Em algumas coisas, eu era um moleque diferente da média. Não era muito de sair, não tinha lá muitos amigos, não era "popular" na escola, e já era nerd. E musicalmente, era um raro fã dos Beatles - nada comum entre os adolescentes na época (não entre os que eu conhecia). Mas eis que Paul McCartney anuncia que a turnê Tripping the Live Fantastic passaria pelo Brasil e aportaria no Estádio Mário Filho - o histórico Maracanã. Fiquei completamente obcecado pelo show!
Paul in Rio era o assunto em qualquer roda de conversa, mesmo 3 meses antes. Muitas pessoas ouvindo os grandes sucessos da banda, como se tivessem sido recém lançados. O Rio experimentou uma dose tardia de beatlemania. Mas chegando perto do show, faltou o dinheiro e faltaram as companhias. E nisso eu era apenas mais um adolescente: sem autonomia pra tomar minhas próprias decisões, e consequentemente sem show. Fiquei chateado bastante tempo por ter perdido esse show.
Alguns meses depois, sir Paul lança no mercado o registro de sua turnê, e pelo menos assim por tabela eu pude curtir. Foi o primeiro disco oficial ao vivo do ex-beatle e foi lançado como CD duplo, repleto de preciosidades da sua turnê. Um petardo de 37 músicas, umas fantásticas, outras nem tanto. Todas bem acima da média do que se ouvia pelas rádios. Alguns sucessos dos Beatles (creditados a Paul, embora ele e Lennon fossem oficialmente os compositores), alguma coisa do Wings e de sua carreira solo. Excelente CD!
A música que mais ouvi neste disco
Na época, "Let it be" e "Live and let die"
Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Eu pensava que jamais veria um beatle por aqui, e por muitos anos praguejei a própria sorte pela conjunção de fatores que me deixaram de fora desse show de 1990. Mas felizmente tive outras 2 chances de vê-lo ao vivo e não desperdicei: este ano no Engenhão e ano passado no Morumbi, que veio a ser o show mais emocionante da minha vida e onde muita coisa fez sentido pra mim
Um pedacinho do disco:
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