Provavelmente, você já ouviu em alguma palestra motivacional a seguinte máxima: "chegar ao topo não é tão difícil. Difícil é manter-se lá". Pois é, quando o Radiohead emplacou dois discos seguidos nas paradas de sucesso ("The Bends" e "OK Computer"), fãs e detratores já haviam concordado que eles estavam mergulhados no showbiz. Ledo engano. Sem qualquer cerimônia (e para desespero da gravadora), os caras lançam um CD altamente experimental: "Kid A".
O Radiohead é uma banda esquisita, diga-se de passagem, e ela faz disso um elogio. Porém, nada se compara ao estranhaço "Kid A". São vários barulhinhos, efeitos eletrônicos, gemidos de Thom Yorke e outros recursos sonoros que acabam se tornando música. Sei lá, acho que o "Kid A" está para o mundo da música assim como "2001: Um Odisseia no Espaço" e "Mulholland Drive" estão para o cinema. São experiências que devem ser contempladas (com estranhamento, claro) e não entendidas. Eu nunca entendi "2001" e torço um pouco do nariz para "Mulholland Drive", então já viu, né?
Seres superiores, com um percepção do universo maior que a minha, alegam que este CD é brilhante. Eu acho que é meio "a roupa nova do rei", sabe? Se você não curtir, está por fora da parada, não tem sensibilidade e blá-blá-blá. Então eu assumo aqui que sou tapado como uma beterraba. Para evitar que haja uma antipatia imediata pelo curioso "Kid A", ouça "How to Disappear Completely", de uma dor e beleza aflitivas.
A música que mais ouvi neste disco
Talvez "How to Disappear Completely". Talvez "The National Anthem". Talvez "Optimistic". Talvez qualquer outra. "Kid A" não foi um disco que ouvi à exaustão.
Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Comprei "Kid A" por indicação do Toinho, designer e figura das melhores. À época do lançamento, ele elogiou tanto o disco que acabei embarcando na dele. Não sei se ele estava de sacanagem ou se ele é um dos seres superiores, com um percepção do universo maior que a minha. Certamente, a segunda opção.
"Kid A" quase não tem guitarras. Acho que não tem mesmo. O disco todo é embalado por sintetizadores e pela voz sofrida do Thom Yorke.
Um pedacinho do disco
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