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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

#Bonus track Amelinha, “Mulher nova bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor”

Com a palavra, Maria, do Blog da Maria.




Da xará Amelinha (pra quem não sabe, a Maria que vos fala também é Amélia), este foi um álbum lançado em 1982, um tempo depois da moça já ter tido um sucesso arrebatador cantando “Frevo Mulher”, e é, fácil, um dos álbuns que entrariam para o meu top five de álbuns da vida, se eu tivesse um!

O álbum reúne diversas canções de autores nordestinos como Zé Ramalho, autor da canção título (em parceria com Otacílio Guedes Carioca), com quem Amelinha foi casada, Gonzaguinha, Robertinho do Recife em parceria com Fausto Nilo, Djavan, Luiz Ramalho e outros, e tem até mesmo um soneto da Florbela Espanca musicado pelo Fagner.

Não conheço a proposta do álbum e há muito pouca informação sobre a Amelinha na internet. São músicas evidentemente nordestinas de diversos estilos, algumas bem animadas, outras, trilhas sonoras de dor de cotovelo, mas o que realmente impressiona é o nível das composições, que classifico como uma verdadeira crueldade poética. Afinal você não encontra versos como: “hoje em dia, pra gente amar de vera, é preciso ser quase um alquimista, ou talvez o maquinista do trem da consciência, pra te amar com tanta calma e com tanta violência” (parceria de Vital Farias e Salgado Maranhão) em qualquer álbum.

A minha paixão pela Amelinha aos 5 anos de idade era por existir uma cantora com o mesmo nome que o meu. Mas só muitos anos depois é que eu pirei de verdade nas canções, quando ouvi e ouvi de novo e mais uma vez meu velho LP, prestando bastante atenção nas letras, nas melodias e querendo sentir paixão daquele jeito que está cantado ali. E eu nunca encontrei esse álbum em CD e não sei se é fácil encontrar essas músicas para baixar (confesso que não procuro mais por preguiça do que por consciência). De uma ou outra ainda tem um videozinho vagabundo no youtube.

A música que mais ouvi neste disco
“Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor” (aliás, a Amelinha canta a versão completa – na versão do Zé Ramalho na Antologia dos 20 anos, uma estrofe ficou de fora).

Presepada musical ou pequena curiosidade
Chorei tudo o que podia quando a minha irmã foi receber o diploma ao som de “Felicidade” (só que cantada pelas Chicas, e não pela Amelinha). A música é maravilhosa e é a cara dela. Sensação de educação musical cumprida!

Um pedacinho do disco (com guitarra do Robertinho do Recife):

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Bonus Track, mané!


Que rufem os tambores, maestro! Vao rolar uma faixa adicional nas 365 Rotações. Para tornar a parada ainda mais bacana, nenhum dos autores (leia-se eu e o Navegante) vai assinar a faixa. A obra será de uma amiga queridíssima, divertidíssima, lindíssima, debochadíssima, advogadíssima e outros "íssimas". Ficou curioso? Volta aqui na quinta-feira, dia 5, de manhã.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

#365 Hoodoo Gurus, "In blue cave"


It's that time (Is it that time?)
A moment that will pass
Yes, it's that time (Is it that time?)
We knew it couldn't last


Chegamos então a última faixa desse dueto com o Surfista, a 365ª rotação. E por mais que não seja uma das bandas mais conhecidas por quem nos lê (falamos de uma penca de artistas mais representativos), minha escolha desse disco para fechar nossa jornada vem carregada de significados.

O Hoodoo Gurus foi um grupo que me acompanhou de perto ao longo da minha jornada de amadurecimento, principalmente durante a faculdade. Posso dizer que me acompanha até hoje, pois sempre tem alguma música deles nas minhas playlists. E nos idos de 1998, recebi com uma pontinha de tristeza a notícia de que a banda iria se dissolver. Nada de brigas, farpas, ou coisa parecida. Em paralelo, se apresentava diante de mim um importante rito de passagem: o término da faculdade. Começava a cair a ficha de que minha vida ia passar por uma mudança significativa e decisiva: os dias de pensar no futuro iam embora, e os dias de viver esse futuro tão imaginado se aproximavam. Os versos de "Night must fall" me ajudavam a por a cabeça no lugar e encarar essa mudança.

Repleto de músicas de boa pegada, "In blue cave" deixa aquele gostinho de quero mais se você pensa que é o disco de despedida de uma banda. Destaco as ótimas "Down on me", "Waking up tired", "All I know", "Son-of-a-gun" e a derradeira "Night must fall", cuja letra é uma mensagem de despedida para os fãs (vide versos acima)


A música que mais ouvi neste disco
"All I know" e "Son-of-a-gun", apesar de todo o apelo de "Night must fall"


Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Depois de um post mais emocionante do que eu tinha antecipado, queria agradecer a todos vocês por nos acompanharem nessa jornada deliciosa de 365 discos. Agradeço especialmente ao amigo Surfista pela idéia e pela parceria ao longo desses 365 posts. Vou escrever mais um post falando da experiência como um todo (Surfista fará o mesmo), mas desde já peço a quem nos leu durante esse tempo que compartilhe conosco a experiência nos comentários. Valeu galera !


Um pedacinho do disco:


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

#364 The Doors, "Greatest Hits"

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end
Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end

Pois é, amiguinho, este é a minha última aventura musical no 365. Amanhã, o nobre Navegante fecha a conta. Já sei que ele mandou muito bem na escolha do repertório. No meu caso, escolhi uma coletânea que foi um rito de passagem na minha vida. Eu já conhecia uma coisa ou outra do Doors, tinha visto o filme psicodélico do Oliver Stone e tal, mas nada muito profundo. Porém, foi no meu primeiro ano de faculdade que fui apresentado formalmente à música de Jim Morrison. "Prazer, Sufista. Meu nome é Jim. Vem comigo e sua vida nunca mais será a mesma". Topei o convite e o meu intensivão no universo das portas da percepção foi esta coletânea marota do quarteto.

Muitas outras coletâneas surgiram depois, mas esta foi especial para mim. A moçada do Doors me apresentou um rock diferente, mais cabeça. Eles eram rebeldes, drogados, polêmicos, mas charmosos em suas composições. As músicas me soavam (e ainda soam) hipnóticas. Quando comecei a curtir Doors, eu me senti mais "homenzinho", mais maduro. Eu acreditei que havia entendido as viagens do Jim Morrison em "People are Strange", "Break on Through", "Riders on the Storm", "Light my Fire" e outros clássicos . Tolinho, né? O som dos caras não é para ser entendido. Não é cartesiano, métrico, crítico. É música imortal para se curtir e nada mais. E olha que nunca fumei um baseado, hein?

"Greatest Hits" foi o começo de uma fase na minha vida e agora é símbolo de um encerramento. 364 dias depois de botar o bloco na rua, estou certo de que valeu a pena.

A música que mais ouvi neste disco
Todas, mas em diferente motivos. Talvez, a favorita seja a saliente "Light my Fire". Muitas festinhas de faculdade foram embaladas por essa música. Obrigado, Jim!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Meu CD tem uma faixa interativa que só é interativa no fantástico mundo de Bob. Nunca tocou em nenhum computador. Ou talvez eu é que não tenha entendido a sacada: a faixa interativa só é acionada quando o ouvinte "turbina" a mente. Aí ele interage com os Doors, com os elefantes cor-de-rosa, com os jacarés voadores e as pilhas radioativas.
"The End" está em uma das aberturas de filmes mais extraordinárias de todos os tempos: "Apocalypse Now".

Um pedacinho do disco

domingo, 25 de setembro de 2011

#363 Eurythmics, "Greatest Hits"

Agora no finalzinho das nossas rotações, cheguei a um dilema que eu jamais imaginava: vai ficar muita coisa de fora. Se você pensar, 365 discos é coisa pra dedéu, fora que tem muitos discos significativos pra mim que também são para o Surfista, o que de certa forma queima cartuchos. Esse post originalmente seria sobre o disco de estréia do "Gorillaz", mas aí me veio à mente vários outros discos representativos que tinham que constar aqui. Como a idéia é falar de discos que nos marcaram de alguma forma, não podia deixar de falar de um dos legados musicais dos anos 80: o duo Eurythmics.

Formado pelos ingleses Dave Stewart e Annie Lennox, o Eurythmics foi um dos grupos que mais emplacou hits nos anos 80. Justo os anos 80, tão marcantes musicalmente para os trintões aqui. Durante os anos 80, os sucessos deles eram presença obrigatória em qualquer evento dançante, desde as festinhas americanas nos playgrounds até os bailes de debutantes (depois da valsa, claro). Algumas em especial marcavam ponto: "Sweet dreams (are made of this)", "There must be an angel" e "When tomorrow comes".

Na virada da década de 90, cada um seguiu seu caminho. Desconheço o êxito do Dave Stewart, mas Annie Lennox ainda rondou as paradas por algum tempo ao longo da década. Assim que separaram essa coletânea foi lançada. Era figurinha fácil nos churrascos dos tempos de 2º grau (hoje ensino médio) e de faculdade. 

A música que mais ouvi neste disco
Eu sempre fui viciado em "When tomorrow comes"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Ao final dos anos 90, Dave e Annie se juntaram para gravar um novo disco, mas não voltaram com o Eurythmics oficialmente. De realmente relevante, só mesmo Annie Lennox gravando a linda música "Into the West", da trilha sonora de "Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei", ganhadora do Oscar de melhor canção original. Semana passada saiu uma notícia de que Dave Stewart ia montar uma banda com Mick Jagger, Joss Stone e o indiano responsável pela trilha sonora de "Quem quer ser um milionário?". Vamos ver o que sai disso aí...

Um pedacinho do disco:

sábado, 24 de setembro de 2011

#362 Marisa Monte, "Memórias, Crônicas e Declarações de Amor"

"Deixa eu dizer que te amo,
Deixa eu gostar de você.
Isso me acalma, me acolhe a alma.
Isso me ensina a viver"

Tem como não gostar de um disco que começa com esses versos? É uma declaração de amor tão bonitinha, tão sincera, que se torna irresistível. Esta é "Amor, I Love You". E assim é o resto de "Memórias, Crônicas e Declarações de Amor", o quinto e mais romântico álbum da Marisa Monte.

Em 13 cabalísticas faixas, Marisa deu uma aula de como fazer um disco onde o amor quase desvairado e quase cafona é o tema principal – e sem perder a classe. A dor que aperta o peito e faz as pessoas perderem noites de sono em desatinos de saudade. Essa sensação está em "Não Vá Embora", "Tema de Amor", "Não É Fácil", "Cinco Minutos", "O que me Importa", "Abololô" e por aí va. Para falar da dor de cotolevo, "Memórias, Crônicas e Declarações de Amor" consolida o ménage a trois artístico com Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes. Era o tribalismo ganhando forma.

Ah, e o disco ainda tem espaço para composições de Caetano Veloso ("Sou seu sabiá"), Jorge Ben ("Cinco Minutos"), Paulinho da Viola ("Para Ver as Meninas") e a dupla Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito ("Gotas de Luar"). Aí você vê como Marisa se cerca de gente boa na hora de fechar os seus CDs. Assim como qualquer outro trabalho em que a portelense ponha a mão, "Memórias, Crônicas e Declarações de Amor" é obrigatório.

A música que mais ouvi neste disco
Sem dúvida, "Não Vá Embora". Com percussão explosiva, Marisa rasteja pelo seu amado e suplica "Eu podia estar sofrendo, caído por aí. Mas com você eu fico muito mais feliz". Belo! Ah, outra que merece nota é "Gentileza", composta por ela para o artista, grafiteiro e maluco beleza Gentileza.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Marisa Monte lançou "Memórias, Crônicas e Declarações de Amor" no Rio em um show no Citibank Hall. Foi na época do meu aniversário. Uma tia me deu de presente 4 ingressos para este show. Fui com a família. Belíssima apresentação. Marisa manda bem no estúdio e no palco.
Nesta época, Marisa Monte estava sob gestão do Davi Moraes, filho do Moraes. Ele é o guitarrista neste disco.
O encarte é recheado de fotos, tiradas a esmo pela própria Marisa e a aproveitadas na direção de arte. São retratos de livros ("Senhora", por exemplo), CDs, pedaços do estúdio e detalhes da anatomia da artista, como os seus pés.
Em "Amor, I Love You", Arnaldo Antunes declama em voz gutural um trecho de "O Primo Basílio", de Eça de Queirós.
"Memórias, Crônicas e Declarações de Amor" foi gravado em Salvador, Rio de Janeiro e Nova York.

Um pedacinho do disco




sexta-feira, 23 de setembro de 2011

#361 Legião Urbana, "As quatro estações"

Depois de tantas rotações deste humilde blog, vocês já devem ter percebido que o Legião é uma das bandas queridinhas da casa. Eu quase ouso dizer que é o R.E.M. brasileiro, só não ouso porque me termos musicais acho eles mais parecidos com os Smiths. E coube a mim o privilégio de falar sobre um dos discos mais fodas da banda (senão o mais).

Este disco foi lançado num momento delicado da banda: pouco depois do fatídico show no Estádio Mané Garrincha, onde houve tumulto e pessoas feridas. Por conta desse show, a banda naturalmente se retraiu e fez um trabalho mais introspectivo. Nesse processo, houve um desentendimento entre o baixista Renato Rocha e o resto da banda (principalmente com o baterista Marcelo Bonfá) que culminou na saída de Renato da banda. Mesmo assim, este disco de 11 faixas é considerada por muitos fãs e pela própria banda como o melhor trabalho feito pelo Legião.

Do lado de cá, eu passava por um dos momentos mais impactantes da minha vida: a doença e morte de meu pai. Logo, a aura introspectiva do disco veio muito a calhar naquele momento. Depois de um bom tempo ouvindo uma coletânea do Supertramp, o "Quatro estações" se tornou o habitante principal da minha vitrola. E mesmo alguns anos depois, músicas desse disco me fizeram companhia em momentos diversos, especialmente "Há tempos", "Monte Castelo", "Se fiquei esperando o meu amor passar" e "Quando o sol bater na janela do meu quarto".

A música que mais ouvi neste disco
"Se fiquei esperando o meu amor passar", especialmente na segunda metade dos anos 90

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Já falei aqui que "Quando o sol bater na janela do meu quarto" é A música que me lembra meu pai, quando falei de um disco do Barão Vermelho ano passado. Então vamos com outra: "Se fiquei esperando o meu amor passar" me lembra uma ida com amigos e amigas pra Friburgo em 1997, para um dos festivais da cidade. Ficamos bebendo vinho e maldizendo a sorte (ou a falta de) em relacionamentos, com esse disco (e essa música) como trilha sonora.

Um pedacinho do disco:

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

#360 Trilha Sonora, "Mulheres de Areia"

Não vou deixar o meu parceiro de ondas sonoras pagar mico sozinho nesta bagaça! Se ele desencavou "Roque Santeiro", eu lhe apresento, das profundezas do acervo Som Livre, a trilha sonora de "Mulheres de Areia".

Bom, nunca acompanhei o folhetim que foi ao ar no comecinho dos anos 1990s e trazia as aventuras das gêmeas Ruth e Raquel (Glória Pires) em algum cafundó praiano. E ainda tinha o Tonho da Lua, um escultor com problemas mentais, que ganhou certo destaque na pele do Marcos Frota, o irmão menor do Alexandre Frota. Fora isso, não lembro de mais nada. Então como cheguei até este disco? Eu lhe respondo prontamente: não sei. Foi alguma presepada a minha mãe, que me educava musicalmente e não tinha muito critério quando entrava nas Lojas Americanas.

Então, sabe-se lá porque razão, o CD sobreviveu a várias desovas na minha prateleira. Está lá, junto aos álbuns do Supla e da Banda Eva. Enfim, "Mulheres de Areia" sobreviveu, mesmo com forçando a barra com um repertório que inclui Biafra, Joanna, Ivan Lins, Maurício Mattar, Banda Beijo, Chitãozinho & Xororó, Simone, Gal Costa e Orlando Morais (que deve ter entrado na peixada, pois é esposo da Ruth e da Raquel), dentre outras "feras". Sentiu o drama, né? Salvam-se Raul Seixas (que é clássico e intocável) e uma música caribenha do Pepeu Gomes ("Sexy Yemanjá").

A música que mais ouvi neste disco
Fui envolvido pelas maracas de "Sexy Yemanjá". Ouvi de novo para escrever este texto e senti uma vontade louca de sair requebrando os ombrinhos. Desliguei!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A maior presepada foi ter mantido este disco por tanto tempo. Agora, com a reprise no "Vale a Pena Ver de Novo", talvez algum sebo me pague uns R$ 2 pelo CD.
Quem está na capa, Ruth ou Raquel?

Um pedacinho do disco

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

#359 Vários, "Roque Santeiro - Volume 1"

Como muita gente sabe, não vejo novelas. Seja por falta de tempo ou falta de interesse. Mas até 1990 eu costumava assisti-las, e confesso que gostei bastante de acompanhar algumas. Roque Santeiro inclusive foi uma das melhores já feitas na minha opinião, e seu enredo podia muito bem virar uma minissérie ou coisa parecida. Pra mim, o grande mérito dessa novela foi mostrar ali um retrato da cultura popular brasileira. E isso se traduziu muito bem em sua trilha sonora.

Eu na época era um fedelho de 11 anos de idade, e vivia num Brasil com apenas 6 canais de TV aberta e ainda sem videocassete ou coisa parecida. Logo, poucas opções. Na tela da TV todas as noites um folhetim qualquer. Só que nesse caso, um ingrediente a mais: uma novela retida pela censura (do antigo regime militar) durante 10 anos. Claro que dava um tempero a mais, e com isso a novela fez um tremendo sucesso. Para aqueles olhos pré-adolescentes, era uma história divertida com algumas beldades atiçando os hormônios beirando a puberdade. Embalando tudo isso, músicas predominantemente populares.

Puxando o lado pop brega da trilha, veio o Roupa Nova com o mega sucesso "Dona", música tema da viúva Porcina (um dos principais personagens da trama). Além deles, o ídolo mor da música brega Wando com sua melancólica "Chora coração". Ambas excelentes! Destaque também para a parceria Dominguinhos / Chico Buarque em "Isso aqui tá bom demais", Moraes Moreira com a música de abertura "Santa Fé", Zé Ramalho cantando a história da menina e do lobisomem em "Mistérios da meia noite" e Baby Consuelo com a clássica "Sem pecado e sem juízo".

A música que mais ouvi neste disco
O clássico brega "Chora coração"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Não sei se é plágio, homenagem ou só uma mera coincidência, mas a melodia de "Dona" em alguns trechos é igualzinha a da música "You like me too much" dos Beatles.

Um pedacinho do disco:

terça-feira, 20 de setembro de 2011

#358 Green Day, "Insomniac"

Sinceramente, não acho "Insomniac" nem de longe um dos melhores discos do Green Day. É um CD legalzinho e tals, mas nada de "oh, meu Deus. Minha vida mudou". Só que este álbum representa memórias afetivas muito significativas.

Era uma vez, 1995...

Era o meu último ano do colégio e logo eu estaria na faculdade. Durante todo meu período escolar, eu sofri tanto bullying que hoje em dia eu poderia ser um maníaco talibã. Só que o meu 3º Ano foi tão formidável que deixei de lado os pescotapas que levei ao longo da vida letiva. Aliás. o meu 3º Ano foi a vingança, a revanche do nerd. Minha autoestima superou o Everest, fiquei confiante e peguei até umas menininhas da turma. Era a glória!

Em um dos últimos dias daquele ano, alguns amigos e eu nos reunimos para tomar uns gorós noite adentro na casa de um deles. Era uma despedida daquela fase. Uma das meninas fez strogonoff e passamos aquela noite bebendo e comendo o tal strogonoff (mais bebendo que comendo). Na vitrola, só havia um disco. Qual? Qual? Qual? "Insomniac". A gente celebrou aquele último encontro da turma no colégio com strogonoff, cerveja clandestinamente comprada e Green Day. Bons tempos!

A música que mais ouvi neste disco
Mesmo escondida na última faixa do CD, "Walking Contradiction" é a minha favorita.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Na tal noite de despedida, já chumbados de birita, a gente simulou uma air-band, isto é, todo mundo simulando instrumentos. Então tinha um air-bass, air-drums e air-guitar do Green Day.

Um pedacinho do disco

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

#357 Keane, "Perfect Symmetry"

Eis que o Keane lança seu terceiro disco, que eu muito aguardava. Deixaram de lado a premissa de não usar guitarra nesse aqui (pode-se dizer que seus dois trabalhos anteriores eram de 'piano pop'), e com isso suas músicas ganharam em pegada mas perderam um pouco em musicalidade. Mas dizer que esse disco é um pouco menos inspirado que os 2 anteriores não é nenhum demérito, e ainda posso dizer que é um excelente disco.

Para o caso desse aqui, o meu caminho para a descoberta foi o inverso do meu processo natural: primeiro fui ao show, para depois comprar o disco. Já tive uma ótima impressão da banda no show que fui em 2007, do qual saí muito impressionado positivamente. Quando anunciaram um novo show aqui em 2009, corri atrás do meu ingresso sem pensar duas vezes. 

No palco, Tom Chaplin mostrando um visual mais moderninho (menos hobbit, eu diria :D) e a mesma competência musical da outra visita. No repertório, alguns sucessos antigos e algumas músicas desse disco. Confesso que umas não caíram muito bem de primeira (como por exemplo "Spiralling", que eu só fui curtir depois de algumas audições). Duas que me impressionaram ao vivo foram "Again and again" e a faixa título "Perfect Symmetry", que tem sonoridade mais parecida com os trabalhos anteriores. Além dessas, curto também a baladinha "Love is the end" e a pop "Pretend that you're alone"

A música que mais ouvi neste disco
"Again and again", que eu ouço repetidamente (como sugere o nome)

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Eu ia sozinho pra esse show, mas em cima da hora descobri que uma amiga também se amarrava neles e ia com um pessoal. Foi bem divertido, exceto por um casal pertencente ao grupo, que resolveu brigar e terminar o relacionamento durante o show. Como a menina do casal era bem bonitinha, preferi ficar longe nessa hora pra não piorar as coisas :)

Um pedacinho do disco:

domingo, 18 de setembro de 2011

#356 Radiohead, "Kid A"

Provavelmente, você já ouviu em alguma palestra motivacional a seguinte máxima: "chegar ao topo não é tão difícil. Difícil é manter-se lá". Pois é, quando o Radiohead emplacou dois discos seguidos nas paradas de sucesso ("The Bends" e "OK Computer"), fãs e detratores já haviam concordado que eles estavam mergulhados no showbiz. Ledo engano. Sem qualquer cerimônia (e para desespero da gravadora), os caras lançam um CD altamente experimental: "Kid A".

O Radiohead é uma banda esquisita, diga-se de passagem, e ela faz disso um elogio. Porém, nada se compara ao estranhaço "Kid A". São vários barulhinhos, efeitos eletrônicos, gemidos de Thom Yorke e outros recursos sonoros que acabam se tornando música. Sei lá, acho que o "Kid A" está para o mundo da música assim como "2001: Um Odisseia no Espaço" e "Mulholland Drive" estão para o cinema. São experiências que devem ser contempladas (com estranhamento, claro) e não entendidas. Eu nunca entendi "2001" e torço um pouco do nariz para "Mulholland Drive", então já viu, né?

Seres superiores, com um percepção do universo maior que a minha, alegam que este CD é brilhante. Eu acho que é meio "a roupa nova do rei", sabe? Se você não curtir, está por fora da parada, não tem sensibilidade e blá-blá-blá. Então eu assumo aqui que sou tapado como uma beterraba. Para evitar que haja uma antipatia imediata pelo curioso "Kid A", ouça "How to Disappear Completely", de uma dor e beleza aflitivas.

A música que mais ouvi neste disco
Talvez "How to Disappear Completely". Talvez "The National Anthem". Talvez "Optimistic". Talvez qualquer outra. "Kid A" não foi um disco que ouvi à exaustão.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Comprei "Kid A" por indicação do Toinho, designer e figura das melhores. À época do lançamento, ele elogiou tanto o disco que acabei embarcando na dele. Não sei se ele estava de sacanagem ou se ele é um dos seres superiores, com um percepção do universo maior que a minha. Certamente, a segunda opção.
"Kid A" quase não tem guitarras. Acho que não tem mesmo. O disco todo é embalado por sintetizadores e pela voz sofrida do Thom Yorke.

Um pedacinho do disco

sábado, 17 de setembro de 2011

#355 Monobloco, "Ao vivo"

A mistura de batucada com pop e mpb foi uma das grandes sacadas da música nesses últimos anos (põe aí uns 10 anos nisso), e um dos grandes méritos disso foi de Pedro Luís (do grupo Pedro Luís e a Parede) ao criar o conceito do Monobloco. Outros grupos seguiram a mesma idéia, mas a grande sacada do Monobloco foi jogar mais pra torcida do que para o time: focar em grandes sucessos da música brasileira, aqueles que numa festa levam todos para a pista de dança.

Mas para que a idéia desse certo, eles precisavam de uma bateria de escola de samba. Ao invés de ir nas principais escolas de samba do Rio, decidiram abrir uma oficina de percussão e formar sua própria bateria. A idéia foi um sucesso e se alastrou pela cidade, onde hoje existem dezenas de oficinas de percussão com o mesmo intuito. Com tudo isso, em pouquíssimo tempo os "ensaios" do Monobloco passaram a ser super concorridos. Lançar um disco / DVD com as versões Monobloco das músicas era questão de tempo.

Esse CD foi lançado quando o Monobloco deu um salto considerável de popularidade, em 2006. Coincidentemente, foi o ano que eu fiquei solteiro após muitos anos namorando, e quando me joguei de cabeça na folia momesca carioca (antes disso a cidade ficava deserta, quase todo mundo passava carnaval em outras cidades). Mais um que eu ouvi até gastar o disco

A música que mais ouvi neste disco
"Os orixás / Anunciação"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Nessa época, faziam parte da banda Serjão Loroza (que também tem uma consistente carreira de ator e agora segue carreira com o grupo Serjão Loroza e Us Madureira) e Rodrigo Maranhão, que agora se dedica só ao grupo Bangalafumenga e a sua carreira solo.

Um pedacinho do disco:



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

#354 Trilha Sonora, "Spawn"

Então tá, hoje em dia os filmes de super-heróis são a salvação da lavoura de uma indústria de cinema cada vez menos criativa. Pois saiba, ó pequeno jedi, que nem sempre foi assim. Houve um tempo em que filmes de heróis tinham baixo orçamento e roteiros horrorosos. Bom, alguns ainda têm roteiros horrorosos, mas poucos são tão bisonhos quanto "Spawn - O Soldado do Inferno".

Resumidamente, o anti-herói Spawn era um assassino profissional que foi traído e morto em ação pelos companheiros. Anos depois, ele acorda sem memória, deformado, com uma roupa esquisita e poderes sobrenaturais. Pancada da cabeça, ele decide se vingar de tudo e de todos, mas logo descobre que é um soldado do inferno, criado pelo capeta em pessoa para liderar as suas tropas e invadir a Terra. O capiroto não vai querer perder o seu investimento e manda suas hordas caçar o recruta fujão. A trama até renderia um filme pesado e dark, mas não é o que acontece. É tudo ruuuuuuim e tosco. Parece um episódio malfeito do Jaspion. A única coisa que se salva é a trilha sonora, que reúne nas faixas uma banda de hard rock e uma de techno. As combinações funcionam e garantem um dos discos mais pesados da minha prateleira. Não chega a ser original, pois "Judgement Day" fez quase a mesma coisa, exceto pela união de rappers e roqueiros.

Enfim, "Spawn" é um filme terrível com uma trilha sonora curiosa. Entre as inusitadas parcerias, estão Metallica & DJ Spooky, Prodigy & Tom Morello, Slayer & Teenage Atari Riot, Korn & Dust Brothers e Marilyn Manson (claro) & Sneaker Pimps, dentre outras porradarias insanas. Esqueça o filme e fique só com o CD.


A música que mais ouvi neste disco
Gosto da batida de "One Man Army", encontro do Prodigy e Tom Morello. Se você quiser explodir a cabeça, ouça "No Remorse", com Slayer e Atari Teenage Riot. É o terror, cumpadi!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Além da trilha sonora, a capa do CD também salva. Pelo que lembro, foram produzidas versões diferentes. A que mais gostei foi dessa com o Spawn Noel.
O filme foi deplorável, mas Spawn ganhou um desenho animado adulto muito legal. Passava nas noites de domingo, na HBO. Acho que só rolou uma temporada e olhe lá. Definitivamente, o soldado do inferno não se deu bem fora dos quadrinhos.

Um pedacinho do disco

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

#353 Jorge Ben e Tim Maia, "Dançando a noite inteira"

Houve uma época (mais precisamente no início dos anos 90) em que qualquer festinha, happy hour ou churrasco que se preze tinha que tocar sucessos de Jorge Benjor e Tim Maia. Eu achava isso insuportável, mas não tinha como fugir! Passava um tempinho e alguém tocava "A banda do Zé Pretinho", "W/Brasil" ou "Não quero dinheiro". Por causa dessa massificação, eu passei LONGE da discografia dos dois por muito tempo.

Passou a modinha, eu dei mais chances à MPB (especialmente quando descobri Chico Buarque, mas isso é papo para outro post) e resolvi vencer minha pinimba. Pra não ficar muito perdido, parti para comprar uma coletânea. Ia com certeza comprar uma de cada, mas dei a sorte de achar esse CD. A discografia de ambos é vasta, ambos tem várias preciosidades escondidas por aí (especialmente em discos lançados nos anos 70), mas pra começar esse CD foi uma mão na roda. O foco é justamente nas mais antigas dos dois (não à toa que Jorge Benjor está com seu nome artístico anterior: Jorge Ben), e lá estão "Que pena", "Mas que nada" e "País tropical" (do Jorge Ben) e "Não quero dinheiro", "Você e eu, eu e você" e "Festa do Santo Reis", do Tim Maia. Podia ter muito mais músicas, mas pra começar está ótimo!

A música que mais ouvi neste disco
"Mas que nada" (do Jorge Ben) e "Festa do Santo Reis" (do Tim)

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Justamente nessa época de modinha que tomei um dos maiores porres da minha vida, em um churrasco em Jacarepaguá. E uma das minhas poucas lembranças do churrasco era justamente dessas músicas tocando (talvez daí venha o trauma, sei lá)

Um pedacinho do disco:

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

#352 Queen, "Live Magic"

Uma das minhas primeiras memórias musicais foi um show do Queen. Na verdade, foi a apresentação da banda no Rock in Rio de 1985. Eu lembro das imagens dos vários artistas chegando ao Brasil em flashes do Jornal Nacional. Lembro da Nina Hagen, esquisitíssima, que mais parecia um travesti ou a Elke Maravilha. Lembro da plateia cantando baixinho com um emocionado James Taylor. E lembro de Freddie Mercury regendo a multidão. O Queen chegou ao Brasil, que, naquela época, era um país tão exótico e desconhecido quanto uma floresta de Urano. E naquele planeta distante, a espaçonave britânica aterrissou e cravou em mim, um fedelho de calças curtas, a curiosidade sobre o que era aquele tal de "roquenrol".

No início dos anos 1990s, pouco antes do Freddie morrer, ganhei "Live Magic", do Queen, de aniversário. Na verdade, minha mãe queria aquele disco, mas comprou para mim por pretexto. Tudo bem. Eu aprendi a lição e fiz muito isso nos anos futuros. Ah, lá por 1991 ou 1992, não havia DVDs de shows e canais por assinatura. Nosso acesso a esse tipo de conteúdo era por fitas mal e porcamente gravadas ou revistas especializadas. Lembra da Bizz? Outra opção eram os CDs ao vivo (quando eles valiam a pena). Neste caso, tudo dependia da imaginação do ouvinte. Com "Live Magic", eu fechava os olhos e imaginava aquele mar de gente hipnotizado pelo bigodão do Freddie e pelas musicalidades de Brian May, John Deacon e Roger Taylor.

Tirando as fotos do encarte, não havia imagens. Felizmente, eu era obrigado a imaginar a multidão compondo uma gigantesca percussão de palmas em "We will Rock You" ou fazendo milhares de backing-vocals em "I Want to Break Free". E ainda tinha "Bohemian Rhapsody", "Under Pressure", "Radio Ga-Ga" e "Another One Bites the Dust". E na última faixa, a apoteótica "God Save the Queen". Pois é, God save the Queen!

A música que mais ouvi neste disco
"One Vision", 100% rock and roll. Também foi trilha sonora de "Águia de Aço", um "Top Gun" que não deu certo.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Live Magic" foi gravado no ano de 1986 em três locações: o estádio de Wembley, Knebworth Park e a cidade de Budapeste.
Uma das imagens mais célebres do Queen é o helicóptero sobrevoando um tapete interminável de fãs. Provalvelmente, em Knebworth Park. Eu não sabia que esta foto estava no encarte, mas é uma lembrança do Queen que tenho antes deste disco.
Salvo engano meu, "Magic Tour" foi a última turnê do Queen.


Um pedacinho do disco

terça-feira, 13 de setembro de 2011

#351 Oasis, "Be here now"

Depois de 2 discos bons e muito bem sucedidos (o estreante "Definitely maybe" e o subsequente "(What's the story) Morning glory"), o monstro foi criado: os caras do Oasis estavam se achando a última Schweppes Citrus gelada de Brasília. E o pior é que eles fizeram por onde: esse disco bateu recorde de vendagem na Grã Bretanha: 420 mil cópias em um só dia, e 1 milhão em 2 semanas. Como minha outra banda queridinha britânica fez um disco mais caído ("Blur", o quinto disco da banda de mesmo nome), desconfiei bastante de todo o hype em torno desse disco. Isso até soltarem o single "Stand by me".

Quando essa música bombou nas paradas, eu comecei a acreditar que o Oasis era mesmo o sucessor legítimo dos Beatles. Apesar do vocal amarfanhado de Liam Gallagher, a música é uma obra prima e lembra muito o fab four de Liverpool. Pronto: ganhei motivo pra arriscar nesse terceiro CD. Levei pro carro e pus pra tocar (ps: nessa época eu quase não parava em casa, então música mesmo só dirigindo). De cara pulei "D'you know what I mean?", que eu acho bem enjoada. Aí veio "Magic Pie", e comecei a entender mais ou menos o sucesso do disco. Esse disco "morou" no meu carro por quase 2 anos, até arrombarem meu carro numa rua aparentemente tranquila e levarem o CD Player e todos os CDs que estavam no carro... :(

A música que mais ouvi neste disco
"Stand by me", pra mim uma das melhores músicas do Oasis

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O disco "Be here now" foi gravado no mítico Abbey Road Studios, em Londres (sim, o mesmo usado pelos Beatles). Outra: "Magic Pie" por muito tempo foi uma das minhas músicas prediletas pra ouvir de ressaca (ainda tô devendo um Top 10 desses...)

Um pedacinho do disco:


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

#350 Coletânea, "Pulp Surfin"

Assim como é mestre em fazer filmes, Quentin Tarantino também é sagaz na escolha das suas trilhas sonoras. "Pulp Fiction" resgatou alguns clássicos e injetou vida nova em pérolas da surf music dos anos 1960s. Dick Dale que o diga!

E de carona no sucesso de "Pulp Fiction", surgiu esta coletânea que faz uma reverência ao filme de Quentin. E nem é preciso ser muito esperto para sacar a homenagem. Basta ver a capa, um remake do pôster que se tornou um dos mais conhecidos da história do cinema. Bom, o disco é um apanhado de músicas da Del-Fi Records, gravadora que apostou muito na surf music e também descobriu um certo Richie Valens. Esse nome te lembra algo? Que tal uma certa "La Bamba"?

"Pulp Surfin" é todo clássico, com aqueles solos de guitarra com cheiro de parafina e naipe de metais classe A. Todas as canções são dos anos 1950s e 1960s, quando o surf ainda era praticado com pranchas rústicas de madeira. Entre as 18 faixas do disco, você encontra muita gente boa, como Brian Wilson, Link Wray, Frank Zappa e Bobby Fuller Four - este último interpreta "Misirlou", a trilha de abertura de "Pulp Fiction". Boas ondas!

A música que mais ouvi neste disco
Ok, "Misirlou" ficou clássica em "Pulp Fiction" e não conta. Neste CD, eu curto bastante "Penetration", do Blue Hawaiians. Sem duplos sentidos, por favor.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Comprei "Pulp Surfin" na época em que me aventurava como surfista. Era um tempo em que eu ia à praia às 6h da manhã e botava para tocar Hoodoo Gurus e esta bolachinha.
"Rumble", de Link Wray, foi e ainda é usada por muitos cineastas em sequências de tensão. Robert Rodriguez usou esta música em "Balada do Pistoleiro".
A Del-Fi Records fechou as suas portas em 1974.

Um pedacinho do disco

domingo, 11 de setembro de 2011

#349 John Lennon, "Imagine (trilha sonora)"

Antes de falar desse disco, um esclarecimento: "Imagine" é também o nome do segundo disco da carreira solo de Lennon, mas é a trilha sonora do documentário "Imagine: John Lennon" que comprei há uma dezena de anos. Pra falar a verdade, por muito tempo pensei que fossem um disco só. Como era mais focado na carreira de Paul do que na de Lennon, foi um detalhe importante que passou batido mesmo.

Muitos dizem que a comoção em torno de Lennon é exagerada pelo fato dele ter sido assassinada. Concordo em parte, pois também acho que ele talvez fosse um riponga velho chato caso não tivesse sido privado da nossa convivência. Ênfase no TALVEZ, por favor. Mas o fato é que, tanto quanto Paul, Lennon é autor de músicas belíssimas, tanto nos Beatles quanto em sua carreira solo.

Essa coletânea foi vendida em 2 vinis, um com sucessos dos Beatles sabidamente compostos por Lennon, outro com músicas de sua carreira solo. Estão lá a verve pop rock de "Help!", o experimentalismo de "A day in the life", a política de "Give peace a chance", o tapa na cara chamado "God" e a genial poesia cantada que dá nome ao disco e ao documentário. Perdi a conta de quantas vezes ouvi esse disco. Fabuloso!

A música que mais ouvi neste disco
Dos Beatles, "A day in the life". Da carreira solo, "Stand by me"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Poderia falar desse disco em qualquer momento, e com certeza falaria dele por ser um dos meus prediletos. Mas no dia de hoje, onde o atentado terrorista mais visceral e assustador completa 10 anos, falar de Lennon cai como uma luva. Muitos atribuem um tom subversivo à sua letra para "Imagine", mas pense em quantas atrocidades foram cometidas na história em nome de religiões, patriotismos, etc, colocando a essência do que é ser humano em segundo plano? Engoliu em seco aí? Pois é...

Um pedacinho do disco:

sábado, 10 de setembro de 2011

#348 Coolio, "Gangsta's Paradise"

Você ouviu música durante os anos 1990s? Caso não tenha se isolado em uma cabana no Himalaia ou em um pedaço de pedra em Galápagos, você deve ter ouvido "Gangsta's Paradise", a obra máxima e sucesso solitário do moço de alcunha Coolio. Basta tocar um pedacinho, que você será transportado ao distante ano de 1995.

"Gangsta's Paradise" foi a principal música da trilha sonora de "Dangerous Minds" ("Mentes Perigosas", por aqui). O filme repetia a mesma fórmula cansada do "professor-que-leciona-para-turma-de-desasjustados-e-acaba-conquistando-todos". O que salvou o filme de cair definitivamente no limbo do esquecimento foi o Coolio e a Michele Pfeifer, sempre belíssima. Aliás, elogiar a belezura da eterna Mulher-Gato é uma redundância maior que dizer "sair para fora".

Enfim, como não havia como baixar o disco naquele ano, comprei o CD, que é fraco mesmo. De bom, só "Gangsta's Paradise" mesmo. Aliás, ouso dizer que este rap foi uma das melhores músicas pop da década.


A música que mais ouvi deste disco
"Gangsta's Paradise", por ser a única faixa que prestava no álbum.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Depois deste CD, nunca mais ouvi falar do Coolio. Acho que os únicos legados que ele deixou foram "Gangsta's Paradise" e o penteado escroto, que deve ter inspirado o nosso rapper Sabotage e o mundialmente famoso Snoop Dogg.
Naquele ano, "Gangsta's Paradise" era música obrigatória em qualquer festinha.
Depois de "Dangerous Minds", Michele Pfeifer também foi sumindo lentamente. Ainda a considero uma das atrizes mais belas que já surgiram na sétima arte.

Um pedacinho do disco

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

#347 Hoodoo Gurus, "Blow your cool"

Um dos formadores do meu gosto musical foi o programa Realce, que passava aos sábados na TV Record na Idade Medieval da TV brasileira (leia-se antes do advento da TV a cabo). Se você é uma pessoa que já vem lendo o blog há muitas rotações, com certeza já leu isso (quando falei do Smiths e do Midnight Oil). Como naquela época não existia o Soundhound pra me dizer qual era a música que estava tocando nem muito menos internet pra eu googlar trechos de uma letra de música, tinha que recorrer aos universitários para descobrir quem toca essa ou aquela música.

Assim, meio que na sorte, ouvi uma fita cassete (ps: vejam quanta velharia num post só!) emprestada por um colega de colégio e lá estavam os primeiros e inesquecíveis acordes de guitarra de "Out that door", um dos grandes clássicos do Hoodoo Gurus e que era figurinha fácil nas cenas de surfe do Realce. Fui de loja em loja, mas o destino no final eu já sabia:  Gramophone (a mesma loja fabulosa onde o Surfista comprou a coletânea Electric Soup). Levei o "Blow your cool" pra casa e foi uma das minhas melhores compras fonográficas de todos os tempos: o disco é TODO BOM!

Ouvi esse disco por muitos anos, e suas músicas são parte da minha história de vida: as viagens embaladas por  "Out that door" e "What's my scene?", idas a praia ouvindo "Good times", as fossas afogadas com cerveja e "I was the one" e as voltas por cima ao som de "In the middle of the land". É um resumo de uns 10 anos da minha vida, pelo menos

A música que mais ouvi neste disco
Nenhuma das citadas, e sim a gostosinha "Come one"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Depois de 2 discos fazendo um som bem anos 60, os Gurus fecharam com o produtor Mark Opitz, que trabalhara com outros grandes artistas australianos: INXS, AC/DC e a one-hit-wonder Divynils. O trabalho de Opitz deu um banho de loja no som dos caras e foi determinante no som que fizeram daí em diante. 

Um pedacinho do disco:


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

#346 The Wallflowers, "Bringing Down the Horse"

Quantos filhos de cantores/cantoras famosos se deram bem na mesma profissão dos pais? Vamos lá: Ziggy Marley? Sean Lennon? Wanessa Camargo (sem Camargo)??? Ok, ok... a Sandy mandou bem, mas os outros citados tiveram um brilhareco aqui e outro ali. Poucos conseguiram produzir um disco tão bom quanto Jakob Dylan e os Wallflowers. Pelo sobrenome, você identifica logo a paternidade do bardo Bob, mas basta conferir a voz e a fuça do sujeito para que qulquer dúvida desapareça. Jakozinho é os cornos do pai nos anos 1960s e ainda tem a mesma voz pigarreada.

Mas vamos ao que interessa, "Bringing Down the Horse" foi o segundo CD da banda e um dos melhores dos anos 1990s - em minha opinião. Era um CD com pop até o talo, com 11 faixas doces, sem elevar a taxa de colesterol do ouvinte. Destaco "6th Avenue Heartache", "Three Marlenas", "One Headlight" e os B-Sides "Josephine" e "Invisible City", a minha favorita. Entre o pop rock, claro que ainda há a influência do folk do paizão Bob Dylan. De qualquer maneira, ele deve ter ficado orgulhoso do trabalho do filhão.


A música que mais ouvi deste disco
O disco todo é muito bom, mas "Invisible City" tem uma melancolia que faz o ouvinte viajar e pensar na vida. "This invisible city / Where no one sees nothing / We're touching faces in the dark / Feelin' pretty is so hard". Lindo!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Bringing Down the Horse" foi um dos discos que mais ouvi na década de 1990. Ele me remete aos meus tempos de faculdade. Eu costuma estudar com este disco tocando. Minha concentração nos pensadores de comunicação social e sociologia durava 10 minutos. Rapidinho, eu estava com a cabeça em alguma musa. Obrigado, Jakozinho!
"Invisible City" foi uma das minhas companheiras de fossa, quando tomei um toco sofrido na Copa de 1998. Esta e "Wild Horses", dos Stones.
"Bringing Down the Horse" é sensacional para fazer clima com as mocinhas desavisadas. Trilha sonora para amaciar a carne. Experimenta e depois me fala!

Um pedacinho do disco

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

#345 Vários, "Red Hot + Rio"


O projeto Red Hot é uma iniciativa da Red Hot Organization, que visa esclarecer os povos do mundo quanto às questões relacionadas a AIDS usando a cultura pop como ferramenta de disseminação. Seu primeiro e mais bem sucedido trabalho foi uma coletânea de músicas do falecido cantor e compositor Cole Porter interpretadas por diversos artistas do pop rock mundial. O disco? Red Hot and Blue, com interpretações de Neneh Cherry (irmã de Eagle Eye Cherry, que habitava as paradas nos anos 80 e 90), k.d. Lang, Erasure, David Byrne e U2 (uma excelente versão de "Night and day"), entre outros.


O projeto seguiu embalado por esse sucesso, mas seus discos não tiveram o mesmo êxito, exceto pelo excelente "No Alternative". Eis que em 1996 resolvem fazer um disco só com versões de grandes artistas internacionais para músicas da bossa nova, em especial as de Tom Jobim. Nasce o excelente Red Hot + Rio, com interpretações de PM Dawn, Crystal Waters, Sting, David Byrne, Incognito, Cesária Evora etc, em parceria com artistas de peso da MPB como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Marisa Monte, Tom Jobim, Chico Science, etc. O disco é uma DELÍCIA de se ouvir!

Comprei graças a dica de um amigo músico, e ouvi até literalmente arranhar. Nunca mais vi à venda, senão comprava de novo.

A música que mais ouvi deste disco
"Corcovado", cantado em português com sotaque pelo Everything but the Girl

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Muitos falam em samba, mas é fato que a bossa nova é um dos estilos musicais brasileiros mais emblemáticos no exterior. Logo, nesse 7 de setembro, dedico esse disco de grande sucesso (um dos mais vendidos do projeto Red Hot) a toda essa galera brazuca que faz sucesso por aqui e especialmente lá na gringolândia. Brasileiro não é um povo dos mais patriotas, mas basta ficar um tempo lá fora pra se emocionar com qualquer menção à terrinha.

Um pedacinho do disco:


terça-feira, 6 de setembro de 2011

#344 Sheryl Crow, "The Globe Sessions"

Dia desses, botei este disco para tocar. Até aí, nada de extraordinário. Gosto muito da Sheryl Crow e este CD mostra bem o talento da moça. O que me espantou foi conferir a data de laçamento: 1998. Putz, "The Globe Sessions" tem 13 anos (a referência é 2011). Naquele ano, Britney Spears era novidade, Nando Reis ainda era um Titã, os Backstreet Boys eram um fenômeno, Ricky Martin ainda estava no armário, Romário ainda jogava no Flamengo e eu ainda era estagiário. Por que essas referências toscas? Ora, porque mesmo depois de 13 anos, "The Globe Sessions" continua firme, forte e atemporal.

Na boa, acho que a Sheryl Crow foi uma das raras artistas estadunidenses que se mantiveram no primeiro time sem apelar para sua própria gostosura. E olha que Sheryl é gata! Bem, "The Globe Sessions" é um disco que comprova seu talento. Além de produzir o álbum, ela é autora de 11 das 13 faixas. As duas que sobram são covers do Bob Dylan e do Guns'n'Roses. "Sweet Child O'Mine" ficou famosa na histeria do tio Axl Rose, mas ganhou meu respeito na versão folk rock deste CD. Belo disco, que vai durar mais 13 anos sem perder o punch.


A música que mais ouvi neste disco
O cover de "Sweet Child O'Mine" está no meu "Top 5 - Cover que ficou melhor que o original". Curti muito!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Comprei "The Globe Sessions" em uma banca de discos na Cinelândia. Não sei se ainda existe, mas esta área era um clássico refúgio dos admiradores dos bons sons, com discos usados e LPs de fino trato.
"Sweet Child O'Mine" entrou na trilha sonora de "O Paizão", filme meia-boca do Adam Sandler.
"The Globe Sessions" ganhou uma porrada de prêmios entre 1998 e 1999. Merecidos, diga-se de passagem!

Um pedacinho do disco

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

#343 U2, "Rattle and Hum"


Eu e o Surfista já fizemos várias incursões na discografia do célebre grupo irlandês, mas deixamos a cereja do bolo para o final. Sim meus amigos, o Rattle and Hum é uma obra prima. Engraçado que durante um tempo eu resisti ao máximo a esse disco, por ele ser claramente um "U2 na América", e eu sempre torci o nariz para influências americanas no rock (ou vocês acham que a grande e esmagadora maioria de bandas inglesas por aqui é coincidência).


No entanto, pensem comigo: dá pra ignorar um disco do U2 que tem "Desire", "Angel of Harlem" e uma arrepiante versão ao vivo de "Helter Skelter" (dos Beatles) ? Logo, não foi muito difícil me convencer do valor desse disco. Lançado no finalzinho dos anos 80, "Rattle and Hum" rendeu também um longa metragem mostrando essa incursão do U2 em solo yankee, que inclusive passou nos cinemas aqui na época. E eu bobamente perdi isso nas telonas...

A música que mais ouvi deste disco
A versão ao vivo de "I still haven't found what I'm looking for"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Uma amiga minha também rata de internet era igualmente viciada nesse disco. Como nem tudo são flores na vida de um solteiro, nas noites de solidão onde somente as telas do IRC lhe davam ouvidos, essa minha amiga "pura, inocente e virginal" declamava os versos de "All I want is you". Como uma das funções dos amigos é memorizar os podres e nos lembrar o quão ridículos somos às vezes, de vez em quando eu lembro ela disso :)

Um pedacinho do disco:


domingo, 4 de setembro de 2011

#342 Trio Forrozão, "Na Batida da Zabumba"

Ah, os meus tempos de forrozeiro. Sim, tive uma fase da vida em que eu não dispensava uma bate-coxa. Não que eu fosse o mestre do rala-bucho, mas me aventurei por salões da Lapa e até visitei as noitadas de sábado na Feira de São Cristóvão, lá na Zona Norte do Rio. Foi uma época de Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Falamansa e o Trio Forrozão. Dentre os citados, o Trio (que na verdade era um quarteto) era o menos conhecido.

Sim, o Trio Forrozão pode até ter começado como trio, mas conheci como quarteto e já foi um quinteto no CD "No Forrobodó". Enfim, acho que fazer um trio de forró deve ser estratégia de marketing. Voltando ao assunto, "Na Batida da Zabumba" é um belo exemplar de forró com claras influências nordestinas e um elo forte com o dito "forró universitário".

"Na Batida da Zabumba" é um disco bacaninha, com canções honestas e boas levadas para forrozear. As minhas favoritas são "Diploma Nordestino", "Lisbela" e "Repressa do Querer".


A música que mais ouvi neste disco
Antes mesmo de ver o filme "Lisbela e o Prisioneiro", com Selton Melo, eu já curtia essa música.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O Trio Forrozão tem um padrinho forte. Caetano Veloso se encantou com o som dos caras e ajudou muito. Além de um contrato com o seu selo Natasha Records, o baiano ainda compôs "Lisbela".
No filme de Guel Arraes, o Los Hermanos canta Lisbela.

Um pedacinho do disco

sábado, 3 de setembro de 2011

#341 Paul McCartney, "Tripping the Live Fantastic"

Em algumas coisas, eu era um moleque diferente da média. Não era muito de sair, não tinha lá muitos amigos, não era "popular" na escola, e já era nerd. E musicalmente, era um raro fã dos Beatles - nada comum entre os adolescentes na época (não entre os que eu conhecia). Mas eis que Paul McCartney anuncia que a turnê Tripping the Live Fantastic passaria pelo Brasil e aportaria no Estádio Mário Filho - o histórico Maracanã. Fiquei completamente obcecado pelo show!


Paul in Rio era o assunto em qualquer roda de conversa, mesmo 3 meses antes. Muitas pessoas ouvindo os grandes sucessos da banda, como se tivessem sido recém lançados. O Rio experimentou uma dose tardia de beatlemania. Mas chegando perto do show, faltou o dinheiro e faltaram as companhias. E nisso eu era apenas mais um adolescente: sem autonomia pra tomar minhas próprias decisões, e consequentemente sem show. Fiquei chateado bastante tempo por ter perdido esse show.

Alguns meses depois, sir Paul lança no mercado o registro de sua turnê, e pelo menos assim por tabela eu pude curtir. Foi o primeiro disco oficial ao vivo do ex-beatle e foi lançado como CD duplo, repleto de preciosidades da sua turnê. Um petardo de 37 músicas, umas fantásticas, outras nem tanto. Todas bem acima da média do que se ouvia pelas rádios. Alguns sucessos dos Beatles (creditados a Paul, embora ele e Lennon fossem oficialmente os compositores), alguma coisa do Wings e de sua carreira solo. Excelente CD!

A música que mais ouvi neste disco
Na época, "Let it be" e "Live and let die"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Eu pensava que jamais veria um beatle por aqui, e por muitos anos praguejei a própria sorte pela conjunção de fatores que me deixaram de fora desse show de 1990. Mas felizmente tive outras 2 chances de vê-lo ao vivo e não desperdicei: este ano no Engenhão e ano passado no Morumbi, que veio a ser o show mais emocionante da minha vida e onde muita coisa fez sentido pra mim

Um pedacinho do disco:

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

#340 Rammstein, "Sehnsucht"

Conheci o Rammstein em um tempo em que não havia banda larga para baixar um disco inteiro sem levar horas. Conheci apenas "Du Hast" pela programação da madrugada da MTV e arrisquei. Foi um tiro no escuro, mas acertei!

"Sehnsucht" é uma porradaria só! Na opinião do blogueiro platinado, o Rammstein é uma das raras bandas que mesclam bem o peso das guitarras e ingredientes eletrônicos. Esqueça Limp Bizkit e Linkin Park e o tal do nu-metal. Ninguém dessa turma tem o vocal grave e assustador de Till Lindemann. O cara parece que saiu um daqueles filmes do expressionismo alemão. Enfim, o Rammstein é uma banda que poucos conhecem, mas que todos os fãs do rock pesado deveriam ter na prateleira.


A música que mais ouvi neste disco
Tanto na TV quando na vitrola, "Du Hast". E olha que o disco é todo maneiro, com petardos como "Engel", "Tier" e a sombria "Klavier".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Adoro clipes com historinhas. Essa é uma das razões pelas quais simpatizo tanto com o Aerosmith. E essa foi a maior razão pela qual arrisquei comprar o disco de uma banda alemã que nunca tinha ouvido falar. O vídeo de "Du Hast" é muito legal. Ele tem um clima de filme do Tarantino com aquela perversão meio doentia dos filmes de terror europeus. Aliás, muitos dos clipes do Rammstein têm essa vibe.
Confesso que tenho medo do vocalista do Rammstein.
"Sehnsucht" tem outras capas, mas todas no estilo "Jogos Mortais".
O Rammstein passou pelo Brasil em algumas ocasiões. A última vez foi em 2010, quando fizeram duas apresentações no Via Funchal, em São Paulo.

Um pedacinho do disco

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

#339 Titãs, "Õ Blésq Blom"

Assim como em toda cena musical, quando você observa o surgimento de 2 ou mais bandas muito boas, os fãs naturalmente se polarizam e criam legiões de fãs apaixonados, praticamente uma religião. É assim desde Beatles x Stones e depois veio com Sabbath x Purple, Oasis x Blur, MC Hammer x Vanilla Ice e por aí vai (ok, forcei um pouco a barra nos exemplos, mas foi só pra dar uma idéia). Com o rock nacional tivemos aqui os ardorosos fãs do Legião, do Titãs e do Paralamas. O embate nem era tão fanático, mas eu percebia claramente entre meus amigos os que puxavam a sardinha pra cada um deles. Eu particularmente era mais fã dos Paralamas, gostava do Legião e tinha uma certa implicância com o Titãs.


Eis que os paulistas do Titãs dão uma guinada e lançam um disco musicalmente bem diferente dos anteriores. Depois da clara influência new wave do disco de estréia "Televisão" e dos toques de punk rock de "Cabeça Dinossauro" e "Jesus não tem dentes no país dos banguelas", resolvem flertar com o pop e o tropicalismo no excelente "Õ blésq blom". Foi aí que eu finalmente me rendi ao som da banda, e pude mergulhar mais fundo no experimentalismo das letras e músicas de Arnaldo Antunes, ainda a principal influência da banda. Acho que as únicas que eu não ouvia muito eram "Medo" e "Natureza morta", o resto do disco INTEIRO rodou até cansar na vitrola lá de casa. Um disco obrigatório pra quem curte o pop rock nacional

A música que mais ouvi neste disco
"Miséria" (emendada com a introdução de Mauro e Quitéria) e também a excelente "Flores"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O nome do disco é estranho, né? Esse nome é invenção de Mauro e Quitéria, casal de repentistas que os integrantes da banda conheceram numa viagem a Pernambuco. Nos repentes, eles misturam palavras de vários idiomas (como se pode reparar na primeira e última faixa do disco). E segundo eles, õ blésq blom significa "os primeiros homens que andaram sobre a terra"(!?).

Um pedacinho do disco:


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

#338 U2, "All That You Can't Leave Behind"

E vamos a mais um CD do U2 nas 365 Rotações. Tanto eu quanto o ilustre Navegante temos uma relação muito próxima com os irlandeses. E vamos em frente!

"All That You Can't Leave Behind" veio na sequência ao fraquinho "Pop". Os caras fizeram um mega-ultra-power-turnê, a Pop-Mart, encheram ainda mais as suas contas bancárias, mas, musicalmente, o disco era bem sem-vergonha. Querendo mostrar que ainda tinha rock'n'roll na veia, Bono, Edge, Clayton e Mullen apresentaram "All That You Can't Leave Behind" como se fosse uma redenção. Olha, até gostei, mas não está no patamar de "Achtung Baby", "The Joshua Tree" e "War", pegando logo os pesos-pesados da banda.

O cartão de visitas de "All That You Can't Leave Behind" foi "Beatiful Day", que foi um retumbante sucesso. "Elevation" também emplacou e, como sempre, o U2 cravou uma lentinha para animar os corações apaixonados: "Stuck in a Moment You Can't Get Out Of". Enfim, era um autêntico CD do U2 em sua fase sem a inspiração da juventude.



A música que mais ouvi neste disco
Além de todo o alto astral do mundo, "Beautiful Day" é logo a primeira faixa do disco. Não tinha como fugir dela.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"All That You Can't Leave Behind" foi o primeiro CD de inéditas do U2 desde o esquisitão "Pop". Chegou cercado de expectativas e receios. Achei um disco OK e nada mais.

Um pedacinho do disco

terça-feira, 30 de agosto de 2011

#337 Queen, "Made in Heaven"

Quando Freddie Mercury morreu, o mundo da música sofreu grande baque. Inegável o talento do cantor do Queen, uma das grandes bandas dos anos 70 / 80. Ele foi uma das primeiras celebridades a encarar publicamente o jugo da AIDS, o que de certa forma foi um grande exemplo para promover a desmistificação da doença, e principalmente para quebrar o preconceito contra seus possuidores.

Alguns anos depois, uma surpresa: surge um álbum de inéditas da banda. De cara pensei que fosse uma mera presepada para arrecadar dinheiro, ou uma coleção de sobras de outros discos e gravações demo (tal qual o Anthology dos Beatles). Na verdade não era bem isso. Ao saber que estava doente, Freddie gravou o maior número possível de vocais para as músicas, especialmente por saber que não viveria para vê-las concluídas. Os outros músicos então finalizaram as músicas inéditas 2 anos depois, colocando esse último disco no mercado. Fez grande sucesso e vendeu cerca de 20 milhões de cópias mundo afora.

Motivado por isso, comprei esse disco assim que pude. Legal sim, mas na minha opinião não tem o mesmo carisma de composições anteriores. Destaque para "Heaven for everyone" e "I was born to love you"

A música que mais ouvi neste disco
"I was born to love you", que é uma das únicas regravações, e que eu ouvi pela 1ª vez na trilha sonora internacional da novela A Gata Comeu

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"I was born to love you" é até hoje parte das coletâneas de quando estou amarradão em alguma mulher, e de uns tempos pra cá aparece também nas minhas playlists de corrida e pedalada. Adoro o astral dessa música!

Um pedacinho do disco: