nas paradas brasileiras. Vinham do grande sucesso de "Big Bang", puxada pela ótima música "Perplexo" (com tons caribenhos) e a excelente balada "Lanterna dos afogados". Por conta disso, começam a mirar alto: lançam o audacioso disco "Os Grãos" e fazem turnê pela América Latina. Na Argentina, fazem um tremendo sucesso. Aqui, apesar de lotarem os shows, vendem pouco.


Independente disso, eu esperava ansiosamente por esse disco. Ainda não tínhamos leitor de CD em casa, então assim que minha mesada permitiu comprei a bolachona preta. Botei pra tocar e... sei lá... O disco não é ruim, mas confesso que esperava bem mais. Na verdade, após 5 discos dos Paralamas o público meio que já tinha na cabeça uma expectativa. Talvez tenha se decepcionado, porque a mudança foi um tanto brusca.

Algumas músicas já nasceram hits, como "Trac trac", versão para sucesso do argentino Fito Paez, e "Tendo a Lua", até hoje uma das minhas baladas prediletas da banda, e ao meu ver ainda melhor e mais bonita do que "Lanterna dos Afogados". "Carro velho" também é uma música legal, e acho que fez menos sucesso do que merecia (embora tenha tocado nas rádios). "O rouxinol e a rosa" também é legalzinha, "Tribunal de bar" idem, mas é pouco pro que fizeram os Paralamas em sua carreira até então. Talvez seja implicância dos brasileiros, já que esse disco fez um grande sucesso na Argentina e no Chile, talvez seja o fato de já estarmos acostumados com a banda explorando mais guitarra e bateria do que essa ênfase em teclados. Mas é fato que esse disco não chega aos pés dos anteriores.

A música que mais ouvi neste disco
"Trac trac", que ao vivo é ainda melhor

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Carlinhos Brown é o responsável pela percussão na música "Carro Velho", muito antes da parceria para gravar o sucesso "Uma brasileira"

Um pedacinho do disco:


sábado, 30 de julho de 2011

#306 Marcelo D2, "À Procura da Batida Perfeita"

Tenho implicância com o rap. Pronto. Falei. Acho chato, repetitivo e muito mais "forma" do que "conteúdo". Claro que aquela indumentária gangsta, com óculos escuros, cordões de ouro e várias gostosas ao redor. É o sonho americano vestindo Armani. Mas (graças a Deus, sempre existe o "mas"), curto alguns representantes do estilo, como os Beastie Boys, o Snoop Dogg (o Mr. Catra made in USA), Orishas, Ice-T e o Public Enemy. Em ondas sonoras brasileiras, alguns conterrâneos se aventuraram por este estilo. Na minha opinião, os dignos de nota são os Racionais MC's, o Gabriel O Pensador e o Marcelo D2 - ao qual dedico esta resenha.

Na boa, Marcelo D2 ganhou meu respeito pela maneira como absorveu o que há de melhora da black music nacional (incluindo o samba) e processou tudo em um rap brasileiríssimo. O resultado foi o disco "À Procura da Batida Perfeita", lançado em 2003 e já um clássico. Com letras divertidas, musicalidade show de bola e sotaque (exageradamente) carioca, Dr. Marcelo rompeu o cordão umbilical com o Planet Hemp e conquistrou a sua emancipação artística e aceitação popular. O cantor bombou em rádios, MTV e foi convidado de programas de auditório. Algo impensável para alguém que foi preso por "apologia às drogas" no final dos 1990s.

No mainstream desde então, Marcelo D2 virou referência nacional e internacional. Ficou amigo de medalhões do cancioneiro gringo (como o Black Eye Pea Will.I.Am) e continua fazendo o que sempre fez: tirando onda.

A música que mais ouvi neste disco
"Qual É?". E eu te pergunto: "qual é, neguinho? Qual é?".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Não posso me queixar da sorte. Já ganheiro prêmios em sorteio de festa da empresa e em promoção de rádio. Numa dessas, ganhei a discografia do Marcelo D2 em uma ação da OI Fm. além de três CDs, descolei um DVD na faixa.

Um pedacinho do disco

sexta-feira, 29 de julho de 2011

#305 Muse, "Black hole and revelations"


Graças a esse disco pude conhecer o Muse. Banda inglesa um pouco diferente das demais que eu curto (e consequentemente do britpop que por lá reinou nos anos 90): usam e abusam da melancolia, mas de forma mais agressiva, quase descambando pro heavy metal. Mas o som deles não é só isso, logo posso parecer injusto com essa definição. Nesse disco por exemplo alguns arranjos são bem elaborados (como na música "Knights of Cydonia", que lhe dão um ar meio épico), lembrando um pouco músicas do que costumam chamar de gothic metal ou coisa parecida.


Tive 2 chances reais de vê-los ao vivo, uma no Rio (show no Circo Voador, que eu não dei muita bola) e outra em Sampa (abrindo para o U2, esse ano). Hoje em dia, me arrependo muito de ter perdido. Como eles gravaram bem o caminho até aqui e continuam em evidência, torço para que voltem logo.

Esse disco veio para confirmar o grande sucesso feito pelo anterior, "Absolution" (que eu ainda não conheço, mas falam muito bem), e por isso mesmo vendeu muito bem nas paradas inglesa, australiana e americana. Foi mais um disco que eu curti escutar de cabo a rabo, sem apelar para o shuffle ou para as prediletas. Bom DEMAIS de ouvir!

A música que mais ouvi neste disco
"Starlight", que eu tocava de vez em sempre no blip.fm

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Estava eu passeando por Londres há 2 anos, quando resolvi entrar numa loja dessas que vendem CDs, DVDs, livros e revistas. Se fosse em uma por aqui, talvez tocasse algum lançamento de pagode ou, dependendo do azar, a Simone cantando músicas de natal. Felizmente eu estava na Meca do rock mundial, e na loja tocava um single do Muse. Que felicidade! :D

Um pedacinho do disco:


quinta-feira, 28 de julho de 2011

#304 Metallica, "Reload"

Depois da frustração de "Load" e das polêmicas envolvendo a troca de músicas pela internet, os fãs estavam ansiosos pelo que poderia ser o "Reload". Segundo o Metallica, era um disco mais pesado e mais fiel aos tempos cabeludos. Seria uma redenção. Seria.

"Reload" aproveitou o material que não entrou em "Load", então o fã mais atento pode questionar o seguinte: "se 'Load' era fraco, imagina o que não entrou no repertório final". Então, é mais ou menos por aí. O repertório é levemente mais pesado, porém gira na mesma linha do CD anterior. Na verdade, senti que o álbum tem um objetivo do tipo: "ei, fãs cabeludos, vamos ser amigos de novo?". "Memory Remains", o primeiro single, apresenta a banda com o som mais vigoroso e tem um vocal feminino pela primeira vez na história do Metallica, a cantora Marianne Faithful. E a faixa 4 se chama "Unforgiven II". Peraí, o Metallica resgatou "Unforgiven", do lendário "Black Album", e criou uma continuação? Imagina se a moda tivesse pegado e surgissem "Iron Man II", "Number of the Beast II" etc? Caramba, essa sim foi uma jogada para torcida. Só que "Unforgiven II" é apenas legalzinha e ponto!

Na boa, "Load" e "Reload" foram dois equívocos do Metallica. Pronto, falei. Foram discos dispensáveis lançados em um momento turbulento da banda. A confusão artística continou ainda no "Garage Inc.", um álbum de covers de bandas de heavy metal, como Danzig, Motorhead e Misfits, por exemplo. Se não me engano, tinha até uma orquestra sinfônica tocando com eles. Nesse golpe, eu não caí mais.

A música que mais ouvi neste disco
"The Memory Remains" gruda que nem chiclete. Na reta final de "Reload", há um tesourinho chamado "Low Man's Lyric", que também é uma baladinha-nada-a-ver, mas é agradável.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Bom, se havia uma divergência entre os fãs que acusavam o Metallica de terem se rendido à música comercial, "Reload" tira qualquer dúvida. Os caras queriam é dinheiro mesmo e vida que segue. "Load", "Reload" e "Garage Inc." venderam horrores. No final das contas, os fãs radicais que abandonaram o barco foram uma minúscula minoria. Foi tipo um PSOL.

Um pedacinho do disco

quarta-feira, 27 de julho de 2011

#303 Nirvana, "Incesticide"


Antes de mais nada, obrigado São Google! Eu jurava que eu ou o Surfista já tínhamos falado desse disco, e graças a nosso amiguinho buscador pude reparar o engano a tempo de fazer as honras. Para muitos, o grande disco do Nirvana é o "Nevermind". Realmente um discaço! Para outros (eu inclusive), nenhum barra o jeitão meio folk meio anos 70 revisitado do "Unplugged in New York". Mas eu quase aposto que na lista de qualquer fã da banda esse disco tem lugar cativo.


Incesticide é na verdade uma coleção de lados B, sobras de discos anteriores e versões covers tocadas em rádios universitárias. O material do disco rondou o "mercado negro" por um bom tempo, até que Kurt Cobain resolveu juntar tudo e lançar oficialmente. Na época (1993) eu achava que era algum disco perdido, mas confesso que não estava muito empolgado: apesar de adorar o "Nevermind", não achei o primeiro disco da banda ("Bleach") grandes coisas. Graças a minha sanha colecionadora que pude comprá-lo, e confesso que às vezes acho até melhor que o "Nevermind".

As músicas são ao meu ver de um grunge mais sujo, flertando com o punk, sei lá (sou péssimo com essas definições de estilo, embora goste de me arriscar :D). No geral, acho mais pesado que os discos lançados até então (até "Polly", do Nevermind, está com uma pegada mais punk), o que pra mim só dá méritos a esse disco. As covers presentes estão ótimas ("Turnaround", do Devo, e "Son of a gun", do Vaselines, até onde eu sei). Se você gosta do movimento grunge, esse disco é obrigatório na sua coleção.

A música que mais ouvi neste disco
"Aneurysm" e "Sliver"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Eu já dediquei "Molly's lips" a uma menina. Que não se chamava Molly. Cujo caso não durou nem 2 meses. Arroubos de adolescência com tenros 19 anos, vejam vocês!

Um pedacinho do disco:


terça-feira, 26 de julho de 2011

#302 Metallica, "Load"

Assim com o Iron Maiden e o Nirvana, o Metallica esteve muito presente na fase colegial do blogueiro platinado. Nunca cheguei a vestir blusas pretas e deixar o cabelo crescer, mas curti muito o som bate-cabeça. No caso da banda californiana, foram os tempos em que "...And Justice for All" e "Master of Puppets" já eram clássicos há tempos. Barulho insano da melhor qualidade. Então, imagine a minha surpresa ao ver James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Jason Newsted com barbas aparadas, cabelos cortadinhos e ternos com cortes italianos. Era o lançamento de "Load", em 1996.

Olha, sou totalmente favorável e compreensivo à maturidade das bandas. Acho meio ridículo o cara ser quarentão e tentar manter um estilão 18 anos. O sujeito fica meio Serguei ou coisa parecida. Enfim, só que "Load" surgiu como uma maturidade esquisitona do Metallica. Mais do que roupas caras, óculos escuros e cabelos curtos, os caras ficaram... mansos. "Mamma Said" é uma baladinha que foge completamente ao perfil do grupo, só para um exemplo mais objetivo. Os fãs mais puristas (dentre os quais eu não me incluo) acreditam que eles se venderam ao mercadão comercial e esqueceram das suas origens. Cá entre nós, acho que nem 8 nem 80. "Load" foi um disco fraco, se comparado ao restante da discografia do Metallica, porém é um CDzinho honesto se colocado diante dos Kids Rocks e Marilyns Mansons que brotaram em meados dos anos 90.

Sob a avalanche de críticas, o Metallica lançou "Reload" pouco tempo depois. Esta é pauta para depois de amanhã.


A música que mais ouvi neste disco
Vamos lembrar que 1996 era um ano em que a MTV Brasil ainda ditava modas e era uma emissora mais comprometida com a música. Neste contexto, o clipe de "Hero of the Day" era bem maneiro e tocou muito. Na aba da emetevê, ouvir muito esta faixa.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Muita gente que lê este blog não lembra do Napster. Muitos nem são contemporâneos deste programa que fez muito rebuliço lá pela meiuca dos 1990s. Era um software web que permitia a troca gratuita de músicas entre os internautas. Pois a palavra "gratuita" deixou as gravadoras de cabelos em pé e originou uma cacetada de processos e discussões sobre direitos autorais e a influência da web no mercado fonográfico. Pois, contrariando a sua origem rebelde, o Metallica entrou na briga e ficou do lado das gravadoras. Milhões de fãs ficaram desapontados e queimaram suas camisas pretas fedorentas. Foi na época de "Load". Desde então, o Metallica vive uma relação de amor e ódio com a internet e os seus seguidores.

Um pedacinho do disco

segunda-feira, 25 de julho de 2011

#301 Queen, "Greatest Hits vol. 1"


Mais um da série: "por que não falei deles antes?". Apesar de terem sido uma das bandas mais emblemáticas dos anos 70 / 80 e terem feito um puta sucesso por aqui (inclusive com um show memorável no Rock in Rio I), eu demorei pacas a conhecer de verdade a discografia deles. Sei lá, acho que pelo fato de meus irmãos mais velhos não serem muito fãs. Mas eu só vim a descobrir o Queen DE VERDADE no início dos anos 90.


Falava-se muito da banda, falava-se muito da competência de seu vocalista Freddy Mercury, mas eu ainda não tinha parado pra ouvir com calma um CD deles. Até que num churrasco no finalzinho do meu 2º grau (atual nível médio), alguém levou esse CD. A cada música que tocava, eu me lembrava de já ter ouvido. Em alguns casos, nem tinha me dado conta de que era do Queen. Claro, entrou pra lista de CDs compráveis :D

Nesse vol. 1 tem um total de 17 músicas. Quase todas excelentes, e todas foram singles bem sucedidos no mercado (desde o primeiro álbum da banda até o ano de 1981, data de lançamento da coletânea). E mesmo depois que eu parei de ouvir CDs, várias dessas músicas perambulam pelos meus playlists.

A música que mais ouvi neste disco
Acho que foi "Bohemian rhapsody"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Um amigo dos tempos de faculdade sempre cantarolava "Another one bites the dust" quando ficava com alguma menina quando íamos pra night :D Era o cara que dizia que ficaria solteiro até os 40, mas se casou antes mesmo de fazer 30.

Um pedacinho do disco:


domingo, 24 de julho de 2011

#300 Elvis Presley, "30 #1 Hits"

Se você é preguiçoso como eu e nunca teve saco para garimpar a carreira do Elvis, a sua salvação é esta coletânea marota com os 30 maiores sucesso da carreira do Rei do Rock. Funcionou comigo.

Bom, tá tudo lá. Desde da fase rebelde e rebolativa até o fim de carreira com vários quilinhos a mais e muitos entorpecentes na veia. Da faixa 1 à faixa 30 (31, contando a bonus track), você confere a evolução do cantor e a qualidade do seu trabalho em todas as etapas. Sejamos francos, o cara era bom mesmo e tinha uma voz incomparável. Ele conciliava aquele timbre seresteiro Altemar-Dutra-style com o vigor do rockabilly. As primeiras 15 canções se dividem entre o rock juvenil e as baladinhas "vem-cá-minha-nega". Depois de "It's Now or Never", um senhor bolero, Elvis já estava na onda romântica, daquelas para agradar as balzaquianas. "Are You Lonesome Tonight" é clássica, mas é de uma pieguice comovente. Claro que o Rei acertou a mão nesta fase madura e produziu pérolas como "Can't Help Falling in Love", "[You're] The Devil in Disguise", "In the Ghetto" e "Suspicious Minds", a minha favorita.

Então fica combinado assim: "30 #1 Hits" é o disco-supletivo que salva você da ignorância musical de não conhecer a obra de Elvis Presley. Mas se você quiser mergulhar na carreira cinematográfica do cara, é por sua própria conta e risco.


A música que mais ouvi neste disco
Na fase do Elvis magro, topetudo e de jaqueta de couro, ouvi muito "Jailhouse Rock". Na fase do Elvis gordo, com costeletas e macacão branco, adoro "Suspicious Minds".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Quando eu tinha 11 anos, meu vizinho apareceu com um LP do Elvis. O moleque dizia que era o máximo e botou para tocar "It's Now or Never". Juro que pensei que fosse a Orquestra Tabajara.
Não sei porque cargas d'água, "Always on my Mind" não está entre as 31 intermináveis músicas do álbum.
A faixa-bônus, "A Little Less Conversation" foi relançada como trilha sonora de um comercial sensacional da Nike. Se não me engano, a campanha rolou antes da Copa de 2002.
Veja que ironia do destino, a última música do CD (e, consequentemente, o último hit de Elvis) chama-se "Way Down". Deus é um brincalhão!

Um pedacinho do disco

sábado, 23 de julho de 2011

#299 UB40, "Promises and lies"


Nunca fui um grande fã de reggae, mas curto ouvir algumas músicas em determinadas ocasiões. Costumo dizer que é um estilo de música sazonal: bom pra ouvir no calor do verão, de preferência curtindo uma preguiça à beira da praia. Dentro do estilo, tenho cá minhas preferências: alguma coisa mais roots (Bob Marley era um gênio!) e algumas variações do tema - inclusive as nacionais.


De tudo que se fez lá fora de uns 20 anos pra cá, o UB40 está entre os melhores na minha opinião. Já curtia uma música deles ("Red wine") antes mesmo de saber quem tocava, pois só fui dar conta da existência da banda quando lançaram o cover "(I can't help) Falling in love with you", originalmente gravada por Elvis Presley. Fazia parte da trilha sonora do filme "Invasão de privacidade" (Sliver), que eu vi no finado cinema Bruni Copacabana, que depois virou a gigantesca loja da Modern Sound, que recentemente fechou as portas :(. Na época preferi comprar o CD dos caras do que a trilha do filme, pois não tinha nenhuma outra música que valesse a pena.

Não à toa, o "Promises and lies" foi o CD de maior vendagem da banda (um total de 9 milhões de cópias no mundo todo). O disco é EXCELENTE! Apesar de gostar bastante da cover do Elvis e de "Bring me your cup", eu costumava ouvir o CD inteiro. De preferência numa fita cassete, pedalando pela orla de Ipanema. Bons tempos...

A música que mais ouvi neste disco
"Higher ground"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Nessa época, eu tinha um caso com uma menina fissurada em reggae. Embora ela preferisse os roots (fui inclusive ver um show do Maxi Priest e do Steel Pulse com ela), bastava ouvir as primeiras notas de "Bring me your cup" pra me lembrar dela.

Um pedacinho do disco:

sexta-feira, 22 de julho de 2011

#298 Kings of Leon, "Only by the Night"

Sou muito ranzinza com as bandas novas. Pô, acredito que em tempos de Restart, Panic in the Disco, NX Zero e outras figuras esquisitonas, essa desconfiança é justificada. Então, imagina a alegria do blogueiro ao "descobrir" o Kings of Leon. Mais exatamente, "Only by the Night".

Desde o White Stripes, eu não curtia tanto uma banda nova. O Kings of Leon é um rock sem presepadas, com instrumental honesto e uma pegada levemente oitentista. Lembra daqueles comerciais do cigarro Hollywwod? Pois é, é o estilo de "Sex on Fire" e "Somebody". Além disso, em alguns momentos, o som dos caras lembra Van Halen, em outros tem um tempero de Rush, mas sem perder a sua própria personalidade. Muito bom!

"Only byt he Night" já está tocando na minha vitrola em modo "repeat".

A música que mais ouvi neste disco
Empate técnico entre "Somebody" e "Sex on Fire", mas com menção honrosa para "Crawl".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Descobri que Kings of Leon é maneiro graças à minha cunhada. Certo dia, eu estava aguardando minha digníssima e a cunhada deixou rolando um show na TV. Era um festival da Virgin Music com uma cacetada de bandas desconhecidas. A mais popular era o Kings of Leon. Adorei!
O Kings of Leon é formado pela família Followill: os irmãos Caleb, Jared e Nathan e o primo Matthew.

Um pedacinho do disco

quinta-feira, 21 de julho de 2011

#297 Skank, "Siderado"


Quando lançou esse disco, o Skank não era mais nenhum debutante. Com carreira consolidada no cenário musical brasileiro, a banda chegou com esse quarto trabalho cheia de moral. Depois do álbum independente de estréia (do qual eu falo um dia se o Surfista não falar), os mineirinhos do Skank fizeram dois grandes discos ("Calango" e "O Samba Poconé") e arrebentaram nas paradas brasileiras mesclando pop com reggae.


Hoje em dia eu acho estranho dizer que o Skank é uma banda de reggae, ou que foi um dia. À medida em que foram fazendo sucesso, o som dos caras foi deixando de lado o jeitão roots e adotando um estilo mais pop. Não foram desbravadores, claro: Paralamas e Cidade Negra passaram por esse caminho. Nesse caso, acho que o caminho do Skank é mais parecido com o do Paralamas: rumo ao pop inglês com influência latina, leia-se The Police e UB40. Nesse disco aqui, já se começa a perceber essa transição, que fica evidente nos discos que vieram depois (especialmente no "Cosmotron")

"Siderado" é bem gostoso de ouvir, e nota-se que foi um trabalho inspirado e cuidadoso. A maior parte das músicas é de autoria de Samuel Rosa e Chico Amaral, salvo algumas parcerias, como a com Marcelo Yuka (ex-O Rappa) em "Do Ben" - que fala de Jorge Ben. Vendeu bem pacas (750mil cópias) e teve 3 músicas tocando bastante nas paradas: "Siderado", "Resposta" e "Mandrake e os cubanos". Outra muito boa é "Saideira"

A música que mais ouvi neste disco
"Mandrake e os cubanos", a mais caribenha do disco na minha opinião, e uma das mais divertidas do grupo

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Esse disco foi todo gravado no lendário Abbey Road Studios, usado pelos Beatles.

Um pedacinho do disco:

quarta-feira, 20 de julho de 2011

#296 Cake, "Fashion Nugget"

Para o blogueiro platinado, "Fashion Nugget" está ao lado de "Automatic for the People", "Gilberto Gil Unplugged" e pouquíssimos outros. Mais do que boa música, este CD vem carregado de nostalgia e memória afetiva. Graças ao Cake, vou abrir um novo marcador: "favoritas do blogueiro SP".

Para mim, este disco ficou clássico pela beleza das suas canções e por fazer parte de momentos importantes da minha vida. Das festas de faculdade animadas à versão "cakeiana" de "I Will Survive", passando por viagens ao som de "Friend is a Four Letter Word" e fossas embaladas por "She'll Come Back to Me", este CD é todo especial. Aliás, vamos combinar uma coisa: "She'll Come Back to Me" é uma preciosidade, tão simples e sublime como "Everybody Hurts", do R.E.M. Em sua letra, o poeta sofre pela falta da mulher amada e, no alto da sua cornitude, ele declara que se "ela amar outro mais do que ele, tudo bem". Pagodeiro ou sertanejo nenhum poderia conceber tamanho sacrifício em uma canção de dor de cotovelo. Sofri que nem um bezerro desmamado ao som destes versos tão singelos.

Ah, e o que dizer da musicalidade do Cake? Guitarras, violões e um naipe de metais colossais pontuam as canções com influências do country. Até a clássica "Perhaps, Perhaps, Perhaps", que já foi cantada por Nat King Cole há séculos, foi rejuvenescida e ganhou novos ares. Disco épico, porém discreto e fofo. É um dos meus favoritos de todos os tempos.

A música que mais ouvi neste disco
Como se fosse um mantra, "She'll Come Back to Me". E, na ocasião, ela não voltou.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Sempre adorei este disco, mas nunca tive o CD real. Eu tinha os arquivos em mp3 e só, mas nada do disquinho amarelo. Pois dias atrás (leia-se, julho de 2011), eu recebi um spam do Submarino com uma promoção de CDs. Cliquei e dei de cara com "Fashion Nugget". Comprei! Recebi dois ou três dias depois e quase não segurei as lágrimas. Sou um boboca, eu sei.

Um pedacinho do disco

terça-feira, 19 de julho de 2011

#295 DJ Janot, "O som brazooka do DJ Janot - Vol. 1"


No início dos anos 2000, tive uma "recaída" na minha vida noturna. Mas ao contrário dos anos 90, as noitadas embaladas por música eletrônica (o dance bate-estaca que permeava as rádios na época) deram lugar a boates com som mais alternativo. Nessa época, eu era figurinha fácil na festa Loud! e na festa Paradiso (ambas baseadas em rock alternativo, grunge e afins). Mas a convite de colegas de trabalho, fui conhecer a festa Brazooka, que rolava toda sexta-feira na Casa da Matriz (casarão em Botafogo cuja programação era tudo menos modinha).


Nas pick-ups, batia ponto o DJ Janot, especializado em tocar tudo do bom e do melhor da música brasileira, em versões originais e também alguns remixes. Ali nas pistas da Matriz eu ouvi muita coisa boa que eu não conhecia. Digo até que eram sons de artistas que eu tinha algum preconceito antes, por conta do meu foco míope no rock. Lembro muito de uma noite onde o homenageado foi Roberto Carlos, e em boa parte da noite o Janot tocou várias versões maneiras de sucessos da Jovem Guarda. Algo parecido foi feito também com Chico Buarque, e posso afirmar que foi a partir dali que comecei a curtir o som dele.

A festa fez tanto sucesso que Janot lançou dois CDs com um apanhado de músicas que ele tocava com frequência por lá. Desses, comprei o primeiro pra ver se curtia, e quando resolvi comprar o volume 2 não achei mais nas lojas. Uma pena. O CD inteiro é excelente, e ótimo pra deixar rolando numa festinha mais descolada. Destaque para a versão que a Banda Caixa Preta fez para o "Samba da benção", para a versão de "Pelas tabelas" (Chico Buarque) cantada por Roberta Sá, para "Essa moça tá diferente" remixada com Simoninha nos vocais e para alguns clássicos como "Tiro ao Álvaro" (Adoliran Barbosa com Elis Regina), "A Praieira" (Chico Science & Nação Zumbi) e "Frevo Mulher" (Zé Ramalho)

A música que mais ouvi neste disco
O remix de "Essa moça tá diferente", que é excelente!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Nos primeiros 2 anos de existência, a festa era a melhor opção da noite do Rio, tanto pra quem queria só curtir quanto para uma azaração sadia. Mas como toda opção boa da noite carioca, depois de algum tempo começou a ter homem demais, e com o excesso, as brigas. Uma pena.

Um pedacinho do disco:

segunda-feira, 18 de julho de 2011

#294 The Rolling Stones, "Stripped"

Por muito pouco, titio Mick Jagger não caiu no canto da sereia e gravou um acústico. Quase. Sem o peso das guitarras e sem a suavidade da "voz-e-violão", "Stripped" ficou no meio do caminho. Na aba da bem-sucedida turnê de "Voodoo Lounge", a banda registrou alguns dos seus (muitos) sucessos em versões mais leves. Além da sua própria obra, os caras ainda botaram "Like a Rolling Stone" nos Tops 10 da vida, décadas após o seu lançamento. O público gostou tanto que Bob Dylan himself participou da turnê dos Stones fazendo um luxuoso show de abertura. Esta gig chegou ao Brasil lá por 1997 ou 1998, não lembro. Perdi e me arrenpendo até hoje.

Particularmente, gosto muito de "Stripped". Curto o acabamento das canções e os arranjos de "Angie", "Street Fighting Man" e "Slliping Away". Gosto também da melancolia de "Wild Horses". Aliás, "Wild Horses" embalou meus tocos e entrou em uma fitinha cassete destinada a fazer o clima com mocinhas incautas que paravam no meu banco de carona. Rolou uma brecha, eu tacava o K7 para tocar e esperava para ver o que poderia acontecer. Mesmo com algum sucesso nas investidas, esta faixa está mais lembrada pelas minhas noites de fossa.

A música que mais ouvi neste disco
"Wild Horses", seguida de perto por "Like a Rolling Stone".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Stripped" vinha com uma faixa multimídia para tocar nos PCs 486s da época. Não era nada de mais. Pelo que lembro, era o clipe de "Like a Rolling Stone" e outras bobeirinhas. Ao contrário de "@lbum", do Barão Vermelho, essa faixa eu consegui ver no computador.
Ganhei "Stripped" do padrinho mineiro do meu irmão. Ele levou a gente até uma loja de discos e disse: "podem escolher um disco cada um. É presente, uai!". Muito maneiro!

Um pedacinho do disco

domingo, 17 de julho de 2011

#293 Midnight Oil, "Diesel and dust"


Muito antes de conhecer o Midnight Oil, ouvia músicas da banda sem saber de quem era. Duas delas constam nesse CD, na minha opinião um dos melhores (senão o melhor) da banda. Mas por n questões, eu comprei primeiro o Blue Sky Mining, do qual falei aqui. Depois dele, comprei o "10, 9, 8, 7, ...", que também gostei bastante. E nada de comprar o álbum mais falado dos Oils.


Depois de um tempo, eu tava ficando meio desconfiado. Falavam tanto do "Diesel and dust" que eu comecei a ficar com medo de me decepcionar ao ouvir o disco, por excesso de expectativa. Pura besteira, pois é um discaço! Tão bom, que dá até pra achar que se trata de uma coletânea. Aliás, tem coletâneas de bons artistas que não tem tanta música boa quanto esse disco dos Oils. Tem duas muito conhecidas: "Beds are burning" e "The dead heart", que tocaram bastante por aqui nos programas de surfe e nas noitadas com tendência rock nos anos 80 e 90. Fora essas, duas que aparecem em coletâneas da banda ("Dreamworld" e "Sometimes"), a soturna"Sell my soul", as lentinhas "Put down that weapon" e "Arctic world" e a ótima "Warakurna".

O repertório segue a linha de outros trabalhos: letras carregadas de ativismo político, especialmente defendendo os direitos dos aborígenes australianos junto ao "homem branco" (é o tema central de "The dead heart" inclusive)

A música que mais ouvi neste disco
Olha, se eu citasse "The dead heart" não seria nenhum absurdo, mas eu gosto tanto de "Warakurna" que com certeza a ouvi muito mais

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Em todos os disco me que eu a vejo, "the dead heart" é a faixa 6. Não sei se é coincidência ou não, mas acontece sempre. Outra: o clipe dessa música é um dos grandes inspiradores meus para aprender violão. E essa música é uma das que faço questão de aprender a tocar

Um pedacinho do disco:


sábado, 16 de julho de 2011

#292 U2, "The Best of 1980 - 1990 & B-Sides"

Em várias tardes, eu cheguei em casa do colégio e encontrei um CD novo me esperando. Às vezes, eu entrava em casa com um disco desconhecido tocando na vitrola. Minha mãe tinha a ótima mania de me presentear com música. Quase sempre, era uma surpresa legal. Algumas vezes, ela errou a mão, mas a intenção sempre foi de agradar. Quando comecei a estagiar e ganhar os meus próprios trocados, as surpresas rarearam. O último disco que ganhei foi "The Best of 1980 - 1990 & B-Sides", coletânea celebradíssima do U2.

Na época, o lançamento foi um evento. As cópias duplas eram limitadas e numeradas. Foram lançadas "apenas" 300 mil unidades, com direito a comercial no intervalo do Jornal Nacional. Ter este CD era uma obrigação cívica. Em uma noite, ao chegar do estágio, eu entrei no meu quarto e lá estava o disquinho com capa dourada e a foto do garoto com capacete. Em 29 faixas, as músicas que colocaram Bono, Edge, Larry Mullen Jr. e Adam Clayton na eternidade e alguns simpáticos "Lados B". Lembro muito do dia em que ganhei este álbum. Parece que eu sabia que era o último disco de presente e a minha entrada na vida adulta. Dali para frente, eu compraria as minhas bolachinhas. E, graças a Deus, o derradeiro presente foi o U2 em sua melhor forma.

A música que mais ouvi neste disco
Presente entre os singles e entre as músicas mais obscuras, "Sweetest Thing". Apaixonante!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Passeei pelas ruas de Dublin onde foi gravado "Sweetest Thing".Logo no comecinho do clipe, o Boyzone, a boyband irlandesa, faz uma aparição.
Minha cópia é a de número 236197.
Anos depois, lançaram a coletânea "The Best of 1990 - 2000 & B-Sides". Nunca me interessei.

Um pedacinho do disco



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sexta-feira, 15 de julho de 2011

#291 Gang 90 & As Absurdettes, "Essa tal de Gang 90 e As Absurdettes"


Pode-se dizer que Gang 90 foi um dos precursores do grande boom do pop / rock / new wave brasileiro nos anos 80. Eu era um mero fedelho, e um fedelho noveleiro. Por isso mesmo conhecia uma música chamada "Nosso louco amor", que era tema de uma novela das 8 (chamada 'Louco Amor' mesmo, se não me engano do Gilberto Braga).


Fora a música da novela, a banda emplacou de verdade com "Perdidos na selva", que é figurinha fácil em festas anos 80, Ploc e similares. Essa também era do primeiro disco, assim como "Telefone", uma que eu particularmente adoro. Em comum, uma característica também presente nas músicas da Blitz, que surgiu mais ou menos na mesma época: pop beirando o New Wave, com backing vocals femininos ao estilo do B-52's.

Não cheguei a ter o LP, mas muitos anos depois lançaram esse CD remasterizado, e eu comprei sem pensar muito. Um primeiro trabalho promissor, mas infelizmente a banda não foi muito além disso

A música que mais ouvi neste disco
"Telefone"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Tenho certeza que a banda tinha muito futuro, mas infelizmente uma fatalidade pôs fim a sua trajetória: o vocalista Julio Barroso morreu em 1984, ao cair da janela de seu apartamento em São Paulo. Depois disso a banda lançou outros 2 trabalhos com outra formação, mas infelizmente não vingou

Um pedacinho do disco:


quinta-feira, 14 de julho de 2011

#290 Coletânea, "Raul Seixas - O Início, o Fim e o Meio"

Já comentei aqui, mas vale repetir: fui criado em um ambiente musical. Enquanto meu pai era mais conservador, curtindo os seus discos do Roberto Carlos e do Chico Buarque, minha mãe cultivava uma certa rebeldia, que despejava em mim. Ela era fã do Gil, Caetano, Pink Floyd, Queen e Raul Seixas. Quando eu tinha uns 12 ou 13 nos, ela apareceu em casa com um CD do Raul Seixas. "Guarda isso, pois seu pai não gosta de Raul Seixas", ela me deu como se fosse um segredo nosso. Eu guardei e ouvia quando não tinha mais ninguém em casa.

Na verdade, "O Início, o Fim e o Meio" era um disco-tributo, mas de altíssimo nível. Para interpretar as melhores músicas de Raulzito, foram convidados RPM (em mais um dos seus milhares de retornos), Caetano Veloso, Barão Vermelho, Erasmo Carlos, Ney Matogrosso, Alceu Valença, Nenhum de Nós, Ultraje a Rigor, Cidade Negra e Adriana Calcanhoto (na época, com apenas um "t"). Entre os menos conhecidos, Vange Leonel (que vinha do sucesso de "Vamp") e Comando Negri. Quem? Não sei.

O disco é bem legal e as versões são dignas. "Tente Outra Vez", com o Nenhum de Nós, ficou emocionante, e o Ultraje a Rigor foi saliente no ponto certo para tocar "Rock das Aranhas". Entre os medalhões, Caetano, Ney Matogrosso e Alceu Valença recriam com brilhantismo "Ouro de Tolo", "Metamorfose Ambulante" e "Como Vovó já Dizia".

Enfim, "O Início, o Fim e o Meio" é um disco carregado de nostalgia.


A música que mais ouvi neste disco
Quando eu era moleque, adorava "Tente Outra Vez". Depois de burro velho, curto a poesia de "Ouro de Tolo".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Na contracapa do disco, quase que imperceptível, há a inscrição "Rock n'roll will never die", autoria de Neil Young.
No encarte, há um recado do parceiro e mago, Paulo Coelho. É um recado grandão e não rola de transcrever tudo. Quem tem o disco, lê. Quem não tem, chupa o dedo.

Um pedacinho do disco

quarta-feira, 13 de julho de 2011

#289 Gabriel o Pensador, "Gabriel o Pensador"


Uma coisa eu posso dizer para meus (futuros) filhos: eu vivi para ver nascer a genuína música de protesto. Não foi nada assim glamouroso como acompanhar o embate entre Chico Buarque a censura, ou mesmo os militares no cerco a Vandré. Mas fui da época dos caras pintadas (embore eu ache que o "movimento" tenha sido muito menos do que pintam os documentários da época). E nessa época houve um tal Gabriel o Pensador que lançou nas rádios uma música polêmica: "Tô feliz (matei o presidente)".


Na época não tínhamos essa profusão de funks de hoje em dia (se bem que estes estão um tanto longe de ser música de protesto, mas tudo bem). Caso tivesse, talvez Gabriel fosse mais um funkeiro. Mas felizmente (na minha opinião), sua verve criativa se direcionou para o rap. Ok, Chico era criativo fazendo MPB e sambinhas, mas Gabriel tem seu valor como rapper. Mais do que isso, como letrista. Tanto que o ritmo nem era tão popular por aqui, mas seu CD vendeu pacas. Inclusive pra mim.

Praticamente o CD todo é uma coleção de protestos da mente criativa de Gabriel, auto intitulado Pensador. Ganhou notoriedade com a música de cunho político, mas ficou famoso mesmo com outros 2 petardos: "Lôraburra", dedicada ao estereótipo da oxigenada sem opinião, e "Retrato de um playboy (juventude perdida)", que acertou em cheio um tipinho muito comum naquela época, e que Gabriel com certeza viu aos montes na PUC - faculdade onde estudou (e eu também aliás). O CD tem outras músicas boas mas de menos pegada, todas com algum tipo de protesto (descaso aos mendigos, regime militar obrigatório, desigualdade social, etc)

A música que mais ouvi neste disco
Quase com certeza foi "Lôraburra", pelo enorme sucesso que fez na época

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Gabriel fez a música "Tô feliz (matei o presidente)" toda inspirada no impeachment de Collor, e na época sua mãe (a jornalista Belisa Ribeiro) era assessora dele.

Um pedacinho do disco:


terça-feira, 12 de julho de 2011

#288 R.E.M., "Collapse Into Now"

Hoje, noite fria de julho de 2011, saí do trabalho querendo fazer algo que não fazia há muito tempo: comprar um disco na FNAC. Andei até lá com um alvo em mente: "Only by the Night", do Kings of Leon. Para minha decepção, a FNAC não é mais a salvação da lavoura de outros tempos. Até encontrei outros CDs da banda lá, mas não o que eu queria. Plano B: o álbum novíssimo do R.E.M. , "Collapse into Now". Barbada! Os caras não me desapontam.

Neste preciso momento, escrevo acompanhado de um copo de whisky e "Collapse into Now" preenchendo o apartamento. Confesso que é uma noite melancólica, cheia de saudade. Combina certinho com o R.E.M. e seu universo musical. Escrevo ouvindo o disco pela primeira vez, experiência que tive com "All Things Must Pass", do George Harrison, quando ainda respirava ares irlandeses. Pois então, o destino sabe o que faz. Michael Stipe, Peter Buck e Mike Mills são mais adequados ao momento que a testosterona do Kings of Leon.

Bom, passei pelas três primeiras faixas ("Discoverer", "All the Best" e "Überlin") com simpatia, mas sem grande impacto. Eu só me encantei para valer por "Oh My Heart", a quarta música do disco. Logo na sequência, a guitarra acústica de outros tempos retorna em "It Happened Today". Deliciosa! Mais um gole de whisky e chegamos à otimista "Every Day is yours to Win". Segue o jogo e "Mine Smell Like Honey" sacode o ouvinte que estava na vibe contemplativa das canções anteriores. Encerrada o barulho, voltamos à serenidade com a linda "Walk it Back", cheia de saudade e no meu espírito atual. Sinto que ouvirei muito esta canção. Mais Johnnie Walker!

E chegamos a uma sequência agitada do disco. "Alligator_Aviator_Autopilot_Antimatter" e "That Someone is You". Se em "Man on the Moon", o R.E.M. presta uma homenagem a Andy Kaufman, em "Collapse into Now" o muso é Marlon Brando: "Me, Marlon Brando, Marlon Brando and I". Coronel Kurtz ficaria orgulhoso. Um brinde a ele! Mais um copo de Red Label. Para encerrar o CD, "Blue" é lisérgica e psicodélica.

Acabou o disco, que é feito do R.E.M. para os seus fãs e não para o povão. Quem já acompanha a banda, vai ficar satisfeito. Quem é marinheiro de primeira viagem, vai estranhar. Vou tomar mais um copo de whisky.

A música que mais ouvi neste disco
Como voltei à faixa 4 para mais um confere, "Oh My Heart" venceu.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Definitivamente, a FNAC não é mais a mesma. "Collapse into Now" foi o plano B da noite e não o encontrei lá. Fui achar o disco na Americanas velha de guerra.
Eddie Vedder (Pearl Jam), Peaches e Patti Smith participam discretamente do disco.

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segunda-feira, 11 de julho de 2011

#287 The Smiths, "Best...II"


Como falei anteontem, inocentemente comprei o "Best...I" do Smiths sem grandes expectativas e fiquei amarradão com o que eu ouvi. Mas como eu não tinha muito fôlego financeiro na época, tive que esperar um tempinho até comprar o volume II. Muita expectativa, pois este tinha mais músicas conhecidas do que o I (ps: até hoje não sei por que cargas d'água comprei o I primeiro se eu conhecia muito mais coisa do II, mas tudo bem).


Comprei o CD cerca de 3 meses depois, pegando a aba do consumismo da minha mãe. Ela sempre que ia na Americanas comprava uma penca de CDs (coisa de 5 ou 6 por vez). Numa dessas, perguntou se eu queria alguma coisa e pronto: mais um CD para a minha coleção. Chegando em casa, resisti bravamente à tentação de programar somente as que eu conhecia e gostava pra tocar. Principalmente por conta da boa experiência ouvindo as desconhecidas do volume I. E não me arrependi nem um pouco.

Nesse disco, as músicas são ainda mais diversas do que no outro. Abre com a conhecidíssima "The boy with the thorn in his side", que na época eu não sabia que era do Smiths e foi uma ótima surpresa. Mais adiante tem a melancólica "Heaven knows I'm miserable now" e uma instrumental bem "música de elevador": "Oscillate wildly". Daí em diante, alguns hits (especialmente "Ask" e "Bigmouth strikes again"), algumas mais pop, outras mais lentas e sombrias (como "Last night I dreamt that somebody loved me"). De todas, a única que eu ouvi e não gostei foi "The headmaster ritual". No geral, acho esse CD ainda melhor do que o volume I.

A música que mais ouvi neste disco
A pop melancólica "There's a light that never goes out", da qual já andei falando no Melodiário

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A lentinha "Reel around the fountain" era A MÚSICA que eu ouvia durante um casinho que eu tive nesse conturbado ano de 1993. Pela melancolia da música, é de se imaginar que não deu certo. Gostava principalmente desses dois versos: "Oh people said that you're virtually dead, but they're so wrong" e "Oh people said that you're easily led, and they're half right".

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domingo, 10 de julho de 2011

#286 Jorge Ben, "23"

Por um desses fenômenos inexplicáveis da indústria fonográfica, Jorge Ben desapareceu na purpurina dos anos 1980. Toda a magia criativa dos anos 1960 e 1970 foi esquecida. Verdade seja dita, muito graças a ele próprio. Pois tão súbito quanto sumiu do mapa, Jorge voltou. Trocou o Ben por Ben Jor e caiu nas graças da moçada lá pelo comecinho dos anos 1990. O CD que impulsionou este retorno foi o "23".

Vamos ser francos e limpinhos, "23" é legalzinho, mas não chega aos pés de "África Brasil". Claro que um artista com a criatividade do Jorge não faria feio, mas "23" é um disco assim-assim. Bom, dito isso, posso esquecer as nuances pseudo-críticas e me jogar na nostalgia. Eu fui um dos muitos garotos e garotas que descobriram o Ben Jor por este disco. Era um fase divertida, de tomar catiripapos na escola e buscar assiduamente os peitinhos das coleguinhas. Um dos diferenciais competitivos era justamente ser musicalmente descolado, pois eu era magrinho, cabeçudo e usava óculos. Aparecer no colégio com uma fitinha K7 da melhor banda de todos os tempos da última semana despertava a atenção.

Pois então, "23" era um desses discos que levantavam o popularômetro do indivíduo sub-15. E ainda mais se rolasse "Engenho de Dentro" na festinha americana – mesmo com uma das letras mais non-sense de toda a história da MPB. Ou então a biológica "Spyrogyra Story", com seus belos plânctons. Jorge podia não dizer coisa nenhuma, mas tinha um balanço contagiante. E para perceber isso, não precisava ser um contemporâneo de "Samba Esquema Novo". Jorge Ben Jor é universal e atemporal.

A música que mais ouvi neste disco
"Engenho de Dentro", com seu refrão djavaniano (ou seja, nada com anda) "Engenho de Dentro / Quem não saltar agora / Só em Realengo".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A banda de apoio que participa de "23" é qualquer nota: Paula Lima nos vocais, Simoninha nos teclados, Leo Gandelman no sax, Ivo Meirelles na percussão, Bi Ribeiro no baixo e o síndico Tim Maia.
Aliás, foi neste disco que o povão descobriu que Tim Maia era síndico.
O trio formado por Jorge Ben Jor, Tim Maia e Bi Ribeiro foi candidamente batizado de BenTimBi.
Acbo que foi a partir deste disco que São Jorge ficou pop. Na capa, há a inscrição "Santo também é muso".
23 de abril é o dia de São Jorge. Virou feriado no Rio.

Um pedacinho do disco

sábado, 9 de julho de 2011

#285 The Smiths, "Best...I"

Num dos meus passeios pela Americanas em 1993, vi duas coletâneas do Smiths pra vender: essa aqui e o volume II. Até então, conhecia somente o que tocava nas rádios: "This charming man" (deste disco), "Bigmouth strikes again", "Girl afraid" e "Ask me" (do outro disco). Comprei esse aqui primeiro, já que os dois não cabiam no meu bolso. E foi aí que eu REALMENTE descobri o Smiths!


Desde a primeira audição, fiquei vidrado praticamente no disco inteiro. Percebi nesse punhado de músicas as várias nuances do grupo: desde músicas mais dançantes ("This charming man"), passando pelo pop sombrio de "How soon is now?" (sei lá, sempre achei essa meio gótica) até músicas mais melancólicas ("Please, please, please let me get what I want"). As únicas que achei meio chatinhas foram "Stop me if you think you've heard this one before" e "Girlfriend in a coma".


Engraçado que eu na época tinha o costume de fazer coletâneas em fita cassete misturando várias coisas, mas gostei tanto desse disco que gravei inteirinho numa fita. Me acompanhava sempre nos meus trajetos de ônibus, já que eu ainda não tinha carteira de motorista nem muito menos carro (apesar de já ter idade). E era um dos CDs que eu gostava de ouvir enquanto jogava games de computador (na época, jogos com som eram para os abastados donos de uma SoundBlaster)


A música que mais ouvi neste disco
"Half a person", que nem é das mais conhecidas mas gosto pacas

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Durante muito tempo, "Please, please, please let me get what I want" foi uma das minhas trilhas sonoras para o fim de férias. O verso "Good times, for a change..." era pra mim o prenúncio de que a farra acabara e as aulas voltariam. Mal sabia eu que anos depois seria o bom sinal da volta pra casa: hoje é uma das músicas que eu ouço ao voltar pro Rio, depois das minhas viagens de projeto

Um pedacinho do disco:


sexta-feira, 8 de julho de 2011

#284 Silverchair, "Neon Ballroom"

Outro dia tomei um susto ao ver o verbete Silverchair ecoando pelo Twitter. Caceta, eu nem sabia que o Silverchair ainda existia e os caras ainda conseguem repercussão ao anunciar o fim da banda. Olha, por um bom tempo, achei que o grupo australiano era praticamente mais um "one-hit-wonder", livremente interpretando como "artista de um só sucesso". Mudei de opinião ao lembrar do Rock in Rio 3 e de "Neon Ballroom", lançado em 1999.

Bom, até então eu conhecia o Silverchair por uma passagem em um festival chamado Close-Up Festival, que tomou a Praça da Apoeteose. Foi um sucesso tão grande que nunca mais se repetiu e só malucos como eu lembram. Enfim, o Silverchair era uma das atrações e ganhou lá o seu renome no Brasil. Anos depois, garantiu um lugarzinho em um evento de maior porte graças a alguns sucessos reunidos em "Neon Ballroom".

Vamos lá, entre as 12 faixas de rock bem pesado e amargurado, você encontra "Anthem for the Year 2000" (belo riff, por sinal) e as baladas "Ana's Song" e "Miss You Love". Parece pouco e é mesmo, mas foi o passaporte para o palco principal do Rock in Rio 3. Eu estava na plateia no dia daquele show, no qual as atrações principais foram o decepcionante Red Hot Chili Peppers e o renascido Capital Inicial. Pois o show da molecada australiana foi bem maneiro, Na multidão de 250 mil cabeças, eu me perdi do meu grupo de amigos. Bom, na verdade, eu me perdi com uma dentista que eu havia conhecido há pouco. No meio do tumulto, Daniel Johns castigou "Miss You Love" e adiantou a minha campanha. Daquele momento em diante, passei a simpatizar com o Silverchair.

A música que mais ouvi neste disco
A preferida foi "Anthem for the Year 2000", mas a mais ouvida foi "Miss You Love".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Ah, a história da dentista é mais que suficiente. Complementando, depois do Rock in Rio, a gente saiu algumas vezes, mas eu pisei na bola absurdamente (novidade) e a gente se afastou. Nunca mais tive notícia dela.

Um pedacinho do disco

quinta-feira, 7 de julho de 2011

#283 Trilha Sonora, "Uma lição de amor (I am Sam)"


Lançado em 2001, o filme "Uma lição de amor" nos traz uma história comovente: o personagem Sam (interpretado por Sean Penn) tem um problema de retardo que lhe confere o desenvolvimento mental de uma criança de 7 anos. Sam leva uma vida normal dentro de suas limitações (trabalha na Starbuck's fazendo tarefas banais) e tem uma filha de 7 anos (abandonada pela mãe), que ele cria a duras penas com a ajuda de amigos. Por conta de um "acidente", Sam é preso, e em virtude de suas limitações começa uma batalha judicial onde as autoridades questionam sua competência para criar a filha Lucy e tentam tomar-lhe a guarda.

Ok, eu não estou aqui para falar de cinema, certo? Mas esse preâmbulo foi necessário: uma das características principais de Sam é ser totalmente aficcionado pelos Beatles. Tanto que sua filha foi batizada com o nome de Lucy Diamond, em homenagem à música célebre do disco "Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band". E em consequência disso, a trilha sonora é uma ótima coleção de versões de músicas dos Beatles cantadas por artistas contemporâneos.

Eu que sou um declarado purista quanto a covers (já falei isso aqui outro dia) gostei bastante da trilha sonora como um todo. Destaque para "You've got to hide your love away" (Eddie Vedder), "I'm looking through you" (The Wallflowers, que são mais conhecidos pela música tema do seriado Friends), "Lucy in the sky with diamonds" (Black Crowes) e "Blackbird" (Sarah McLachlan, divina)

A música que mais ouvi neste disco
"You've got to hide your love away"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A idéia original de Sean Penn (que além de interpretar Sam é o diretor do filme) era usar canções originais dos Beatles no filme, e consequentemente na trilha sonora. No entanto, a questão dos direitos autorais das músicas da banda ainda eram um imbróglio insolúvel (não sei se isso mudou, mas acho que não), e por isso ele optou por chamar alguns artistas para gravar as versões. Na minha opinião, deu um tchan a mais - eu por exemplo já tinha o CD há muito tempo quando vi o filme.

Um pedacinho do disco:

quarta-feira, 6 de julho de 2011

#282 The Cranberries, "Wake Up and Smell the Coffee"

Se existisse uma categoria "banda fofinha", o Cranberries seria um dos seus principais representantes. Só que a voz doce de Dolores O'Riordan não é algo piegas, cuti-cuti. Durante a faculdade, esta foi um dos meus grupos favoritos. Era um tempo de "Ode to my Family", "Linger", "Zombie", "Ridiculous Thoughts" e por aí vai. Só que nunca tive um bendito CDzinho dos caras. Bom, não até "Wake Up and Smell the Coffee".

Comprei este disco em um site, talvez o Submarino, e mal sabia eu que se eu esperasse mais, não teria chance. Lançado em 2001, "Wake Up and Smell the Coffee" foi o derradeiro CD da banda. Depois daquele álbum, o Cranberries virou uma banda "de antigamente". Eu nunca soube ao certo a razão do fim, mas, seja lá o motivo, foi melhor assim. Foi como o craque de futebol que se aposenta no auge, na melhor fase.

O disco, assim como os quatro anteriores, é bem legal. Tem tanto canções melancólicas que vibram na voz da Dolores, quanto canções com uma pegada mais forte.

A música que mais ouvi neste disco
Gosto muito de "The Concept", música doce, suave e apaixonante.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Nada de mais. "Wake Up and Smell the Coffee" tem duas faixas-bônus: uma gravação ao vivo de "Salvation" e uma regravação de "In the Ghetto", do Elvis. Pequenos tesourinhos para os fãs.
Em 2009, o Cranberries anunciou um retorno para alguns shows. Até passou pelo Brasil, mas eu perdi. É um dos raros shows que eu lamento não ter ido. Eu trocaria uma noite na plateia do Cranberries pela que desperdicei vendo Bob Dylan.
Uma das coisas que mais me chama atenção nos Cranberries é a dança desengonçada de Dolores O'Riordan. Parece um Renato Russo descompassado.

Um pedacinho do disco

terça-feira, 5 de julho de 2011

#281 10,000 Maniacs, "MTV Unplugged"


Esse CD quando lançado foi figurinha carimbada na maioria das reuniões de amigos que participei nos anos 90. Eu conhecia pouco dos maniacs, mas ao que parece esse acústico fez muito sucesso. Tanto que "Because the night" tocava até em algumas boates (versão remix, claro). Mas pra mim, o 10,000 Maniacs sempre me pareceu como uma banda com som muito parecido com o R.E.M., só que com menos pegada.

Não sei bem qual a fórmula, mas talvez tenha sido o conjunto arranjo pop rock (tendendo ao folk) e o belo vocal feminino de Natalie Merchant. Só sei que esse disco do 10,000 Maniacs na época era uma das poucas unanimidades entre meus amigos: tanto mulheres quanto homens se amarravam nas músicas, especialmente pra fazer um clima lounge.

Não cheguei a me empolgar muito pra comprá-lo, ou me empolguei e achei muito caro, sei lá. Mas a minha cópia eu consegui mediante um escambo: emprestei uma coletânea de raps para um amigo, que me emprestou esse CD. Como ele perdeu o meu, acabei confiscando esse pra mim. :D É um CD delicioso para uma tarde de chuva fina, friozinho, almoço caseiro, uma boa companhia... "These are days", que abre o disco, é uma das que mais curto. Merecem destaque também "Jezebel" e "Candy Everybody Wants".

A música que mais ouvi neste disco
"Because the night"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Este foi o último trabalho da banda com Natalie Merchant nos vocais. Logo após o lançamento do CD / vídeo, Natalie saiu em carreira solo. A única coisa legal que eu lembro de ter ouvido da carreira solo dela foi um cover de "To sir with love", fazendo dueto com o Michael Stipe (do R.E.m.). Uma pena, preferia ela no 10,000 Maniacs.

Um pedacinho do disco:

segunda-feira, 4 de julho de 2011

#280 Elba Ramalho, "Solar"

Putz, passaou o mês do São João e não postei nenhum CD de forró. Com pequeno atraso, vamos tentar remediar esta falta. Porém, "Solar" não pode ser classificado apenas como "forró".

Para comemorar seus 20 anos de carreira, Elba Ramalho mergulhou em um projeto ambicioso: um CD duplo produzido durante as festas juninas de 1999 (em Salvador e em Montreux), com gravações em estúdio, registro ao vivo e participações muuuuito mais do que especiais. Já conversei sobre a paraibana como o Vulgo Dudu (do blog Cinéfio, Eu?) e chegamos à conclusão de que ela é soberana das suas canções e da música regional nordestina. Por mais que passeie com desenvoltura pela MPB, é no cancioneiro popular do Nordeste que Elba tira onda. "Solar" pega um pouco dos dois universos.

Acho o disco de estúdio é corretinho, com arranjos comportados e espaço para a sua força de intérprete brilhar. Tudo muito polido e os duetos são legais. Elba convocou uma tropa de elite da música brasileira: Chico Buarque (”Não sonho mais”), Zé Ramalho (”Ave de prata”), Lenine (”Nó Cego”), Nana Caymmi (”Imaculada”), Geraldo Azevedo (”Kukukaya”), Margareth Menezes (”Quem é muito querido a mim”) além de Dominguinhos (”Retrato da vida”) e Alceu Valença (na inédita “Trem das ilusões”).

Mas vamos à melhor parte da parada. É no registro ao vivo que Elba deita e rola. Com a energia que pontua os seus shows, o disco 2 de "Solar" é um esculacho! De bem com as raízes nordestinas, estão gravadas "Avohai", "Pisa na Fulô", "Leão do Norte", "Pagode Russo", "Forró do Xenhenhém", "Morena da Angola" e mais uma cacetada de músicas agitadas. Então, tá. Se você estiver num momento calmo, taca o disco 1 na vitrola. Se quiser um som mais elétrico, bota o disco 2 sem medo de ser feliz.

A música que eu mais ouvi neste disco
No disco 1, gosto de "Cajuina" e "Não sonho mais". No CD2, me amarro no pout-pourri de "Pisa na Fulô", "Chororô" e "Pé de Serra".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Nos tempos em que trabalhei com música, tive a oportunidade de fazer um chat para o portal Terra e uma entrevista exclusiva com Elba. Ambas foram ótimas e fiquei ainda mais fã dela. A lembrança foi um autógrafo no meu CD "Solar".
Não, Elba não estava pelada nos encontros.

Um pedacinho do disco


domingo, 3 de julho de 2011

#279 Vários, "Rei - Tributo a Roberto & Erasmo"


Eu normalmente curto muito tributos. Na maioria das vezes, são músicos influenciados por algum artista fodão que se juntam para fazer releituras de seus sucessos. No entanto, muitos desses tributos se perdem por serem meros covers do artista original, ou por excesso de licença poética nas adaptações. Esse aqui no entanto acertou na mão em cheio!


Na época que esse CD era vendido, a imprensa fez pouco alarde na minha opinião. Três músicas até tocaram nas rádios e festas: "É proibido fumar", com o Skank, "Quando", tocada pelo Barão Vermelho e "Todos estão surdos", tocada por Chico Science & Nação Zumbi. Mas o fato das músicas serem de Roberto & Erasmo quase não era citado, como se tivessem vergonha. Talvez fosse o grande viés brega do Rei na época, sei lá. Como não era meu caso, cacei esse CD nas lojas até levá-lo para minha prateleira.

Na boa, acho que era uma das melhores coletâneas da minha prateleira! Além dessas 3 músicas que eu falei, vale lembrar João Penca & Miquinhos tocando "Eu sou terrível", a versão honesta de Marina Lima para "Por isso eu corro demais" e a divertida versão de "Cavalgada" tocada pela banda Vexame.

A música que mais ouvi neste disco
"Todos estão surdos" (Chico Science) e "As curvas da estrada de Santos" (Kid Abelha), empatadas

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Repararam no traço do desenho da capa do disco? Pra quem conhece um pouco do cartum nacional, fica fácil saber quem fez: Angeli (autor das tiras Bob Cuspe, Rê Bordosa, Mara Tara, etc)

Um pedacinho do disco:

sábado, 2 de julho de 2011

#278 Nando Reis, "Luau MTV"

Já comentei por aqui que os discos ao vivo foram uma peste lucrativa no mercado fonográfico nacional. Neste segmento, a MTV descobriu que os acústicos eram particularmente uma mina de ouro. O formatinho "sucessos-em-voz-e-violão" foi explorado até a última gota de sangue e centavos. Quando a fórmula estava esgotada, a sabida emissora mudou um pouco o contexto e criou o "Luau MTV", que nada mais é que um acústico gravado na praia! Olha que esperto: do palco para a areia e nada mais.

E nesta potencial mina de ouro, a MTV convidou o Nando Reis. Barbada, né? Cara talentoso, excelente compositor e com diálogo com a geração que o acompanhou ao lado dos Titãs e a garotada que o descobriu como líde de Os Infernais. Tinha tudo para dar certo e deu mesmo. No repertório, sucessos da sua carreira solo, como "A Letra A", "Relicário", "Luz dos Olhos" e "Por Onde Andei", dentre muitas outras músicas maneiras. Para temperar, o ruivo ainda recebe as participações especiais de Andreas Kisser, Samuel Rosa, Negra Li e Andréa Martins. Esta última é vocalista da ainda pouco conhecida Canto dos Malditos na Terra do Nunca. Gosto muito deste CD.

A música que eu mais ouvi neste disco
Depois de muito ouvir "Por Onde Andei" no "MTV ao Vivo", dediquei especial atenção à "Sou Dela".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Para falar a verdade, não lembro de outro "Luau MTV" lançado em CD. Puxando pela memória (e pelo Google), vi o Los Hermanos e os Titãs, mas o registro saiu apenas em DVD.

Um pedacinho do disco





sexta-feira, 1 de julho de 2011

#277 Phil Collins, "Serious Hits... Live"


Sabe aquela fama de que baterista é aquele cara quieto da banda, meio fechadão, que muitas vezes é o ponto de equilíbrio entre os egos dos mais estrelas (especialmente guitarista e vocalista)? Pois o Phil Collins é a exceção que confirma a regra. Era o batera de uma banda cascuda (Genesis), mas quando seu vocalista saiu em carreira solo (um tal de Peter Gabriel, conhecem?), Phil assumiu os vocais e arrebentou. Algum tempo depois, saiu ele em carreira solo e, na minha humilde opinião, fez muito mais sucesso do que seu ex-companheiro de banda.


Tenho aqui a impressão de ter crescido ouvindo hits do Phil Collins. De tempos em tempos, tinha alguma dele tocando sem parar nas rádios. Nunca cheguei a ser grande fã do cara, mas é inegável sua competência em fazer boas músicas pop. Nos clássicos churrascos dos tempos de faculdade, sempre alguém aparecia com um CD ao vivo dele, com os maiores sucessos. Tanto que corri atrás pra comprar uma cópia pra mim e cá estamos nós ;)

O CD não é de um show específico, tem gravações de diversos shows da turnê Serious Hits. Se você ouvia alguma coisa de música durante os anos 90, não vai passar ileso por grandes hits como "Agains all odds", "Don't lose my number", "Another day in paradise", "Do you remember?", "Two hearts" e "One more night". Diversão garantida!

A música que mais ouvi neste disco
"Agains all odds", uma das melhores baladas pop de todos os tempos

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Em 2007, estava voltando de Goiás de carro com namorada e um casal de amigos. No decorrer da longa viagem, começamos a ter uma série de discussões a respeito de que música ouvir, e parecia que jamais chegaríamos a um consenso de um CD que agradasse a todos. Esse aqui era a única unanimidade dos CDs que levamos. Depois da viagem, fiquei uns 2 anos sem nem poder ouvir a voz do Phil Collins, de tão de saco cheio que eu fiquei

Um pedacinho do disco: