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quarta-feira, 13 de julho de 2011

#289 Gabriel o Pensador, "Gabriel o Pensador"


Uma coisa eu posso dizer para meus (futuros) filhos: eu vivi para ver nascer a genuína música de protesto. Não foi nada assim glamouroso como acompanhar o embate entre Chico Buarque a censura, ou mesmo os militares no cerco a Vandré. Mas fui da época dos caras pintadas (embore eu ache que o "movimento" tenha sido muito menos do que pintam os documentários da época). E nessa época houve um tal Gabriel o Pensador que lançou nas rádios uma música polêmica: "Tô feliz (matei o presidente)".


Na época não tínhamos essa profusão de funks de hoje em dia (se bem que estes estão um tanto longe de ser música de protesto, mas tudo bem). Caso tivesse, talvez Gabriel fosse mais um funkeiro. Mas felizmente (na minha opinião), sua verve criativa se direcionou para o rap. Ok, Chico era criativo fazendo MPB e sambinhas, mas Gabriel tem seu valor como rapper. Mais do que isso, como letrista. Tanto que o ritmo nem era tão popular por aqui, mas seu CD vendeu pacas. Inclusive pra mim.

Praticamente o CD todo é uma coleção de protestos da mente criativa de Gabriel, auto intitulado Pensador. Ganhou notoriedade com a música de cunho político, mas ficou famoso mesmo com outros 2 petardos: "Lôraburra", dedicada ao estereótipo da oxigenada sem opinião, e "Retrato de um playboy (juventude perdida)", que acertou em cheio um tipinho muito comum naquela época, e que Gabriel com certeza viu aos montes na PUC - faculdade onde estudou (e eu também aliás). O CD tem outras músicas boas mas de menos pegada, todas com algum tipo de protesto (descaso aos mendigos, regime militar obrigatório, desigualdade social, etc)

A música que mais ouvi neste disco
Quase com certeza foi "Lôraburra", pelo enorme sucesso que fez na época

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Gabriel fez a música "Tô feliz (matei o presidente)" toda inspirada no impeachment de Collor, e na época sua mãe (a jornalista Belisa Ribeiro) era assessora dele.

Um pedacinho do disco:


1 comentários:

Surfista disse...

O mérito do Pensador foi fazer rap com sotaque brasileiro, sem pose de mau com boné virado para trás.