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terça-feira, 30 de novembro de 2010

#064 The Beach Boys, "20 Good Vibrations - The Greatest Hits"

Simplesmente o melhor do melhor de uma das bandas mais influentes do Pop Rock mundial. E sem exagero: artistas como R.E.M., Fleetwood Mac, Mamas and the Papas, Jesus and Mary Chain, etc; citam a banda como influência. Os Beach Boys são também os "avôs" do que costumam chamar de surf music, talvez por ser a primeira banda a cantar o esporte abertamente em suas músicas. Incluindo aí "Surfin' USA", que dispensa apresentações.

Quando fui aos EUA nos tempos áureos do Plano Real, estava aproveitando a cotação 1 US$ = 1 R$ pra comprar de tudo um pouco. No meu caso, CDs, camisas e peças pro computador (trouxe de lá praticamente um PC completo, desmontado). Dentre os muitos CDs, bati o olho nessa coletânea e comprei sem pensar duas vezes. Custou a bagatela de US$7, quando na época os CDs aqui custavam entre R$12 (catálogo) e R$19 (lançamentos). Preço de banana mesmo!

O disco tem ao todo 20 músicas, todas lançadas entre 1962 e 1966, com exceção a "Kokomo", lançada em 1988 (trilha sonora do filme "Cocktail", do Tom Cruise). Pra uma banda da importância do Beach Boys, seria muita barbeiragem fazer uma coletânea ruim com 20 músicas apenas. O CD rodou até gastar em todos os carros que eu tive, até sua honrosa aposentadoria - depois que passei tudo pra MP3.

A faixa que mais ouvi neste disco
"God only knows", aquela que emocionou muita gente no final de "Simplesmente amor" (Love, actually), e que foi uma das músicas-tema de um namoro bastante significativo

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Wouldn't it be nice" faz o estilo alegrinha, mas passa uma mensagem bem legal do que seria um relacionamento bem sucedido. Não por acaso é uma das músicas mais importantes da trilha sonora do filme "Como se fosse a primeira vez" (50 first dates) e foi sabiamente escolhida como a música de encerramento da cerimônia de um casamento de amigos meus em 2006. Sempre que ouço lembro deles e quando possível mando um recado (eles hoje moram fora do país)

Um pedacinho do disco:


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

#063 U2, "How to Dismantle an Atomic Bomb"

Verdade seja dia, nossos coleguinhas do U2 sabem produzir um single. Quando ouvi "Vertigo", eu me senti na obrigação de comprar "How to Dismantle an Atomic Bomb". A canção gruda nas orelhas que nem brinco de pressão e demora para sair.

Só que uma andorinha apenas não faz verão e o restante do repertório não me animou tanto. "City of Blinding Lights" é bacaninha e tals, mas, no geral, tem muitas baladinhas, muitos mimimis do Bono. Sei lá... achei adocicado demais. Tive essa impressão porque este álbum tinha a responsabilidade de seguir o ótimo "All That You Can't Leave Behind", que era mais rock'n'roll e caiu nas graças do povão. Na opinião do blogueiro, "How to Dismatle an Atomic Bomb" é um CD ok na discografia do U2. Nenhuma maravilha, mas também não é ruinzão. Não mudou o rumo da música mundial, mas não chegou a fazer feio.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Vertigo" bombou nas rádios, na MTV, na Internet e no meu CD-Player também.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"How to Dismantle a Atomic Bomb" também foi lançado em versão dupla, com um DVDzinho divertido. Não é nada, não é nada... não é nada de mais mesmo.
A segunda passagem do U2 pelo Brasil foi na turnê deste disco. Eles se apresentaram apenas em São Paulo, então não rolou de ir ver deste vez.

Um pedacinho do disco:

domingo, 28 de novembro de 2010

#062 Deee Lite, "World Clique"


A chegada da MTV Brasil foi uma grande revolução no cenário musical brasileiro. Até então, as rádios FM e sua sólida estrutura de jabás e gravadoras comandavam o que as pessoas ouviam e gostavam. Mas com a chegada de um canal quase que exclusivamente de videoclipes (sim, a MTV passava MUITA música na época), a influência naqueles que gostavam de ouvir novidades foi sensível. A chacoalhada no nosso mercado foi similar a que rolou no mercado de automóveis com a chegada dos importados, no início da década de 90: opções.

E nesse pacotão inicial da MTV, na época ainda importando quase tudo da matriz americana, vieram: Lisa Stansfield, Supergrass, Counting Crows, Spin Doctors, etc. Dentre eles, veio um grupo dance "globalizado" chamado Deee Lite. Insistiam no rótulo globalizado por ser formado pela vocalista americana Lady Miss Kier Kirby, pelo DJ russo Dimitri e pelo DJ japonês Towa Towa. Seu principal single foi com certeza um dos grandes sucessos da década de 90: "Groove is in the heart" até hoje é assídua nas pistas de dança de apelo mais pop. Mas o colecionador de CDs que vos digita não quis saber só do single e comprou o disco, na esperança de expandir a experiência. E foi um certo anticlímax.

Além da faixa famosa, outras 4 músicas são muito boas: "Power of love" (embora a versão do clipe seja BEM melhor do que a do disco), a preguiçosa "Smile on", a contagiante "Good beat" (ótima pra correr inclusive) e a pouco conhecida "Heart be still", que além de gostosa de ouvir tem uns samples legais (especialmente de metais de sopro). Fora isso, o disco deixa a desejar. Claro, 5 músicas boas em 12 é um número expressivo se você considerar uma época onde muitos artistas lançavam discos com no máximo 2 boas, mas as outras na minha opinião eram tão destoantes que ficou essa impressão de ser um disco meia boca.

A música que mais ouvi neste disco
Com certeza, "Groove is in the heart"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Apesar de não ser nenhuma sumidade em termos de beleza (aliás, muito pelo contrário), eu na época tinha altos sonhos calientes com a vocalista do Deee Lite. Talvez arroubos de adolescência tardia, talvez falta do que fazer (ou de quem fazer :D)

Um pedacinho do disco:

sábado, 27 de novembro de 2010

#061 Trilha Sonora, "Stealing Beauty"

Passei o famigerado réveillon do ano 2000 na praia de Copacabana (no Leme, mas precisamente). Chovia horrores, mas foi divertido e tals. Como procedimento padrão, tropecei nos despachos, tomei um banho de Sidra Cerezer e abracei os bêbados desconhecidos. Só que minha atenção estava lá do outro lado do bairro. Em uma festinha na Rua Conselheiro Lafayette, quase Ipanema, havia uma certa moça que dominava o meu coração naquela época. Não demorou muito para eu me despedir dos amigos e ir correndo encontrá-la.

Era uma festa estranha com gente esquisita, mas eu só tinha pensamentos para uma pessoa. No meio do agito e gente de branco, eu a encontrei deitada no sofá da sala, com uma taça de prosseco na mão e um sorriso bêbado. Ela não permitiu que eu dissesse nada: me puxou pelo colarinho e me deu um beijo longo. "Feliz ano novo, querido". Lembro de cada detalhe por causa da música que estava tocando na tal festa estranha com gente esquisita: "Glory Box", do Portishead. Além de er montado o clima, a canção faz parte de uma das minhas trilhas sonoras preferidas: "Stealing Beaty" ("Beleza Roubada"), do Bernardo Bertolucci.

Para começo de conversa, o CD é absurdamente sensual, a começar pelas três faixas iniciais: "2 Wicky" (Hoover), a citada "Glory Box" ( Portishead) e "If 6 was 9" (Axiom Funk). E no repertório ainda tem Cocteau Twins, Billie Hollyday, John Lee Hooker, Nina Simone e Stevie Wonder horrorizando na clássica "Superstition". O filme é ótimo, mas a trilha sonora é fantástica.


A faixa que mais ouvi neste disco
Empate técnico entre "Glory Box" e "Superstition".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Quer uma presepada maior do que a já contada na resenha??? Tá de bom tamanho, né?
Ah, encontrei com a musa deste disco outras vezes. Algumas até com "Glory Box" na trilha sonora, mas o caso não andou. Sofri que nem um cão danado, mas a música sobreviveu.


Um pedacinho do disco



sexta-feira, 26 de novembro de 2010

#060 R.E.M., "Murmur"

Comecei a me encantar com o R.E.M. ao ouvir 'It's the end of the world as we know it', finalzinho dos anos 80. A partir daí, fui voltando na história da banda, a buscar seus discos anteriores. Numa época sem napster, mp3 ou coisa parecida, recorri a um amigo músico, que gravou pra mim uma fita cassete com as prediletas dele. Era realmente uma coletânea, com músicas dos 6 discos lançados pela banda até então. Junto com a fita, uma recomendação: "se quiser ouvir um disco realmente magistral, comece logo pelo primeiro de todos". Dito e feito: fui aos EUA em 1995 numa viagem Miami-Orlando-Disney-eletrônicos-dólar barato, e dentre os quase 20 CDs que trouxe, estava o "Murmur", primeiro longplay da banda (após o sucesso do EP Chronic Town).

Coloquei pra ouvir e fiquei atônito: clima introspectivo, com baixo melódico conduzindo a música, guitarras complementando sem roubar a cena e vocal inspirado com letras cheias de metáforas. Sim, AQUILO era o R.E.M. que eu ouvi na fita cassete, apesar de diferente das que faziam sucesso na época ("Stand" principalmente, do 6º disco - Green). Muito agradável a ouvidos viciados tanto em The Cure quanto em U2. De apelo mais pop, só a faixa de abertura ("Radio Free Europe"), que eu particularmente enjoei rápido. Ouvi o disco inteiro várias vezes, e dou destaque a "Moral Kiosk", "Pilgrimage", "Talk about the passion" (quem curte uma linha deprê com certeza se amarra nessa aqui) e "Shaking through". Além de mim, o fã clube oficial do R.E.M. destaca também "Perfect Circle", a ponto de pedir sua inclusão num acústico MTV da banda nos anos 80.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Perfect Circle", pra mim a grande preciosidade desse disco. Até hoje, está no meu Top5 de músicas bonitas

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Em 2006, passei um fim de semana numa capital do Sul do Brasil. Viagem guerreira: ida de avião e volta de ônibus. Fim de semana memorável, daqueles perdidos no tempo que você sempre vai lembrar com carinho e pedir pra jamais esquecer. A minha anfitriã não conhecia bem R.E.M., que eu fiz questão de apresentá-la. Na época, ela se viciou rapidamente na banda, tornando-se uma das prediletas dela (não sei hoje). E na volta pro Rio, ao ouvir o playlist que eu fiz pra ela, fiquei com "Sitting Still" na cabeça. E é a música que sempre me faz lembrar daqueles dias.

Um pedacinho do disco:

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

#059 Caetano Veloso, "Circuladô Vivo"

Aos 15 anos, eu ganhei um violão. Era um DiGiorgio reluzente e lotado de possibilidades. Imediatamente, pensei em quantas gatinhas eu iria pegar assim que aprendesse a dedilhar "Como Eu Quero", do Kid Abelha, ou "Você É Linda", do Caetano. Comecei algumas aulas em uma escola clássica de violão em Petrópolis. Na sala, estudávamos eu, uma garota e um menininho que mandava muito bem no cavaquinho. Só que o professor devia me achar com cara de pagodeiro e só me passava sucessos do Só Pra Contrariar, Raça Negra, Art Popular e Molejo. Pô, cadê o Kid Abelha?

Tal e qual um Daniel-san paciente e sedento pela arte da viola, eu aprendia a tocar os pagodes todos. Nada de Eric Clapton ou da Legião Urbana. No meu calvário, a parte legal era trocar figurinhas com a menina, que sacava muito de música e curtia os mesmos sons que eu. Numa dessas, ela me recomendou o "Circuladô Vivo", do Caetano. Chegou a me emprestar o CD duplo e adorei. As bolachinhas eram recheadas de músicas bacanas.

Além dos sucessos do baiano, "Circuladô" tinha Michael Jackson, Djavan, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Bob Dylan, Ary Barroso, Roberto Carlos e até Carlos Gardel. Eu me tornei fã do Caetano e, com o tempo, passei até a aturar as suas polêmicas eventuais. Como artista, o filho da Dona Canô é sublime. Ele expressa a música brasileira como poucos - se você me permite a ousadia do excesso.

Ah, até hoje não sei tocar "Você É Linda", mas o violão ainda está guardado.

A faixa que mais ouvi neste disco
Obviamente, "Você É Linda". Nem preciso explicar, né? Como é bonitinha essa música, tão certinha.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Não peguei a colega de aulas de violão. Na verdade, nunca a chamei para sair. Eu era um garoto tímido.
Uma vez, eu tinha vasto interesse em uma mocinha. Sem saber o que fazer, escrevi um bilhetinho com um verso: "Você me deixa a rua deserta, quando atravessa e não olha pra trás".

Um pedacinho do disco:





quarta-feira, 24 de novembro de 2010

#058 Titãs, "Acústico MTV"

A moda de fazer versões acústicas de grandes sucessos começou junto com o surgimento da MTV Brasil, na década de 1990. O primeiro foi com Marcelo Nova, vocalista do grupo Camisa de Vênus. Depois dele, os grandes artistas da MPB e do BRock (como são conhecidas as bandas de pop rock nacionais surgidas na década de 80) aderiram ao formato e entraram nessa de ganhar dinheiro com releituras de suas músicas em versão acústica. Mas só a partir da segunda metade da década de 90 é que a vocação de mina de ouro para os acústicos se consolidou, não só enchendo o bolso de muitos artistas como também ressuscitando uns que estavam esquecidos (o caso do Capital Inicial, por exemplo).

Não lembro do piloto com Marcelo Nova, mas posso dizer que do Acústico MTV Barão Vermelho (o 2º) em diante, todos os trabalhos são muito bons. Mas justiça seja feita: o grande responsável pelo boom dos acústicos foi o do Titãs. Olha que eu nem fui tão fã assim da banda - na minha adolescência eu gostava de algumas músicas, mas no overall eu preferia Legião e Paralamas. Mas o repertório, a produção e as músicas novas do Acústico MTV Titãs fazem dele uma obra prima. Por isso mesmo, é considerado um dos trabalhos mais importantes do rock nacional.

E lá estavam todos os grandes e relevantes sucessos dos Titãs - com destaque para "Comida", "Marvin", "Flores", "Diversão" e "Televisão". Pra mim faltava "Insensível" (que eu adoro), mas era melhor terem deixado de fora, ao invés de matarem a música no Acústico 2 que lançaram algum tempo depois.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Nem 5 minutos", uma das novidades do disco, que tem um apelo carnavalesco que eu adoro.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Nesse acústico começou a moda das participações especiais de outros artistas da MPB, que virou quase uma constante nos acústicos seguintes. Dele participaram Marisa Monte (em "Flores"), Jimmy Cliff ("Querem meu sangue", cuja versão original é dele mesmo), Fito Paez ("Go Back"), Marina Lima ("Cabeça Dinossauro"), Rita Lee e seu marido Roberto de Carvalho ("Televisão") e o ex-integrante Arnaldo Antunes (em "O Pulso"), lembrando que até então só ele tinha saído da banda.

Um pedacinho do disco:

terça-feira, 23 de novembro de 2010

#057 Kid Abelha, "Meio Desligado"

Antes da coqueluche dos acústicos, o Kid Abelha gravou um disquinho bem simpático com vários sucessos de sua carreira. Sem a chancela da MTV (ou do Multishow, mais recentemente), Paula Toller, George Israel e Bruno Fortunato registraram várias músicas em formato "quase-unplugged" na turnê de 1994 e criaram o bem-sucedido "Meio Desligado". No repertório, "Deus (Apareça na Televisão)", "Como Eu Quero" (óbvio!), "Por que não Eu" e outras babas em arranjos mais enxutos.

Comprei este CD nos tempos de colégio, para variar meus títulos entre rock'n'roll e pop-para-pegar-a-coleguinha. No quesito músicas fofinhas, goste ou não, o Kid Abelha é mestre jedi.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Grand'Hotel" é uma canção que foge do universo jovem-praia do Kid Abelha. A canção trata muita maturidade sobre um "quase-amor". Tem um verso muito bonito: "Se a gente não tivesse feito tanta coisa / Se não tivesse dito tanta coisa / Se não tivesse inventado tanto / Podia ter vivido um amor Grand'Hotel". Singelo!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Lançado em 1994, um dos destaques de "Meio Desligado" era a música "Eu Tive um Sonho". A música em si não tem nada de mais, porém o clipe era esquisitíssimo e lisérgico. Paula Toller (com cabelos quase brancos) sai de uma piscina e corre para um gramado repleto de anões de jardim e almofadas. George e Bruno tocam entre bichinhos de pelúcia. Deitada no gramado, a cantora é atingida por uma bola de futebol e, em um passe de mágica, surge com o uniforme do São Paulo. Logo é erguida pelo... Raí. Em vez de qualquer romantismo, Raí bota Paula para jogar, fazer aquecimento e alongar. Até dribla a moça. Paula larga Raí e acaba o clipe com... uma orelha. É ou não é o máximo?
Ah, 1994 e Raí te lembram alguma coisa? A Copa dos EUA, talvez? O clipe foi um sucesso e o camisa 10 do São Paulo virou "muso" da torcida feminina.


Um pedacinho do disco:





segunda-feira, 22 de novembro de 2010

#056 Paralamas do Sucesso, "Vamo bate lata (ao vivo)"

Em alguns verões da década de 90, um dos grandes programas era ver bons shows na praia. Quase toda semana tinha um, seja em Ipanema (na altura do posto 10), seja no Arpoador. E era quase sempre show de primeira linha, com o que havia de melhor nas rádios cariocas. E num desses shows, tocou o Paralamas. Era a turnê de promoção do Cd 'Vamo batê lata', que continha músicas gravadas ao vivo no Palace, em São Paulo (atual Citibank Hall de lá) e 4 músicas novas num CD bônus. Entre elas, "Uma brasileira", premiada parceria com Djavan (e letra de Carlinhos Brown) que infestou as rádios nacionais pelos idos de 1995.

Fui a esse show sozinho, num domingo no fim da tarde. Até encontrei algumas pessoas perto da ciclovia, mas eu estava ali pra ver o show e não pra ficar na social. Parti pra areia e fiquei lá, cantando todas as músicas, embevecido com o repertório do Paralamas, tão presente na minha adolescência e naqueles dias de verão. Perfeito pra pensar na vida, rever planos, lembrar de pessoas.

Das bandas do pop rock nacional, pra mim o Paralamas é o melhor show, sem sombra de dúvida (o que eu pude comprovar anos depois no show do Sting, aberto pelo Paralamas, que mantiveram o padrão mesmo com seu vocalista numa cadeira de rodas). E uma das que mais me transporta no tempo, qualquer que seja o contexto

A faixa que mais ouvi neste disco
"Trac trac", do argentino Fito Paez, com "Uma brasileira" vindo logo atrás.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
No CD bônus, havia uma música protesto com base no relato de um líder sindical que dissera que no congresso havia "300 picaretas com anel de doutor". Era um tal Luis Inácio 'Lula' da Silva, queridinho da sociedade alternativa pelas idéias comunistas e pela postura radical. Quem diria, hein?

Um pedacinho do disco:

domingo, 21 de novembro de 2010

#055 Iggy Pop, "Best of... Live"

Ladies and Gentleman, Iggy Pop...

Tirem as crianças da sala, pois Iggy Pop está na vitrola – sobrevivendo a todos os excessos lisérgicos, químicos, etílicos, sexuais e musicais dos anos 1970. E neste disco, o cantor apresenta diferentes fases da sua carreira, como músicas da época dos Stooges e da parceria (entenda como quiser) com David Bowie. Tem "China Girl", "1969", "Raw Power" e "The Passenger", dentre outros petardos punks, gravados em uma penca de lugares diferentes durante a década de 1980.

Confesso que nunca acompanhei muito a carreira do Iggy. Eu o conheci em uma cinebiografia não-autorizada chamada "Velvet Goldmine", que tinha o Christian Bale e o Ewan MacGregor (como o Iggy Pop) no elenco. Confesso também que só comprei este disco porque reunia as músicas mais significativas da sua carreira. Evito coletâneas, mas esta caiu como uma luva. Passei a conhecer melhor a música do cara e me interessar pela sua trajetória.

Se um holocausto nuclerar varrer a face da terra, apenas sobreviverão as baratas e o Keith Richards. Possivelmente, o Iggy Pop também.

A faixa que mais ouvi neste disco
Ok, ok, "The Passenger" é a música mais pop do Iggy. Fez sucesso e ganhou até uma versão nacional do Capital Inicial. Mas, neste disco, adorei "Lust for Life". Em "The Best of... Live", o cantor começa a música dando um esporro em todos os nazistas do mundo. Docemente, ele manda todos os extremistas chuparem seu... bom, você entendeu. Grande Iggy Pop!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Fico devendo.

Um pedacinho do disco:


sábado, 20 de novembro de 2010

#054 Blur, "The Great Escape"

Depois de ouvir o "Modern Life is Rubbish" até o CD se desfazer, estava bastante ansioso pelo CD seguinte dos ingleses do Blur. Comprei o disco em março de 1996, logo antes de viajar com a galera da faculdade para um feriadão em Búzios. E em pouco tempo me encantei com o britpop ligeiramente experimental do 3º disco do Blur, enquanto a maior parte da galera alternava entre músicas do Planet Hemp, "Stomp" (música dance muito popular nos anos 90, do DJ Tragik), alguns sambinhas e funks.

Apesar da agitação na Região dos Lagos naquele feriado, tive vários momentos de introspecção na viagem. E para estes momentos, as músicas desse disco caíram como uma luva. Não se pode dizer que foi a trilha sonora da viagem, mas com certeza me lembro daqueles dias quando escuto o disco. Especialmente "Country House", "The Universal", "It Could Be You" e "Best Days".

A faixa que mais ouvi neste disco
"Country House", que também foi muito martelada pela MTV na época. Sim, naquela época você podia ouvir música na MTV

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
No livreto que acompanha o CD, além das letras tinha também os acordes de cada música. Algo relativamente raro de se encontrar, especialmente em discos estrangeiros (se não me engano, o Legião Urbana fazia isso com alguma frequência)

Um pedacinho do disco:

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

#053 Gilberto Gil, "Unplugged"

Gilberto Gil gravou o seu acústico MTV em meados dos anos 1990. O formato ainda era relativamente novo e, se não me engano, apenas Moraes Moreira tinha se aventurado por ele. Pois Gil colocou o projeto de "sucessos-no-formato-voz-e-violão" em um nível altíssimo e, na minha opinião, produziu um dos discos mais autenticamente brasileiros da história. De quebra, ainda aproximou o seu trabalho da moçada mais jovem.

Acho que "Unplugged" concilia o superlativo e o minimalista. A banda é magistral, o repertório é fabuloso e o intérprete está inspiradíssimo, mas cada música é tocada com simplicidade e equilíbrio comoventes. Você encontra a alegria de "Expresso 222", a folia de "Toda Menina Baiana" e o hino "Aquele Abraço" no mesmo pacote das suaves "A Paz", "Sampa" e "Drão".

"Unplugged" nunca saiu do catálogo da gravadora e, hoje em dia, você pode encontrá-lo aos montes nas Lojas Americanas pela módica quantia de 10 merrecas. Vale uma futucada naquela pilha de CDs.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Unplugged" é o tipo de disco para ser ouvido de cabo a rabo, mas adoro "Sítio do Pica-Pau Amarelo", minha primeira memória musical. Minha mãe conta que costumava me ninar ao som desta canção e era vapt-vupt: eu dormia candidamente em minutos.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Depois que me formei, meu 1º emprego foi na produtora do Gilberto Gil. Eu o vi pela primeira vez lendo um jornal em uma das salas. Ele sempre foi um dos meus artistas favoritos e fiquei à beira do deslumbramento. Durante três anos, ele foi o meu chefe e sempre foi um sujeito de convívio delicioso. Era um "pretinho" tão simples, tão humano, que nem parecia o gênio que é. Em uma tarde de trabalho, eu superei a timidez e pedi um autógrafo em dois discos que eu tinha: "Quanta" e "Unplugged". Ele escreveu "Douglas, axé e paz. Gilberto Gil". Nada de excepcional ou exclusivo, mas totalmente Gilberto Gil.


Um pedacinho do disco:

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

#052 The Beatles, "Help!"

Eu praticamente cresci ouvindo músicas dos Beatles, graças ao meu irmão mais velho com quem dividia quarto, que era absolutamente viciado na banda. Dessa época, no entanto, eu só tenho memória de algumas músicas mais famosas. Anos depois, início dos anos 90, meu irmão casou e saiu lá de casa. Os vinis dele foram junto, claro. Fiquei com algumas músicas gravadas em fita, mas pensava em começar minha própria coleção de discos dos Beatles.

Help! foi a minha segunda aquisição (antes veio o meu predileto deles, Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, do qual já falei por aqui). Como a maioria dos discos que comprei na década de 90, comprei motivado pelas duas músicas que eu conhecia: "Help" e "Yesterday". Pouco tempo depois, viajei com minha família para passar férias em Marataízes (ES), mas sem esquecer de gravar uma fita com o disco. Apesar de ter levado umas 10 fitas cassete na viagem, esse disco virou praticamente a trilha sonora da viagem. Em pouco tempo, me apeguei a "You're gonna lose that girl", "It's only love" (até hoje uma das minhas românticas prediletas) e "Tell me what you see", deixando as 2 mais famosas de lado.

A faixa que mais ouvi neste disco
"You've got to hide your love away" e "Tell me what you see" empatadas

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Na viagem a Marataízes, dividia o fone do walkman com meu primo, e devido a gravação em 4 canais, só conseguíamos ouvir parte da música: ou os vocais+guitarra base ou a base instrumental+backing vocals. De brincadeira, cantávamos as músicas do disco, cada um fazendo uma das vozes (o que é muito relevante em músicas como "You like me too much", por exemplo). E foi dessa brincadeira que ele se empolgou a aprender violão. Já eu, fiquei fascinado pelas levadas de bateria (especialmente de "Tell me what you see"). Não cheguei a aprender bateria porque achava que não tinha coordenação motora para isso, mas sabia que algum instrumento eu tinha que aprender um dia.

Um pedacinho do disco:



quarta-feira, 17 de novembro de 2010

#051 Raimundos, "Lavô Tá Novo"

Em meados dos anos 1990, o rock80 estava cada vez mais distante da molecada (em todos os sentidos). Barão, Paralamas e Legião continuavam firmes e fortes, mas havia a expectativa por uma novidade, caras novas na cena brasileira. E nessa onda, surgiram Planet Hemp, Pato Fu, O Rappa, Skank, Jota Quest e uma certa banda subversiva que misturava forró com hardcore em letras abarrotadas de palavrões, sexo, drogas e safadezas. Vindos de Brasília, os Raimundos logo se transformaram no terror das mães e caíram no gosto dos espinhentos cabeludos. Inclusive, no meu - e olha que eu nem era cabeludo.

Depois do relativo sucesso do disco de estreia, "Lavô Tá Novo" veio arregaçando! Rodolfo acelerava no repente sobre a cama de barulho criada por Fred, Digão e Canisso. A técnica musical nem era apurada, mas e daí? Os Raimundos queriam fazer a molecada pular e bater cabeça. Eu fui a dois shows da banda e, em ambos, saí encharcado de suor - fora alguns hematomas.

"Lavô Tá Novo" trouxe o sucesso nacional e uma avalanche de porradas, como a clássica "Eu Quero Ver o Oco"
e as frenéticas "Tora Tora" e "Pitando no Kombão". Nas rádios mais liberais, os Raimundos emplacaram "O Pão da Minha Prima" (mesmo com um palavrão cabeludo no final) e a non-sense "I Saw You Saying".

A faixa que mais ouvi neste disco
Na humilde opinião do blogueiro, "Eu Quero Ver o Oco" foi a música mais divertida do rock nacional dos anos 1990.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O primeiro show que vi depois de 2000 foi dos Raimundos, no Citibank Hall (ex-Metropolitan, ex-Claro Hall, ex-ATL Hall e futuro ex-Citibank Hall).
Certo sábado, estava vendo Xuxa pela manhã e, de repente, quem aparece no palco: Rodolfo, Digão, Fred e Canisso com sorrisos pimpões. Eles cantaram "I Saw You Saying" e ainda atacaram um cover de "Ilariê". Coisa igual só vi quando os Ratos de Porão pintaram no palco da Mara Maravilha.
Zenilton, sanfoneiro cabra-macho do Nordeste, participa de "Lavô Tá Novo" em várias faixas. A curiosa "Tá Querendo Desquitar (Ela Tá Dando)" é de sua autoria.
Quando a banda estava no auge e era a maior do Brasil, Rodolfo se converteu ao protestantismo e saiu da banda para formar o Rodox. Pouco depois, pirou o cabeção e largou tudo para seguir carreira no gospel. Os Raimundos nunca mais se acertaram.
Rubro-negro fanático, Rodolfo gravou o clipe de "Puteiro em João Pessoa" com a camisa do Mengão! Não é desse disco, mas vale o comentário.

Um pedacinho do disco








terça-feira, 16 de novembro de 2010

#050 Chico Science & Nação Zumbi, "Afrociberdelia"

Chico Science & Nação Zumbi surgiram na cena musical brasileira cercados por algum preconceito. Afinal de contas, o mercado estava já viciado em acolher artistas nordestinos tocando ritmos nordestinos, e de repente surge Chico Science com toda uma estética diferente para o mainstream brasileiro: o tal do manguebeat. Mal sabiam os mais chatos que o manguebeat era muito mais que uma nova modinha alternativa. E eu fui um desses chatos, que na época ouvia rock demais e música brasileira de menos. Admito: fui influenciado negativamente pelo clipe de "A cidade" (do disco 'Da lama ao caos'), que era tocado com uma insistência irritante na MTV. Além disso, o maracatu não entrou de primeira nos meus ouvidos, e com isso eu tive um certo preconceito na época. Pior pra mim.

Em paralelo, Chico Science foi ganhando cada vez mais destaque na cena musical nacional, e em consequência disso foram contratados para se apresentar em um dos dias do Hollywood Rock de 1996. E lá fui eu pro festival no 3º dia de festival, indo ver bandas de reggae mais pra acompanhar uma menina que eu estava afim do que pelo dia em si. E na hora do Chico Science & Nação Zumbi, uma gratíssima surpresa! Não tinha como não se contagiar com a mistura de rock e maracatu dos caras! Gostei tanto que até esqueci do resto e fui correndo comprar esse CD. O disco inteiro é bem interessante, mas 3 músicas são qualquer nota: "Manguetown", "Macô" e "Maracatu atômico"

A faixa que mais ouvi neste disco
"Manguetown", apesar de ter ouvido muito "Maracatu atômico" também.


Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Este foi apenas o segundo disco da banda, mas o último com Chico Science, que morreu num acidente de carro em fevereiro de 1997. A banda seguiu adiante com Jorge dü Peixe em seu lugar, que já fazia parte da banda tocando alfaia. Por motivos óbvios, agora se chamam simplesmente Nação Zumbi

Um pedacinho do disco:

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

#049 Legião Urbana, "Descobrimento do Brasil"

No dia 1º de maio de 1994, eu fiz o que milhões de brasileiros faziam todo domingo: assistir uma corrida de Fórmula 1. Meu pai sempre foi fã de automobilismo e me incentivava o gosto pelas corridas. Que papai não me ouça, mas o que me fascinava mesmo era o Ayrton Senna pilotando. Por isso, nunca vou esquecer do meu assombro diante do acidente que o matou no GP de San Marino. Senna morreu ao vivo, em rede nacional, com narração do Galvão Bueno e uma nação incrédula.

Poucos meses antes, a Legião Urbana lançara "O Descobrimento do Brasil", o seu sexto álbum. Uma das faixas me comovia a cada audição. Em "Love in the Afternoon", Renato Russo cantava "é tão estranho / Os bons morrem jovens / Assim parece ser / Quando me lembro de você / Que acabou indo embora / Cedo demais" e eu, moleque novo e impressionável, quase chorava. Minha mãe ouvia esta canção e chegava a soluçar. Tudo graças ao Senna e à poesia do Renato. A própria banda admitiu que a letra se encaixava no contexto. Outras pessoas também associaram esta canção à morte do Kurt Cobain. Segundo li, a música foi dedicada a um amigo morto na saída de uma boate.

O single "Perfeição" estourou nas rádios e virou um novo hino da juventude engajada, mas "O Descobrimento do Brasil" tinha outros tesourinhos. "Giz", "Só Por Hoje", "Vamos Fazer um Filme" e "Vinte e Nove" refletiam um Renato Russo cada vez mais maduro e contemplativo.

A faixa que mais ouvi neste disco
Que óbvio: "Love in the Afternoon".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Perfeição" foi o último videoclipe da Legião Urbana.
Comprei "O Descobrimento do Brasil" em uma viagem a Belo Horizonte. No embalo, comprei "In Utero", do Nirvana.
O disco é dedicado à memória de Tavinho Fialho, pai do Chicão. Sabe quem é Chicão? O filho da Cássia Eller.
Em um show, Renato Russo declarou que "Giz" é música mais completa, mais bonita, que ele já compôs. Esse show virou disco. Falo sobre ele em outra ocasião.
Achei um vídeo do finado Programa Livre, que mostra comentários sobre "Love in the Afternoon".

Um pedacinho do disco:

domingo, 14 de novembro de 2010

#048 Midnight Oil, "10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1"

Início dos anos 90, acontece o grande boom da indústria de CDs. E eu entrei na onda direitinho: não podia passar numa filial das Lojas Americanas sem levar uns 3 pra casa. E foi justo numa dessas visitas que me deparei com esse CD do Midnight Oil. Nessa época, eu já tinha o Blue sky mining, e conhecia outras 2 músicas que tocavam na Fluminense FM ("Beds are burning" e "The Dead Heart", do CD Diesel and dust, do qual falarei mais pra frente), mas nunca tinha ouvido falar desse outro. Como naquela época não existia internet (muito menos MP3), resolvi arriscar e comprar o CD. E foi uma das vezes que armei e me dei bem.

"10 to 1" (como é conhecido resumidamente) foi o disco que colocou os Oils de vez nas paradas australianas (antes eles eram alternativos até mesmo para o público de lá), e deixa bem claro o discurso politizado da banda. Independente dessa mensagem, musicalmente é um disco com rocks contagiantes e algumas baladas gostosas de ouvir. Gostei da maioria na primeira audição (exceto "Power and the passion", que eu nunca cheguei a curtir), e logo gravei uma fita pra ouvir no ônibus a caminho do remo e da faculdade. Na época, eu já tinha idade pra tirar carteira, mas eu simplesmente não pensava nisso. Podia até dizer que eu já tinha uma mentalidade de pensar no coletivo, na otimização de recursos, mas na verdade eu era desligado mesmo.

A faixa que mais ouvi neste disco
"US Forces", pra mim a música mais equilibrada do disco

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Assim como aconteceu com as músicas do Blue sky mining, na minha cabeça eu relaciono as desse disco diretamente aos meus tempos iniciais no remo. E "Maralinga" é a faixa desse disco que me transporta automaticamente a essa época: acordar bem cedo, treinar forte, falar umas besteiras no café da manhã, e nas manhãs de sábado e domingo jogar futebol com o pessoal do clube no campinho ali perto, na saída do Rebouças. E também foi importante incentivo quando estava afogado no sedentarismo, pois me lembrava que era possível voltar. Cheguei lá uma vez, chegaria de novo.

Um pedacinho do disco:


sábado, 13 de novembro de 2010

#047 Andrew Lloyd Webber, "The Very Best of"

Lá no comecinho dos anos 1990, uma tia foi à Nova York e voltou cheia de causos para contar. Eram histórias sobre passeios na Time Square, caminhadas no Central Park, compras nos outlets e visitas aos principais pontos turísticos. Resumindo, todos os programas que a brasileirada faz quando pisa na Big Apple. Como presente para a minha mãe, a tia trouxe um CD do Andrew Lloyd Webber, mostrando algumas canções dos principais musicais da Broadway.

Eu, moleque buscando conhecimento musical, jamais tinha ouvido falar no tal sujeito com nome esquisito. Minha mãe idem. Porém, ambos já tínhamos ouvido falar no "Fantasma da Ópera" e "Evita" (antes da Madonna). O CD foi ouvido e logo arquivado. Antes que fosse parar na caixa das doações, eu decidi ficar com o disco. Por que razão? Não faço a menor ideia.

Como não poderia deixar de ser, o disco é todo grandioso: orquestras, cantores líricos, atmosfera teatral e essas presepadas. Ainda acho o disco meio monótono, mas ele é indiscutivelmente bem feito. O repertório gira em torno das principais canções de musicais como "Cats", "Sunset Boulevard", "Jesus Christ Superstar" e as citadas "Fantasma da Ópera" e "Evita". Entre os intérpretes mais conhecidos, estão a Glenn Close (a matadora de coelhos de "Atração Fatal"), a Barbra Streisand (o nariz judeu mais conhecido do mundo) e Jose Carreras (um dos Três Tenores). Fora isso, alguns talentosíssimos artistas desconhecidos. No resumo da ópera, o disco vale uma audição - nem que seja rapidinho.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Oh What a Circus", da peça "Evita", é uma das canções mais agitadas e bregas do CD. Foge totalmente à exuberância das demais músicas. Simpatizei com ela. No filme, Antonio Banderas (geralmente, dublado pelo Gato de Botas) canta. No disco, o intérprete é o David Essex. Quem? Não sei.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Minha tia também trouxe uma cópia de "The Very Best of Andrew Lloyd Webber" para ela. O disco foi parar na caixa de doações. O nosso exemplar está no meu armário de CDs até hoje. Por quê? Não faço a menor ideia.

Um pedacinho do disco:





* Provavelmente, este é um dos clips mais bregas desta jornada musical. Confira os mullets do cantor, que parece o Chuck Norris.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

#046 U2, "The Joshua tree"

Dizer que o U2 foi uma das melhores bandas dos anos 80 não é nenhuma novidade. Pra muitos, é uma das melhores bandas de pop rock de todos os tempos (e eu quase concordo com isso). Mas que tal falar do melhor disco do U2, gravado em seu auge (meados da década de 80) ?

Claro que cada um tem seu predileto (embora eu duvide que alguém idolatre o 'Pop', um dos álbuns mais controversos do grupo irlandês). Muitos inclusive elegem o 'Rattle and Hum', com muitos méritos inclusive. Já eu torço um pouco o nariz pra ele, por achá-lo "americano demais". O meu predileto é mesmo esse aqui, gravado em 1987 e que eu escuto bastante até hoje.

Basta uma olhada rápida nas faixas para ver quantas músicas fabulosas fazem parte do disco, com destaque para "Where the streets have no name" (que eu chamo de 'Melô de Brasília', pra onde vou muito desde sempre), "With or without you" (que cantada ao pé do ouvido faz tremer até a mulher mais insensível) e o hino dos solteiros desgarrados: "I still haven't found what I'm looking for". No entanto, a música que mais mexe comigo é "One tree hill", feita por Bono para o neozelandês Greg Carroll, que trabalhava na banda e morreu num acidente de moto em 1986. O tal morro de uma árvore só fica em Auckland, Nova Zelândia, daí a referência.

A faixa que mais ouvi neste disco
Disputa acirrada entre "One tree hill" e "I still haven't found what I'm looking for"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Início de 2006. Chegava ao fim um namoro bastante longo e intenso. Final complicado, pois a relação não mais funcionava para nenhum dos dois, que precisavam seguir seu caminho. Após a choradeira tradicional de um término desse quilate, deixo-a em casa e ligo o CD do carro no shuffle enquanto saio dirigindo a esmo. Lá fui eu no meio da madruga beber uma água de coco num quiosque da praia (Ipanema) e pensar na vida. E enquanto bebia, ecoavam os versos que ouvi Bono cantar na primeira música que tocou: "[...] I'll see you again when the stars fall from the sky /And the moon has turned red over One Tree Hill /We run like a river runs to the sea [...]" Ali eu entendi que nosso destino estava realmente selado, e que a vida precisava seguir adiante.

Um pedacinho do disco:

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

#045 Rolling Stones, "A Bigger Band"

Ouvi "A Bigger Band" há poucas semanas, isto é, em meados de junho de 2010. Sendo assim, descobri este CD com cinco anos de atraso e me sinto como um sujeito que chega tarde a uma festa muito boa. Provavelmente, eu ficaria mais cinco anos sem descobri-lo, se não fosse uma visita boboca às Lojas Americanas (sempre ela) e uma olhadinha rápida na prateleira de CDs. Tcham, num passe de mágica, Rolling Stones por 8 merrecas. Perfeito!

Independente à comparação aos grandes discos dos Stones de idos tempos, "A Bigger Band" não faz feio. Mick, Keith, Ron e Charlie apresentaram um álbum de estúdio com canções inéditas muito legais e que não pagam mico na discografia da banda. Cada uma das músicas tem pegada, tem arrojo e energia e a autorreferências às diferentes fases de sua carreira.

Tem rock clássico ("She Saw me Coming"), blues ("Back of my Hand"), baladinhas para tocar na rádio FM ("Streets of Love") e muitas guitarras ao pleno service da diversão. E, convenhamos, diversão é algo que os Rolling Stones fazem com perfeição.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Rain Fall Down" transpira sensualidade. A levada funkeada e a melodia saliente tornam essa música irresistível.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Não chega a ser uma presepada, mas costumo colocar esse CD para cozinhar. Sei lá, acho que ele desperta dotes culinários. Vai entender, né?
Momento confissão: gosto mais de Rolling Stones que Beatles.

Um pedacinho do disco:


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

#044 The Lord of the Rings - The Fellowship of the Ring (OST)

Mesmo quem não é tão ligado assim em música quanto eu e o Surfista vai concordar: a trilha sonora é a alma de um filme. Tem dúvida? Experimenta ver um filme de ação ou suspense sem volume. Não tem a MENOR graça. Mas no caso da premiada trilha de "Senhor dos Anéis", há um requinte: o compositor Howard Shore fez vários leitmotifs - pequenos temas para personagens / situações recorrentes ao longo do filme, e os costura na trilha de forma magistral. Mais ou menos o que John Williams fez com a "Imperial March", comumente associada a Darth Vader. No caso aqui, existem leitmotifs para os hobbits, para os nazghuls, para Isengard, para o anel propriamente dito, e por aí vai.

Quando vi o filme, já tinha lido os 3 livros e ficava queimando os neurônios tentando imaginar como Peter Jackson conseguiria transferir aquele mundo para as telas, e fiquei extasiado com o que vi / ouvi. Se antes eu já era fã de trilhas sonoras de filmes, nesse aqui eu fiquei enlouquecido. Ouvi várias vezes o CD no carro, e ouvir a trilha na íntegra (e sem shuffle) me fazia lembrar de cada cena

A faixa que mais ouvi neste disco
"The Bridge of Khazad-dûm", que vem a ser aquela música tensa de quando eles estão saindo da mina, na qual Gandalf enfrenta o Balrog.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Em outra faixa do disco chamada "The council of Elrond" (que eu também adoro), Enya canta versos em élfico, idioma inventado por Tolkien para dar mais realismo à história e que é falado e estudado por alguns milhares de nerds pelo mundo. Você encontra letra e tradução aqui

Um pedacinho do disco:

terça-feira, 9 de novembro de 2010

#043 AC/DC, "Black Ice"

No comecinho de 2009, comprei um aparelho de som com potencial para incomodar a vizinhança. O bicho era cheio de breguetes: MP3, ripador de discos, saída USB, função karaokê (que nunca usarei) e o cacete a quatro. Para inaugurar o brinquedo, comprei o CD novo do AC/DC.

Quando uma ótima banda veterana lança um disco novo, eu fico apreensivo. Fico receoso de que seja mais um CDzinho muquirana para cumprir contrato com gravadora e faturar uns caraminguás. Quando "Black Ice", do AC/DC, chegou às lojas, eu fiquei bolado. Tenho um carinho especial pelos australianos.

Em uma era de emos, os riffs dos irmãos Young e a voz esganiçada de Brian Johnson chegam atropelando com peso e energia. Sem perder a pegada, como os nossos queridos Titãs, o AC/DC produziu um disco honesto, que, mesmo sem ser genial, é melhor que a maioria dos disquinhos de rock que brotam no MySpace. O cartão de visitas é "Rock'n'Roll Train", com a guitarra divertidíssima do Angus. Aliás, "Black Ice" é todo dedicado ao rock, com músicas batizadas como "She Likes Rock & Roll", "Rock'n'Roll Dream" e "Rocking All the Way".

A faixa que mais ouvi neste disco
"Rock'n'Roll Train" no talo!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Mesmo sendo fã do AC/DC, "Black Ice" foi o primeiro disco da banda que comprei. Baixei os outros CDs pela Internet.
O clipe de "Rock'n'Roll Train" é sensacional!
Sou louco para ir a um show do AC/DC.

Um pedacinho do disco:


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

#042 Mamonas Assassinas, "Mamonas Assassinas"

Início de faculdade, quando aquele monte de gente jovem usa o velho subterfúgio de marcar eventos com quantidades generosas de cerveja pra todo mundo se socializar. Uns às custas da ralação dos calouros pedindo dinheiro no sinal de trânsito (pra quem não é do Rio: semáforo), o popular trote. Outros rachando a conta entre todos: churrascos, shows, praia, etc. Tudo era desculpa pra encher a cara, bater papo e arrastar um caô pr'aquela menina gata que você conheceu outro dia. E foi justo nessa época divertida da vida que os Mamonas estouraram nas paradas.

Nas rádios, primeiro surgiu a paródia lusa "vira-vira". Na época, eu achava que era uma música gravada pela rádio que eu ouvia, ou melhor, pelos pretensos humoristas da rádio. Mas pouco depois foram surgindo outras pérolas dos Mamonas: "1406", "Pelados em Santos", "Mundo Animal" e "Robocop Gay", e eu vi que estava diante de um fenômeno do pop escrachado. E o melhor: não só escrachado, mas muito bem tocado! Os shows se multiplicaram Brasil afora, e felizmente numa época em que o então prefeito do Rio patrocinava shows gratuitos na Praia de Ipanema, lá foram eles. Diversão garantida! Mas no meio do caminho tinha um jatinho, uma montanha, e o Brasil perdeu os Mamonas... E foi justamente num churrasco da turma de faculdade que eu recebi a notícia.

Na época, pairava a dúvida: será que os Mamonas continuarão mandando tão bem nos próximos trabalhos? Infelizmente eles não tiveram chance de se provarem...

A faixa que mais ouvi neste disco
Apesar de "Pelados em Santos" e "Robocop Gay", as que mais ouvi foram "Jumento Celestino" e "Mundo Animal"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Antes de serem os Mamonas Assassinas, o grupo se chamava Utopia e tocava covers (basicamente Legião Urbana e Rush). Seu disco não chegou a vender 100 cópias. Como as palhaçadas no palco eram bastante populares, a banda decidiu mudar o foco. O resto é história

Um pedacinho do disco:


domingo, 7 de novembro de 2010

#041 Vários, "Saturday Morning – Cartoon's Greatest Hits"

A ideia era bem legal: resgatar trilhas sonoras de desenhos e séries infantis antigas em versões turbinadas por bandas alternativas. Tipo assim, foi o encontro de Johnny Quest, Speed Racer, Homem-Aranha e Scooby-Doo com Ramones, Frente!, Sublime e Butthole Surfers, dentre outros. O resultado deve ter sido nostalgia pura... para os estadunidenses.

Convenhamos, poucos lembram das trilhas dos desenhos, pois o "Xou da Xuxa" nunca apresentou as aberturas. Acho que "Thundercats" foi uma exceção, pois era uma introdução espetacular. Anos depois, "Cavaleiros do Zodíaco" conseguiu credibilidade e o Edu Falaschi, do Angra, gravou a música que iniciava o desenho. Ih, fugi ao tema. Vamos voltar...

Enfim, "Saturday Morning" é um disco bacana, mas que não me despertou comoção. Muitas das trilhas registradas vêm de desenhos pouco (ou nada) conhecidos em terras tropicais – tipo Fat Albert, Archie Show,Boogaloos, Groovie Goolies e Gigantor. Mesmo assim, Juliana Hartfield manda bem em "Josie and the Pussycats", o Frente! faz uma versão fofinha de "Open Up Your Heart and Let yhe Sun Shine In" (Flintstones) e os Ramones esculacham na versão punk de "Spider-Man".


A faixa que mais ouvi neste disco
Nerd e fã como fui (alguns dizem que continuo sendo), ouvi "Spider-Man" incansavelmente.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Drew Barrymore faz uma ponta no clipe de "Spider-Man". Em sua participação, ela comenta o quanto acha o Homem-Aranha gostoso.
O encarte é quase um livrinho. Cada banda conta um pouco do seu envolvimento com o desenho que vai cantar e ainda há um resumo sobre a sua respectiva história. Por exemplo, Joey Ramone lembra dos esporros da mãe sobre a sua postura ao assistir TV nas manhãs de sábado. Tem isso no seu iPod? Não tem!


Um pedacinho do disco:

sábado, 6 de novembro de 2010

#040 Alceu, Elba, Geraldo e Zé Ramalho, "O Grande Encontro Vol.1"

Boa parte do meu gosto musical teve forte influência do que meus irmãos mais velhos ouviam, especialmente durante minha infância e adolescência. No caso dos artistas do nordeste (como Elba, Alceu, Geraldo e Zé Ramalho), o efeito só veio depois que eu fiquei adulto: minha irmã mais velha adorava, mas é do tipo de pessoa que ouve uma mesma música oitenta e sete vezes seguidas. Imagina isso com discos de vinil, com a pessoa levantando pra reposicionar a agulha no início da faixa. Pois é, daí criei uma certa implicância quando era mais novo.

Quando comecei a descobrir de verdade os grandes nomes da MPB, por um tempo fiquei alheio ao nordeste. Mais por conta de tanto tempo perdido, que me fez mergulhar de cabeça nos clássicos do choro e da bossa nova do que por qualquer outra coisa. Mas foi uma questão de tempo: uma música do Alceu aqui, outra de Geraldo Azevedo ali, e lá fui eu mergulhar no universo do frevo, do coco, da ciranda, do xote e do forró. E de cara descobri o projeto "O Grande Encontro": uma temporada de shows com 4 dos maiores artistas nordestinos e o melhor de seus repertórios, além de sucessos de outros grandes nomes da MPB. Fiquei completamente alucinado com as músicas, o que me rendeu algumas boas memórias de infância: comecei a achar muita graça do vício da minha irmã em ouvir suas prediletas repetidamente, e de quebra lembrar de passagens legais da época. Mas mais do que isso, é o tipo de disco que te faz sentir mais brasileiro. Desde a beleza de "Dia branco", passando pela alegria de "Coração bobo" e a energia de "Frevo mulher", é um disco que transpira verão em todas as suas nuances.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Frevo mulher", por conta do apelo carnavalesco (9 entre 10 blocos de carnaval tocam essa música) e "Coração bobo", geralmente nas minhas corridas e pedaladas pela orla

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Dia branco" pra mim sempre foi uma música perfeita para se compartilhar com quem se ama. E dito e feito: foi a música que um casal amigo colocou em sua cerimônia de casamento quando entrou no salão de festas, para soluço de muitas moçoilas presentes no salão.

Um pedacinho do disco:


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

#039 The Offspring, "Americana"

Se o ótimo "Smash" botou a banda na Série A do rock, "Americana" abriu as portas das rádios FM, filmes adolescentes, Top 10 da MTV, trilhas de novelas e até boates da Zona Sul. De repente, uma camisa preta do Offspring virou uniforme da molecada. Acho que esta súbita entrada no mundo pop me causou uma considerável implicância com este disco. Isso graças ao sucesso cabuloso de "Pretty Fly (for a White Guy)".

Pois 10 anos após o seu lançamento, eu cedi e comprei o disco. Advinha onde? Numa prateleira de promoções das Lojas Americanas, é claro. O repertório eu já sabia de cor e salteado. Além do carro-chefe "Pretty Fly (for a White Guy)", o CD ainda tinha as maneiríssimas "The Kids Aren't Alright", "She's Got Issues" e "Staring at the Sun", dentre outras porradas.

No fim das contas, "Americana" é um CD bem legal. Eu que era rabugento mesmo.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Pretty Fly (for a White Guy)" é o escambau. "The Kids Aren't Alright" é rock'n'roll divertido, barulhento e com riffs pegajosos. Perdi a conta de quantas vezes ouvi esta faixa em mp3.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Feelings", faixa 6 de "Americana", é a versão turbinada de um brega gravado pelo brasileiro Maurício Albert, mundialmente conhecido como Morris Albert. Pergunta outra música dele. Nem o próprio sabe.
De certa forma, o Offspring capricha nas capas feias. "Americana" é uma das capas mais medonhas da carreira da banda.

Um pedacinho do disco:



quinta-feira, 4 de novembro de 2010

#038 Smash Mouth, "Astro lounge"

Numa viagem a trabalho, redescobri a graça de sair a noite e dançar com gente amiga e legal. Estava há muito tempo no esquema casa - trabalho - casa da namorada - casa, totalmente refém da rotina. Até mesmo o namoro sofria dessa rotina, embora nem eu nem ela nos déssemos conta disso. E nessa viagem a trabalho conheci uma música maneiríssima chamada "All star", por influência de uns consultores americanos que trabalhavam no mesmo projeto que eu.

Passando pelas Lojas Americanas, vi o CD dessa música e comprei sem saber nada da banda ou do disco. Sim, eu tinha compulsão por comprar CDs, e graças a isso tive muita porcaria na minha estante. Felizmente, não era o caso de Astro Lounge, segundo disco da banda californiana Smash Mouth. Não lembro bem se outras músicas do disco chegaram às rádios, mas lembro que gostei logo de outras 4: "Then the morning comes", "Defeat you", "Come on come one" e "Can't get enough of you baby". Do disco, a lembrança de um momento importante: a quebra da rotina e o reencontro com a vida

A faixa que mais ouvi neste disco
"All star", né? Mesmo que não fosse na época, a trilha sonora de "Shrek" garantiria isso 2 anos depois

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Then the morning comes" foi a primeira música do grupo a chegar às paradas da Billboard, mas seu sucesso foi totalmente ofuscado pela popularidade de "All star"

Um pedacinho do disco



quarta-feira, 3 de novembro de 2010

#037 Trilha original da peça "Os Saltimbancos" (Chico Buarque)

Essa vem do fundo do baú, mas muita gente contemporânea conhece. Sim, eu fui na primeira montagem dessa peça, no final da década de 70 (embora lembre muito vagamente). Mas mais do que a peça, a versão cantada (pra mim é mais do que mera trilha sonora) lançada por Chico Buarque acompanhou e marcou toda minha infância. Baseados no conto 'Os músicos de Bremen', dos irmãos Grimm, os italianos Luís Enriquez e Sérgio Bardotti (além de Chico) adaptaram a história mudando o nome para 'Os Saltimbancos'. Ao retornar ao Brasil, Chico gravou as canções com Nara Leão fazendo a gata, sua irmã Miúcha fazendo a galinha, 2 integrantes do MPB4 (Magro e Rui) fazendo o jumento e o cachorro, e filhos de Chico fazendo coral infantil.

Não sei se forço a barra em dizer isso, mas esse disco é muito mais do que uma obra infantil, venerado por gente de todas as idades. Talvez as pessoas de mais idade tenham a mesma relação emocional que eu com as músicas, e por isso também gostem. Mas fato é: experimente jogar os versos "Nós gatos já nascemos pobres / porém, já nascemos livres" num bate papo de bar ou numa rede social (twitter, facebook, etc). Sempre aparece mais marmanjo dizendo que se amarra, completando com "senhor, senhora, senhorio / felino, não reconhecerás".


A faixa que mais ouvi neste disco
"A cidade ideal", por causa desses versos:

"...Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera os moradores
E o prefeito e os varredores
Fossem somente crianças..."

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Alguns anos depois (década de 80), os Trapalhões fizeram um filme que é uma "livre adaptação" da história, e contaram com a participação de Chico. Da trilha original, duas músicas foram aproveitadas: "História de uma gata" e "Minha canção", cantadas por Lucinha Lins na versão dos Trapalhões

Um pedacinho do disco

terça-feira, 2 de novembro de 2010

#036 Mark Knopfler, "Sailing to Philadelphia"

Talvez tenha alguma mensagem subliminar no disco, mas sempre que ouço "Sailing to Philadelphia" dá uma vontade danada de beber whisky. Eu costumo resistir, pois se eu tivesse que tomar um copo de Red Label a cada audição deste CD, eu seria mais pinguço que o Garrincha. Acho que a levada folk e o clima intimista do repertório contribuem horrores.

Bêbado ou sóbrio, considero "Sailing to Philadelphia" um tesourinho, um CD delicioso. Por anos e anos, o escocês Mark Knopfler foi a voz e a guitarra virtuosa do Dire Straits. Quando a banda decidiu encerrar suas atividades, o músico iniciou uma inspirada carreira solo. "Sailing to Philadelphia" reúne levadas folks, country music e uma guitarra mais chorosa, porém vibrante. Entre os convidados, James Taylor e Van Morrison atestam o clima introspectivo e maduro do artista.

A faixa que mais ouvi neste disco
Cara, "The Last Laugh" é sublime. Em parceria com Van Morrison, eles constróem todo o clima de despedida, de adeus. Putz, é difícil fazer uma música respeitável sobre saudade e fim de caso. "The Last Laugh" é lotada de emoção purinha, sem gelo e sem Red Bull.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Passo! Não tenho.

Um pedacinho do disco:

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

#035 Dido, "Life for Rent"

A britânica Dido ganhou projeção mundial quando "Stan", sua inusitada parceria com o rapper Eminem, virou um sucesso absoluto. Na aba do dueto, o primeiro disco da moça vendeu milhões e milhões de cópias. Para o grande público, a moça de voz fofa entrou para o clube dos artistas de um sucesso só. Tipo o EMF, Dee Lite, 4 Non Blondes e Lou Bega. Mas os fãs fiéis foram presenteados com o aveludado "Life for Rent", um tesourinho lançado em 2003.

Eu conheci este belo representante do bom pop através de uma ex-namorada. Quando ela estava mal-intencionada, "Life for Rent" tocava. Anos depois, eu comprei o álbum em (mais) uma promoção das Lojas Americanas. Disco bonito, ajustado e com canções suaves e pegajosas – todas discretinhas, levemente melancólicas e deliciosas. Dido mostrou para essas novas divas como fazer um álbum elegante e extremamente pop. Pena que elas não aprenderam.

A faixa que mais ouvi neste disco

Gosto de várias músicas deste CD. Ouvi todas várias vezes, mas acho que "White Flag" ganhou por pouco. Menções honrosas para "Don't Leave Home" e "Stoned".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade

"Life for Rent" é um disco terapêutico quando o trânsito está caótico. Vai por mim...

Um pedacinho do disco: