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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

#338 U2, "All That You Can't Leave Behind"

E vamos a mais um CD do U2 nas 365 Rotações. Tanto eu quanto o ilustre Navegante temos uma relação muito próxima com os irlandeses. E vamos em frente!

"All That You Can't Leave Behind" veio na sequência ao fraquinho "Pop". Os caras fizeram um mega-ultra-power-turnê, a Pop-Mart, encheram ainda mais as suas contas bancárias, mas, musicalmente, o disco era bem sem-vergonha. Querendo mostrar que ainda tinha rock'n'roll na veia, Bono, Edge, Clayton e Mullen apresentaram "All That You Can't Leave Behind" como se fosse uma redenção. Olha, até gostei, mas não está no patamar de "Achtung Baby", "The Joshua Tree" e "War", pegando logo os pesos-pesados da banda.

O cartão de visitas de "All That You Can't Leave Behind" foi "Beatiful Day", que foi um retumbante sucesso. "Elevation" também emplacou e, como sempre, o U2 cravou uma lentinha para animar os corações apaixonados: "Stuck in a Moment You Can't Get Out Of". Enfim, era um autêntico CD do U2 em sua fase sem a inspiração da juventude.



A música que mais ouvi neste disco
Além de todo o alto astral do mundo, "Beautiful Day" é logo a primeira faixa do disco. Não tinha como fugir dela.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"All That You Can't Leave Behind" foi o primeiro CD de inéditas do U2 desde o esquisitão "Pop". Chegou cercado de expectativas e receios. Achei um disco OK e nada mais.

Um pedacinho do disco

terça-feira, 30 de agosto de 2011

#337 Queen, "Made in Heaven"

Quando Freddie Mercury morreu, o mundo da música sofreu grande baque. Inegável o talento do cantor do Queen, uma das grandes bandas dos anos 70 / 80. Ele foi uma das primeiras celebridades a encarar publicamente o jugo da AIDS, o que de certa forma foi um grande exemplo para promover a desmistificação da doença, e principalmente para quebrar o preconceito contra seus possuidores.

Alguns anos depois, uma surpresa: surge um álbum de inéditas da banda. De cara pensei que fosse uma mera presepada para arrecadar dinheiro, ou uma coleção de sobras de outros discos e gravações demo (tal qual o Anthology dos Beatles). Na verdade não era bem isso. Ao saber que estava doente, Freddie gravou o maior número possível de vocais para as músicas, especialmente por saber que não viveria para vê-las concluídas. Os outros músicos então finalizaram as músicas inéditas 2 anos depois, colocando esse último disco no mercado. Fez grande sucesso e vendeu cerca de 20 milhões de cópias mundo afora.

Motivado por isso, comprei esse disco assim que pude. Legal sim, mas na minha opinião não tem o mesmo carisma de composições anteriores. Destaque para "Heaven for everyone" e "I was born to love you"

A música que mais ouvi neste disco
"I was born to love you", que é uma das únicas regravações, e que eu ouvi pela 1ª vez na trilha sonora internacional da novela A Gata Comeu

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"I was born to love you" é até hoje parte das coletâneas de quando estou amarradão em alguma mulher, e de uns tempos pra cá aparece também nas minhas playlists de corrida e pedalada. Adoro o astral dessa música!

Um pedacinho do disco:


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

#336 Spin Doctors, "Pocket Full of Kryptonite"

Quem viveu o início dos anos 1990s sabe que, naquela época, as opções para descolar um disco era comprar na loja ou gravar em k7. Na segunda alternativa, era necessário que alguém tivesse o álbum que você queria. Como pouca gente ouvia as músicas que eu gostava nesta época, eu era obrigado a comprar os CDs. Nessa onda, vários títulos esquisitões foram parar na minha vitrola. Entre eles, o Spin Doctors.

A banda alcançou o sucesso graças ao single "Two Princes", que era e ainda é muito legal. A música tinha uma guitarra grudenta, um ritmo dançante e logo ganhou os adolescentes. Eu estava neste grupo e comprei "Pocket Full of Kryptonite". Gravei "Two Princes" em uma fitinha com outros canções da moda e ouvi o CD umas três ou quatro vezes mais. Desde então, nunca mais. Até lembrar dele para escrever no blog.

Enfim, o Spin Doctors virou mais um "one-hit-wonder", isto é, aqueles artistas que emplacaram apenas um megassucesso e só! Bem-vindo ao clube do Chumbawamba, Deee Lite, Fastball e Inner Circle, dentre outros!

A música que mais ouvi neste disco
Por razões já explicadas, "Two Princes".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A tal fitinha que gravei na época fez lá o seu sucesso. Tinha "Two Princes", "Unforgiven", "Losing my Religion" e outras que não lembro.
Em "Pocket Full of Kryptonite", outra música que era divertidinha era "Little Miss Can't be Wrong".
Na época, eu achava que o Spin Doctors podia ser um novo Red Hot Chili Peppers.

Um pedacinho do disco

domingo, 28 de agosto de 2011

#335 Madonna, "The Immaculate collection"

Houve uma fase da minha adolescência que minha verve musical foi contagiada por uma novidade: cantores, cantoras e bandas do showbiz mundial passaram a gravavam filmes curtos, embalados por suas músicas. Muitos deles tinham algum tipo de encenação (com alguma relação com a música), mas quase todos mostravam-nos cantando em algum momento. Sim, estou falando do videoclipe. Dentre os vários memoráveis da década de 80 (o "Thriller" de Michael Jackson e o "Money for nothing" do Dire Straits, por exemplo), mas não dá pra falar de videoclipe sem citar a Madonna.


Foram esses vídeos que me despertaram para a música dessa cantora americana ainda nos anos 80. Ainda não existia TV a cabo por aqui (estranho dizer isso, parece que existe desde sempre :D), então dependíamos da boa vontade da TV aberta. Primeiro, com o excelente FM TV, que passava na finada TV Manchete. Pouco depois, o fanfarrão mor BB Videoclipe, na TV Record. E é engraçado, pois só de ouvir os primeiros acordes de "Borderline" eu me lembro da época, ainda que eu não lembre do clipe. Mas os que vieram a seguir ficaram marcados na memória de muita gente: a perfomance a la Marilyn Monroe em "Material girl", a historinha latina de "La isla bonita" e as polêmicas cruzes em chamas de "Like a prayer". E para ter isso tudo pertinho do ouvido, Madonna lançou a coletânea "The Immaculate collection", que na minha opinião resume bem tudo de bom que ela lançou. No máximo incluiria "Beautiful stranger" e "Frozen", lançadas mais adiante. Disco obrigatório!

A música que mais ouvi neste disco
"Borderline", por uma questão de memória sentimental mesmo

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Ok, vou confessar: "Borderline" me lembra muito uma amiga de uma das minhas irmãs (ambas mais velhas), dos tempos de escola. Era loirinha, gatinha e tinha uma pinta semelhante a da Madonna. Sabendo-se que eu era um pirralho pré-adolescente com hormônios fervilhantes nas veias, não preciso fazer um tratado de amor platônico, né ?

Um pedacinho do disco:

sábado, 27 de agosto de 2011

#334 Trilha Sonora, "High Fidelity"

As pessoas que gostam de música, gostam muito mesmo e procuram conhecer mais e mais sobre o assunto, têm uma boa carga de arrogância. São bem pedantes mesmo. Muito da graça de "Alta Fidelidade" é como alguns dos personagens são pedantes quando o assunto são os seus CDs. E olha que a história gira em torno de um dono de vinis usados que adora fazer listas. Após um dolorido pé-na-bunda, ele lista os 5 maiores rompimentos ("break-ups") da sua vida. Enquanto reflete sobre suas ex-namoradas, o protagonista mergulha em seus milhares de álbuns. Vem cá, a trilha sonora de um filme desse não poderia ser ruim, né?

"Alta Fidelidade" é um dos meus filmes favoritos e também uma das trilhas sonoras mais legais que tenho. Com um repertório altamente alternativo, Bob Dylan e Stevie Wonder são os mais populares, fazendo o meio-campo para The Velvet Undergrounf, Beta Band, Stereolab, Elvis Costello e Sheila Nicholls. Entre as 15 faixas, a mais surpreendente é a de Jack Black. O cara dos Pixies? Não, o ator gordinho de "Escola do Rock", dentre outros. Além de construir um personagem hilário, ele tira onda cantando "Let's Get it On", imortalizada na interpretação molha-calcinha de Marvin Gaye.

A música que mais ouvi neste disco
Ah, gostei muito da desconhecida Beta Band, mas Jack Black esculacha em "Lets Get It On".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Este filme é baseado no livro do inglês Nick Hornby, um dos escritores mais antenados na cultura pop de todos os tempos. Eu ganhei o livro de uma garota e tem uma dedicatória fofa dentro.
Eu sou pedante com música. Confesso. Por isso, eu me identifico com este filme.
Também adoro fazer listas.

Um pedacinho do disco

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

#333 Us3, "Hand on the torch"

Aposto que muita gente hoje acha cool ouvir mistura de dance com tango, e baba litros pelo Gotan Project. Não precisam dizer que sim, eu sei disso: Gotan Project é mesmo muito maneiro :D E porque tô falando deles num post do US3? Simples: o US3 foi a mistura cool que pintou nas pistas nos anos 90.


Até então inusitada, a mistura de jazz com rap e hip hop casou perfeitamente e invadiu as pistas de dança do mundo inteiro. "Cantaloop" era obrigatória, desde festinhas de 15 anos até as mais badaladas boates da cidade. E graças ao sucesso dessa música, quis beber mais dessa fonte e comprei o CD. Muito bem feito e tals, mas não me empolgou. Gostei também da música "Tukka Yoot's Riddim" (não me perguntem o que significa, não faço idéia!), mas o resto do CD não me empolgou. Num desses troca trocas, passei adiante. Outro dia só por curiosidade fui no Grooveshark pra ouvi-lo de novo, e que surpresa! É bem diversificado e gostoso de ouvir. Acho que na época eu talvez não tivesse maturidade musical pra gostar do disco.

A música que mais ouvi neste disco
"Cantaloop", claro.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Ok, não vou deixar vocês com dúvida aí do outro lado. Tukka Yoot é um dos vocalistas que participou do disco, e "Riddim" é na verdade um jeito descolado de escrever Rythm. O US3 basicamente existe desde a década de 90, mas de fixo só o produtor (inglês, claro): a cada disco, chamam vários profissionais pra trabalhar nas músicas, sempre baseadas em samples de clássicos do jazz americano e misturando ritmos modernos (até drum 'n bass entra nessa)

Um pedacinho do disco:


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

#332 Jota Quest, "De Volta ao Planeta"

Essa resenha estava programada para ser publicada daqui a alguns dias. Mas, com a estreia de "Planeta dos Macados - A Origem", decidi botar o texto para hoje e fingir coincidência.

O Jota Quest já foi foco de discussões entre mim e os meus amigos. Na verdade, a maioria deles detesta a simpática banda mineira. Para mim, eles não fedem nem cheiram. Na verdade, mais cheiras do que fedem. O ponto unânime é que o grupo tem o mérito de ter um cantor com personalidade vocal. Assim como O Rappa ou a Legião Urbana, quando você ouve uma música dos caras, não há dúvida: é Jota Quest.

Depois de um disco de estreia divertidinho (quando ainda eram J. Quest), Rogério Flausino e seus blue caps continuaram apostando no pop com forte influência da black music em "De Volta ao Planeta". E com a voz vibrante de Rogério, casou direitinho. Em sua maioria, as canções têm swing, balanço, musicalidade e influência dos anos 1970s.

Enfim, "De Volta ao Planeta" tem como destaques a faixa-título, "Sempre Assim", "35" e a baladinh "Fácil". Putz, eu lembro como "Fácil" tocou. Como o Jota Quest é popular, esta musiquinha era executada em todo lugar onde tivesse volume, isto é, das AMs do povão até às FMs descoladas e emissoras diversas. Era de enlouquecer. Quase na mesma onda, veio o "O Vento". Aí o Jota Quest se consagrou como uma das bandas que mais tocaram em exposições agropecuárias. Ponto para eles!


A música que mais ouvi neste disco
"Fácil, extremamente fácil. Pra você e todo mundo catar junto". Que refrão mais oportuno.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"35" que tem uma introdução que lembra "Hera Venenosa", cuja versão foi gravada pela querida Rita Lee Jones.
Graças ao sucesso de "Fácil", "De Volta ao Planeta" e "O Vento", o segundo disco do Jota Quest vendeu nada menos que 1.500.000 cópias. É um número digno de Ivete Sangalo! E tome exposição agropecuária.
Wilson Sideral, irmão do Rogério Flausino, foi compositor de muitas canções deste CD. Pouco depois, tentou a sua sorte do mercado fonográfico. Não foi muito bem. Na minha opinião, a voz era muito parecida com a do vocalista do Jota Quest.

Um pedacinho do disco

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

#331 Vários, "Back to new wave - parte 2"

Falei do volume 1 e deixei esse de lado, que injustiça! É mais um CD com verdadeiras pérolas do pop / rock / new wave nacional dos anos 80, mas que é bem difícil de achar. Se fosse relançado hoje, fatalmente estaria relacionado a Festa PLOC, pois é base para o que tocam nessas festas. Mais do que musicalmente bem feitas, as músicas dessa época eram em sua maioria cheias de bom humor.


O volume 1 foi o que eu mais ouvi pois foi o primeiro que comprei, mas analisando friamente acho esse aqui bem melhor. Léo Jaime aparece logo com duas músicas: a melosa "A vida não presta" e o melô do bambolê "Conquistador barato". Rádio Táxi também tem 2 músicas nessa coletânea, ambas de trilhas sonoras de filmes nacionais: "Garota dourada" (da trilha do filme de mesmo nome) e "Dentro do coração", que toca em um dos momentos mais engraçados de "Os normais - o filme". Completam o CD a impagável "Menina veneno" de Ritchie, o clássico "Ti ti ti" da banda Metrô, o "Olhar 43" do RPM, a controversa "Masculino e feminino" de Pepeu Gomes e a divertida "Eh! Oh!" de Dr. Silvana e Cia. Não parece repertório de festa anos 80 ?

A música que mais ouvi neste disco
A mais brega de todas, "Menina veneno"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A ex-VJ Babi (Xavier) faz uma ponta em um dos videoclipes de Léo Jaime nos anos 80. Enquanto ele chora as mágoas, ela aparece sem roupa, só com uma guitarra cobrindo o corpo, cigarro no canto da boca, e cara de poucos amigos. Chega a ser constrangedor de tão tosco. Eu tenho quase certeza que é da música "A vida não presta", mas não achei no Youtube... :(

Um pedacinho do disco:


terça-feira, 23 de agosto de 2011

#330 Cássia Eller, "Acústico MTV"

Ah, os acústicos que tanto odiamos e adoramos. Pode ser a redenção de uns e a queimação de outros. No caso da Cássia Eller, achei que foi precipitado. "Tsc, tsc, tsc... com tanto pela frente, já gravando uma coletânea", pensei. Mal sabia eu que o destino, brincalhão e maroto, tinha armado seus pauzinhos para que o disco desplugado de Cássia fosse o seu adeus.

Ok, ok, este primeiro parágrafo foi dramático e piegas. Não resisti!

Bom, "Acústico MTV" mostra que Cássia tinha talento e recursos para interpretar vários estilos com segurança e personalidade. No balaio de compositores, a cantora abraça as obras de Chico Buarque, Marisa Monte, Cazuza, Renato Russo, Nação Zumbi, o rapper Xis e até o Riachão, que é lendário na Bahia, mas eu nunca tinha ouvido falar. Esqueci de mencionar o Nando Reis? Nãããão. Como poderia fazer tal blasfêmia. "Acústico MTV" foi a festa de casamento entre a intérprete e o seu compositor favorito. Tem "Relicário", "Luz dos Olhos" e "O Segundo Sol", que nasceram na cabecinha ruiva de Nando, mas ganharam o mundão na voz poderosa de Cássia.

Acredito que este é um dos melhores unpluggeds produzidos pela ême-tê-vê.


A música que mais ouvi neste disco
"Malandragem", talvez. Ou "Relicário". Dúvida...

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O disco foi gravado em março de 2001. Cássia faleceu em dezembro do mesmo ano. Estava na turnê do álbum.
Posso dizer que Cássia Eller foi a nossa Amy Winehouse?


Um pedacinho do disco:

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

#329 Coldplay, "X&Y"

Esse disco foi lançado no auge da minha fixação pelo Coldplay, graças principalmente ao "A rush of blood to the head". Eu vivia um período de vida bem conturbado, mas que culminou em uma transformação muito positiva na minha vida: minha volta definitiva ao esporte. Mais precisamente ao mergulho e ao remo.


Lembro bem de gravar músicas desse CD no MP3 pra ouvir numa viagem a Três Rios, onde ia fazer rafting com amigos, em pleno carnaval de 2006. Eu ainda não tinha dado a atenção devida ao disco, logo pode-se dizer que foi na viagem que eu realmente descobri as músicas. De cara, torci o nariz para o primeiro single do disco, "Fix you". No caso, foi uma mera expectativa não atendida: eu imaginava que eles viriam com uma música com o mesmo punch de "Clocks", do disco anterior. Felizmente foi só uma primeira impressão distorcida, porque "Fix you" é uma delícia de se ouvir (até melhor do que "The scientist", a baladinha no mesmo estilo que figura no trabalho anterior).

Mas a música que eu esperava ouvir estava ali no disco, só faltava descobri-la: "Talk" e "The hardest part", qualquer uma delas bate um bolão. "Speed of sound" também é legalzinha, mas nada demais. As outras não tem vocação para hits, mas são bem gostosas de ouvir de bobeira, enquanto lê um livro, aprecia uma paisagem, pensa na vida, etc (em especial "A message" e "Swallowed by the sea").

A música que mais ouvi neste disco
"The hardest part"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Antes do X&Y, teve um show do Coldplay por aqui por um bom preço, e a banda ainda não era conhecida do grande público. Esnobei, porque só conhecia umas 3 ou 4 músicas. Em 2006 eles vieram aqui de novo pela turnê do X&Y, mas os ingressos esgotaram em poucas horas e eu não consegui ir. Agora que venha o Rock in Rio: meu ingresso já está garantido.

Um pedacinho do disco:


domingo, 21 de agosto de 2011

#328 Green Day, "American Idiot"

O Green Day sempre foi uma baanda divertida. Acordes ligeiros, bom vocal e vigor adolescente. Só faltava o engajamento político que caracteriza os punks. Para mostrar que eles também têm consciência social (pincei este termo de "Tropa de Elite"), o álbum "American Idiot" chegou às lojas em 2004, ápice da administração de George W. Bush.

A intenção até foi boa. O título "American Idiot" é audacioso e tals. Comprei o disco e achei bem legal, mas sejamos sinceros e sem hipocrisias: quando um CD de protesto vende milhões e ganha prêmios na MTV, há alguma fora da ordem, não? Punk que é punk não é comercial. Punk que é punk não grava música com 9 minutos de duração. Está lá no estatuto dos punks, pô! De qualquer forma, foi uma bandeira levantada pelo Green Day e tem o seu valor. Tirando a minha crítica turrona e ranzinza, "American Idiot" é um CD maduro e maneiro.


A música que mais ouvi neste disco
"Jesus of Suburbia" é legal, mas é muito longa. Muito épica. "Holiday" vai direto ao ponto em menos tempo. Bem legal!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Recentemente, o Green Day foi eleito a melhor banda punk de todos os tempos, batendo Ramones, Black Flag, Sex Pistols e The Clash. É a mesma moçada que vota no Maradona em eleições da internet sobre o melhor jogador de futebol de todos os tempos.
"American Idiot" está entre os 200 álbuns definitivos do Rock and Roll Hall of Fame.
Segundo os coleguinhas da wikipedia, "American Idiot" vendeu 14 milhões de discos ao redor do mundo.
Acho que o Green Day é a grande ausência do Rock in Rio 2011.
Ok, ok, ok... "American Idiot" é do car@#@#$@#$!!!!

Um pedacinho do disco

sábado, 20 de agosto de 2011

#327 Tears for Fears, "Songs from the big chair"

Comentei com uma amiga que ia escrever um post sobre o Tears for Fears. "Quem?", perguntou ela. "HEREGE!", respondi. Ok, os caras saíram de cena na década de 90, mas seu legado musical se perpetua até hoje. Esse disco, que vem a ser o segundo desse duo britânico, fez um grande sucessos nas paradas britânica e americana, e é o mais vendido deles. (ps: já repararam que só dá britânico por aqui? Juro que não é implicância minha com os yankees). E foi só assoviar os primeiros acordes de "Head over heels" pra que ela se lembrasse.


Ouvi um bocado esse LP na época, mas confesso que acabava me atendo mais aos grandes sucessos. Por ser um disco bastante representativo para a banda e para a época, os sucessos não são poucos: "Head over heels", "Shout" e "Everybody wants to rule the world" tinham presença garantida na maioria das festinhas. As outras eu nem curtia muito, confesso.

A música que mais ouvi neste disco
"Everybody wants to rule the world", que inclusive tocava nas cenas finais do filme Academia de Gênios (Real genius, um dos primeiros do Val Kilmer)

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A banda é apelidada por muitos de "tias fofinhas" (em alusão à fonética do nome em inglês), num caso raro onde até os fãs radicais aceitam o pejorativo sem se revoltar.

Um pedacinho do disco:

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

#326 Dire Straits, "Brothers in Arms"

Cara, vamos combinar uma coisa: se existir um Top 10 dos discos mais emblemáticos dos anos 1980s, "Brothers in Arms" está entre os 5. Talvez, entre os 3 - coladinho na Madonna e no Michael Jackson.

Então, tudo em "Brothers in Arms" remete àquela década: os ternos de ombreiras, a capa com o violão de aço entre nuvens, o saxofone de filme noir de "Your Latest Trick", a melodia encantadora de "Why Worry", o clipe de "Brothers in Arms", o teclado de "Walk of Life" e a guitarra devastadora que introduz "Money for Nothing". Aliás, o que é "Money for Nothing" e a habilidade de Mark Knopfler como músico. Do jeito que ele toca, parece ser a coisa mais fácil do mundo.

Sabe como resumo "Brothers in Arms" em uma palavra: indispensável.

A música que mais ouvi neste disco
Cara, dúvida cruel. Em alguns momentos, ouvi "Money for Nothing" até enjoar. Em outras fases, "Brothers in Arms" rodou na vitrolinha até incomodar a família.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Foi a minha mãe que me apresentou ao Dire Straits. Ela tem um irmão mais velho que curte rock e deixava vários vinis maneiros rolando na casa dela. Ela pegou gosto pela coisa.
Apesar de ter vários discos do Dire Straits e "Brothers in Arms" ser o meu favorito, este CD foi o último deles que comprei. Pedi em uma promoção da internet.
Putz, escolher o clipe para publicar neste post foi árduo! Tem pelo menos umas três músicas que merecem registro. O vídeo de "Brothers in Arms" é o mais bonito, mas optei por "Money for Nothing" por causa da computação gráfica. Na época deveria ser o Avatar das galáxias, mas quem olha hoje se diverte. E ainda tem as roupas coloridas que inspiraram o Restart, efeitos especiais toscos, a guitarra flutuante e a citação à MTV. Bons anos 80!

Um pedacinho do disco

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

#325 Supertramp, "The autobiography of Supertramp"

Hoje em dia dizer que gosta de Supertramp é entregar a idade. Ao contrário de alguns outros dinossauros que permanecem nas paradas (como Rolling Stones, Bee Gees, etc), este trio inglês fez um grande sucesso nos anos 70 e 80, e depois sumiu. Eu peguei só uma rebarba dessa época por conta dos meus irmãos, mas jamais esqueci ou deixei de ouvir os grandes sucessos do grupo.


Pra ser mais preciso, a época que mais ouvi Supertramp foi entre os 14 e 15 anos de idade, no final da década de 80. Jogava bola e futebol de botão com um vizinho cujo pai era crítico de música e tinha uma coleção invejável de vinis: uma parede INTEIRA de um dos quartos era tomada pelas bolachas pretas. Éramos muito amigos na época, e numa das idas à casa dele, peguei emprestado esse disco pra ouvir. Coloquei na vitrola e só tirei algumas semanas depois, ouvia praticamente todo dia! Das músicas do disco, eu só não curto muito "Bloody well right" e "Cannonball".

A música que mais ouvi deste disco
"Take the long way home" com certeza, mas cabe uma menção honrosa a "Dreamer" e "Logical song"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A temporada que esse vinil passou lá em casa foi justo na última semana de vida do meu pai, quando eu tinha 15 anos. Logo após todo o choque pela passagem dele, devolvi o CD e fiquei um tempão sem ouvir. Em meados dos anos 90, comprei o CD e voltei a ouvir bastante. As músicas que mais me lembravam meu "véio" despertaram em mim um sentimento que Roberto Carlos chamaria de "a saudade que eu gosto de ter". Foi-se o trauma.

Um pedacinho do disco:


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

#324 Pato Fu, "Isopor"

O Pato Fu é o tipo de banda que merece a mesma classificação dos Cranberries: fofa! O grupo mineiro brotou na cena pop brasileira lá na meiuca dos anos 1990s. Um pouco depois dos conterrâneos do Skank, mas praticamente na mesma fornada. A diferença é que Samuel Rosa e sua trupe começaram com um reggae maroto enquanto que Fernanda Takai, John e Ricardo Koctus começaram tocando... er... bem... alguma coisa parecida com o pop, mas sem muito rótulo. Nos discos seguintes, eles construíram uma carreira respeitável, baseada principalmente na criatividade e na meiguice da voz de Fernanda. Na minha opinião, o auge foi em 1999, com "Isopor".

Neste ano, o Pato Fu já era um quarteto, com a entrada do baterista Xande Tamietti, mas seu som continuava pop regado às experimentações sonoras de John. Esquisitices como "Made in Japan", que abre o disco com uma letra em japonês e com uma levadinha "anos 60" que lembra o ótimo Pizzicato Five. O CD ainda tem as bacanas "Depois", "Imperfeito", "Perdendo Dentes" e "Quase". Aliás, o álbum todo é bem divertido e bem-humorado, com canções bonitas e algumas até românticas, mas ao estilo Pato Fu de romantismo.

A música que mais ouvi neste disco"
Imperfeito", sem qualquer sombra de dúvida. É uma poesia de amor repleta de humor inteligente e cotidiano. E tem um ritmo meio Jovem Guarda. Saca este verso: "O que há de errado em ser tão errado assim? / Já vou saindo, não precisa empurrar... / Pois meu maior defeito é insistir / Que ele é perfeito".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Meu CD "Isopor" tem o autógrafo da Fernanda e do John. Eu já gostava muito da banda, mas fiquei ainda mais devoto depois de conhecê-los. Gente da melhor espécie.
Fernanda Takai nasceu no hemisfério norte. Estados Unidos? Europa? Não. Amapá.
Ganhei "Isopor" do meu irmão no Natal de 2000. Ele estava duro e só conseguiu comprar um disco nas Lojas Americanas. Mal sabe ele que adorei o presente.

Um pedacinho do disco

terça-feira, 16 de agosto de 2011

#323 Trilha sonora, "Austin Powers - O Agente Bond Cama"

Desde moleque sou fã de filmes de espionagem, mais precisamente de James Bond (o 007). E quando o humorista Mike Myers lançou a paródia "Austin Powers - International Man of Mystery" eu não me senti nada afrontado: ri MUITO! Eis que minhas preces foram atendidas e lançaram um segundo filme: "Austin Powers - the spy who shagged me" (título parodiando o clássico "007 - the spy who loved me"). Mas além de ser um filme ainda melhor do que o primeiro, trouxe também uma ótima trilha sonora!


Mais uma vez, o filme faz uma homenagem a Burt Bacharach (com "I'll never fall in love again"), e traz também a excelente "Soul bossa nova" de Quincy Jones, que se torna a música tema do agente britânico. Mas a música que puxou as vendas desse disco foi "Beautiful Stranger", cantada por Madonna e vencedora de um Grammy em 2000. Fora essas, outras ótimas músicas: a inédita "Draggin' the line" (R.E.M.), a clássica "My generation" (The Who) e o rock "American woman" (Lenny Kravitz).

A música que mais ouvi neste disco
Madonna e R.E.M. que me perdoem, mas foi "Soul bossa nova"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O disco fez tanto sucesso que foi lançado um volume 2, com músicas usadas no filme mas que ficaram de fora do disco original. Não cheguei a comprar esse, mas traz algumas músicas bem manjadas, como "I'm a believer" (The Monkees) e "Let's get it on" (Marvin Gaye)

Um pedacinho do disco:


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

#322 The Byrds, "Mr. Tambourine Man"

- Você conhece Byrds?

- Não. É legal?

O amigo que me fez a pergunta me colocou nas mãos o disco "Mr. Tambourine Man" e mandou que eu comprasse e ouvisse. No dia seguinte, ele me perguntaria sobre o que achei. Ouvi no mesmo dia. E no dia seguinte. E no seguinte, e no seguinte e, durante muito tempo, ouvi sem parar. É o tipo de som que agrada fãs de diferentes estilos. É música boa e ponto!

"Mr. Tambourine Man" é delicioso da primeira à 12ª e última faixa. Cada canção tem a atmosfera dos anos 1960s, com guitarra suave, vocais doces e percussão com pandeirola. Tem o espírito musical dos Estados Unidos, mas também DNA musical dos Beatles, que invadiam as praias americanas como um tsunami britânico. "Mr. Tambourine Man" surgiu como um álbum formidável e nunca ficou datado. Se lançado hoje em dia, entre Justins Biebers, Shakiras e emos, seria igualmente atual e formidável. E olha que os garotos já usavam aquele penteado "vaca-lambeu".

A música que mais ouvi neste disco
Covardia! "Mr. Tambourine Man" é logo a primeira música.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
E muita gente boa ouviu este disco além de mim. O R.E.M., por exemplo, que já declarou ser muito influenciado pelos Byrds. Ouvindo ambos, faz sentido.
Do repertório de "Mr. Tambourine Man", quatro canções são de autoria de Bob Dylan. Incluindo a faixa-título.

Um pedacinho do disco

domingo, 14 de agosto de 2011

#321 Moraes Moreira, "Acústico MTV"

Ok, tanto eu quando o Surfista já metemos o malho nesse formatinho caça níqueis bastante explorado pela Emetevê brasileira. Depois de um tempo, parece que os arranjos ficam pasteurizados, sei lá... Mas tem que se dar o mérito devido: o programa (e seus respectivos CDs e DVDs) ressuscitou muita gente boa da música brasileira.


No caso de Moraes Moreira, não se pode dizer que ele estava no ostracismo. Não um cara com mais de 30 anos de bem sucedida carreira na música. Mais do que isso, um dos mentores intelectuais criativos do mítico grupo Novos Baianos, que influenciou e influencia muita gente boa a fazer música desde a década de 70. Logo, falar bem desse CD é bater em cachorro morto.

Em cada um dos discos, um compêndio de grandes sucessos de Moraes Moreira em suas principais empreitadas: como um dos Novos Baianos, como vocalista do Armandinho, Dodô e Osmar, em carreira solo e em parceria com o Pepeu Gomes (este um dos músicos mais subestimados da MPB, como eu já disse ao escrever sobre o Novos Baianos). Se você tem um mínimo de brasilidade no sangue, vai adorar esse CD. Se eu topasse o desafio de morar na gringolândia como fez o Surfista, fatalmente teria essas músicas bem à mão

A música que mais ouvi neste disco
"Pombo correio / Festa do interior", apesar do grande apelo de "Preta Pretinha"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Moraes Moreira foi um dos "inventores" do carnaval baiano como conhecemos: trios elétricos, tal qual concebidos por Armandinho, Dodô e Osmar. No repertório, uma eletrizante releitura do frevo pernambucano mesclado com outros ritmos regionais. Quando o carnaval baiano começou seu processo de mercantilização nos anos 80, Moraes Moreira pulou fora. Ponto pra ele! E uma de suas crias também seguiu o caminho da música e hoje manda benzão por aí: Davi Moraes. Aproveitando o ensejo, feliz dia dos pais para todos (pais e/ou filhos)!

Um pedacinho do disco:


sábado, 13 de agosto de 2011

#320 Marisa Monte, "Mais"

Já contei aqui que o "V", da Legião Urbana, foi um companheiro fiel de uma fossa memorável em minha biografia. No entanto, o pequeno caso com a mocinha da faculdade não rendeu apenas lembranças musicais tristes. Eis que "Mais", de Marisa Monte não me deixa mentir.

Entre os lendários pilotis da PUC, eu encontrava a tal menina entre uma aula e outra. Eu até furava as clássicas partidas de sueca para continuar a campanha. A gente ficava passeando pela área verde da saudosa Pontifícia e conversávamos sobre uma porção de coisas. Um dos assuntos era música, em especial Marisa Monte e seu belíssimo 2º CD. A minha então musa era fã da cantora. Certo dia, eu copiei a letra de "Rosa", poesia de Pixinguinha e Otávio de Souza, que foi magistralmente regravada por Marisa, e entreguei à guria. Ela adorou. Peguei? Não.

Enfim, vida seguiu e eu ainda acho graça quando ouço "Mais". Fora o meu "causo", este disco é um clássico da MPB e a afirmação de Marisa Monte como uma das melhores intérpretes da nossa música em todos os tempos. Não por acaso, que este álbum registra parcerias entre ela e, especialmente, os Titãs Arnaldo Antunes, Branco Mello e Nando Reis. Das 12 faixas, o trio titânico assina ou faz parceria em sete canções. Com Arnaldo, foi o embrião do que se tornaria o projeto Tribalista.

A música que mais ouvi neste disco
"Beija Eu" é uma das aberturas mais meigas de todos os meus discos. Não por acaso, ouvi muito esta bela canção. Mais até do que "Rosa", que ilustrou a aventura narrada acima. No entanto, se você me perguntar qual a minha faixa favorita, eu lhe digo sem pestanejar: "Diariamente".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Mais uma? A história da menina da PUC basta, né não?

Um pedacinho do disco

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

#319 Stray Cats, "Stray Cats Greatest Hits"

Esse eu peguei mesmo do fundo do baú. Muita gente sequer sabe que existiu uma banda chamada Stray Cats ou que existe um estilo musical "inspirado" nos anos 50 chamado rockabilly. O mais interessante: não imitam só o som dos anos 50, mas tudo: cabelo, roupas, carros, programas, ... Você gosta daquele clima levar a gata no meu conversível pra tomar um milkshake e depois pegar um filme no drive-in ? Então devia ouvir mais rockabilly, pois esse som foi feito pra você.


Os vi pela primeira vez numa madrugada em casa, com uma incomum insônia pós noitada. Era o clipe de "Rock this town", uma das mais conhecidas do grupo e que cheira a naftalina de tão fifties. Mais algum tempo, e ouvi "Stray Cat Strut" - acho que na saudosa Rádio Fluminense FM. Excelente! O suficiente pra me deixar com vontade de ouvir outras músicas.

Como na época ainda não existia nada assim tão "educativo" quanto o Napster, fui atrás de uma coletânea e achei esse CD aqui por um bom preço na Gramophone. Decepção! Fora essas duas, "Runaway boys" é legalzinha. O resto do disco é sonolento. Até ouvi outras coisas melhores da banda tem pouco tempo, mas acho que enjoei de tanta brilhantina cheirando a naftalina

A música que mais ouvi neste disco
"Stray Cat Strut"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Minha namorida na época (moramos juntos por um tempo) tinha uma enorme implicância com esse CD. Preciso dizer o que foi que ouvi quando "separamos" ? :)

Um pedacinho do disco:


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

#318 Bob Dylan, "Highway 61 Revisited"

Imagina uma maleta com 10 milhões de dólares. Talvez você nunca tenha chegado perto de um volume com esse montante, mas tenho certeza que sabe o valor e a importância dele. Assim era (e ainda é, de certa forma) a minha relação com Bob Dylan. Eu sempre soube do quanto o cara é essencial para a música e para a cultura pop em geral, mas nunca me aproximei muito. Um dos primeiros contatos foi "Highway 61 Revisited".

Confesso que o meu link com Bob foi o cover "Like a Rolling Stone", gravado por Mick, Charlie, Ron e Keith – os próprios Rolling Stones. Gostei tanto da canção que fui imediatamente estimulado a fuçar a obra do bardo. Em "Highway 61 Revisited", onde "Like a Rolling Stone" foi originalmente gravada, há uma porção de outras canções que tornam este disco essencial. Na própria discografia de Bob, "Highway 61 Revisited" é um marco, pois foi o momento em que ele abraçou a guitarra e abandonou um pouco a imagem de bicho-grilo-tocador-de-violão. Estamos falando de 1965, onde uma transição do acústico para o elétrico tinha um eco imenso entre fãs e críticos. Bob não deu bola para o que os outros pensariam e fez um discaço, com o que há de melhor na música americada: blues, country, jazz, folk e rock. Imprescindível!


A música que mais ouvi neste disco
"Like a Rolling Stone" me levou a este disco, mas "Tombstone Blues" foi a canção que ouvi várias e várias vezes.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Já com certa admiração por Bob Dylan, muito graças ao excelente "Highway 61 Revisited", fui ao show dele aqui no Rio. Comprei o ingresso e me mandei para a HSBC Arena sozinho e com o coração aberto. Cara, acho que foi o pior show da minha vida. Arrastado e excêntrico, Bob "desconstruiu" e avacalhou todos os seus clássicos e abusou da voz pigarreada. Decepção!

Um pedacinho do disco


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

#317 Ultraje a Rigor, "Nós vamos invadir sua praia"

Já confessei aqui que esqueci de falar de alguns discos, certo? Mas nesse caso eu deixei mais para o final de propósito. Porque o "Nós vamos invadir sua praia" é mais do que um disco marcante na minha discografia, é o grande marco de passagem da minha infância para minha adolescência. E talvez por isso eu fui deixando pra ficar mais inspirado a falar dele.


Nessa época, a Blitz já era uma realidade no cenário pop rock nacional (que nos anos 80 se convencionou chamar de BRock). Mas o Ultraje trouxe às paradas uma irreverência mais apimentada, e com som bem mais calcado no rock, no punk e até mesmo no rockabilly. E cá entre nós, é um discaço repleto de hits! Eu estava mudando de colégio, entrando para o chamado "ginásio" (atual segunda parte do ensino fundamental, ou seja, do 6º ao 9º ano).

Era um mundo totalmente novo para mim: novos amigos, novos inimigos (o principal deles - o bullying), alguns interesses amorosos - nenhum deles correspondido (ps: típico!), festinhas surgindo, e todo aquele disse-me-disse a respeito das festas passadas e também das futuras. Tinha tudo quanto é tipo de som embalando essa época, mas com certeza naquele 1985 e nos 2 anos seguintes predominavam as músicas desse disco. Virou corriqueiro falar de uma vida moderninha ("Ciúme"), chamar as meninas de vaca e galinha ("Marylou"), relacionar praia a farofa e galinha ("Nós vamos invadir sua praia") e pensar no dinheiro (teoricamente) fácil de quem tem uma banda de rock ("Mim quer tocar"). Bons tempos after all... E o disco não tem NENHUMA música mais ou menos (talvez só a "Se você sabia").

A música que mais ouvi neste disco
"Ciúme", que eu adoro até hoje

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Já entreguei todas as presepadas possíveis (e publicáveis, claro) no texto, né? Então uma curiosidade: segundo o produtor Pena Schmidt, o título do disco é uma provocação dos paulistas do Ultraje ao mercado carioca, como que anunciando o sucesso de bandas paulistas nesse mercado (valeu amigo wiki!)

Um pedacinho do disco:


terça-feira, 9 de agosto de 2011

#316 Santana, "Supernatural"

Santana é o tipo de músico que não precisa provar nada para ninguém. Além de talentoso e criativo, o cara é dono de uma carreira longa e repleta de sucessos. E olha que ele trilhou o caminho da música instrumental. O cara praticamente não abriu a boca para escrever o seu nome na história do rock. Mas faltava ainda um disco para que Santana caísse no gosto do povão, um álbum popularzaço, que tocasse nas vitrolas dos coroas que o acompanham e nos iPods da molecada. Depois de "Supernatural", de 1999, não faltou mais nada.

"Supernatural", 17º disco do Santana, foi um sucesso estrondoso. Ganhou dúzias de prêmios ao redor do mundo, vendeu milhões de cópias e aproximou o trabalho de um então senhor de 50 e poucos anos de uma nova geração de ouvintes. O segredo foi colocar alguns dos principais artistas do momento como intérpretes das suas canções. Casou direitinho. Rob Thomas colocou "Smooth" em tudo que é rádio e TV e neste embalo, vieram Dave Matthews Band ("Love of my Life"), Lauryn Hill ("Do You Like the Way"), Maná ("Corazón Espinado"), Everlast ("Put Your Lights On"), Eagle-Eye Cherry ("Wishing It Was") e Eric Clapton ("The Calling"). Sentiu o peso, né?


A música que mais ouvi neste disco
Eu também fui seduzido pela incrível doçura e balanço de "Smooth".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Depois de vender sei-lá-quantos milhões de cópias ao redor do mundo, a música de "Supernatural" despertou versões de gosto duvidoso ou não. Leonardo (sim, o sertanejo) gravou uma versão de "Corazón Espinado" e Sandy & Júnior gravaram "Smooth".

Um pedacinho do disco

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

#315 Roxette, "Look sharp!"


Ok, confesso: eu gostava de Roxette #prontofalei. Mas convenhamos, esse duo sueco fazia músicas para adolescentes e eu era adolescente! Nessa época, a grande esmagadora maioria dos adolescentes curtiam o som deles, suas músicas tocavam de vez em sempre nas rádios, tocavam nas festas, estavam em toda parte.


Exatamente por isso, esse disco vendeu que nem pão quente no mundo todo. No mundo todo, esse disco vendeu um total aproximado de 9 milhões de cópias - e eu contribuí pra isso com minhas míseras economias :D

A primeira música a estourar por aqui foi "Listen to your heart", uma lentinha clássica, bem estilo anos 80. Logo depois, vieram "The look", "Dangerous" e "Dressed for success". Todas ótimas, em clássico pop rock anos 80. Claro que não era nenhuma grande novidade - o duo parece uma cópia sueca do Eurythmics. As semelhanças no entanto ficam só na apresentação, pois o som do Roxette era bem mais pop na minha opinião.

A música que mais ouvi neste disco
Faz muito tempo, mas eu tenho quase certeza que foi "Dressed for success".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Como disse o Surfista ao falar do "Blood Sugar Sex Magic", as baladinhas do Roxette eram a senha para o approach nas festinhas dos tempos de adolescência. No meu caso, "Listen to your heart" foi marcante - marcou um approach frustrado numa matinê do Iate Clube. Mas é assim que a gente aprende, né?

Um pedacinho do disco:


domingo, 7 de agosto de 2011

#314 Gal Costa e Caetano Velloso, "Domingo"

Hoje, o filho mais famoso da Dona Canô sopra velinhas. Como homenagem ao bom Caetano Veloso, vou resenhar "Domingo", um disco que é clássico de cabo a rabo. Pequenas razões:

:: Foi o primeiro disco de Gal e Caê.
:: Gal ainda não havia cultivado suas longas madeixas.
:: Caetano ainda escrevia o seu nome com dois "Ls" ("Velloso").
:: A tropicália ainda era apenas uma ideia.
:: Lounge Music era um gênero musical que ainda não fora inventado.

Pois é, "Domingo" era um disco de musiquinhas suaves de dois jovens baianos que curtiam muito o João Gilberto. Por essas e outras, este disco de estreia é todo ajustado na vibe da bossa nova, com a mágica batida de violão e uma bateria jazzística ao fundo.

Comprei "Domingo" por curiosidade musical. Gosto de conhecer o primeiro trabalho de artistas que se consagrariam posteriormente. Se fosse lançado agora, seria um belo CD de lounge music. Como foi lançado em 1967, se tornou o começo de tudo. "Caetano Begins", por assim dizer.


A música que mais ouvi neste disco
"Coração Vagabundo" é bonitinha, mas "Remelexo" foi soberana na minha vitrola.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Colando dos nossos amiguinhos da wikipedia, a música "Minha senhora" foi defendida por Gal no Festival Internacional da Canção de 1966.
O jovem Dori Caymmi, filho do Dorival, produziu "Domingo".

Um pedacinho do disco

sábado, 6 de agosto de 2011

#313 Fine Young Cannibals, "The raw and the cooked"


Pouca gente deve lembrar do Fine Young Cannibals, mas no final dos anos 80 / início dos anos 90 eles tiveram nada menos do que 3 músicas rondando as paradas de sucesso. "She drives me crazy", o principal hit desse disco, tocou bastante nas rádios por aqui.


Eu era um cara que ouvia muito rádio nessa época (surpresos? acho que não :D), e gostava de compartilhar as músicas que ouvia com amigos. Como não tinha MP3 na época nem nada parecido, era preciso ficar plantado à frente do "3 em 1" esperando a música tocar para depois apertar Play + Rec no aparelho (sim, "3 em 1" era como chamavam os aparelhos de som, por ter rádio, fita cassete e LP num mesmo aparelho). Numa dessas trocas de fitas meu primo gostou bastante de "She drives me crazy" e comprou o LP. Mas como ele não tem a mesma curiosidade musical que eu, ouviu o disco, não gostou de nenhuma outra e me deu de presente,

O disco não era lá grandes coisas, mas tinham algumas outras preciosidades: "Don't look back" e "Good thing", principalmente. O resto do disco era legalzinho, e só.

A música que mais ouvi neste disco
"She drives me crazy"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O disco era promissor sim, mas pouco depois a banda acabou. Tentaram voltar alguns anos depois, chegaram a lançar uma ou duas músicas, mas não vingou

Um pedacinho do disco:


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

#312The Beatles, "Live at the BBC"

Antes que o sagaz Navegante apresente toda a discografia do Fab4, eu me apoderei deste disco duplo que reúne gravações ao vivo na BBC de Londres entre 1962 e 1965.

Bom, descobri "Beatles - Live at BBC" em uma visita a uma loja de discos usados na Av. Nossa Senhora de Copacabana. Estava lá para me desfazer de alguns discos menos queridos. Futucando os milhares de álbuns, achei esse tesourinho perdido na letra B. Eu já o conhecida da Gramophone e lembrava claramente que ele custava um fortuna. Lá na loja da Princesinha do Mar, o CD custava muuuuito menos - acho que 1/3 ou 1/4. Bem, no total são 69 faixas (sim, quase 70) que misturam músicas e conversas entre John, Paul, George e Ringo.

Além das suas próprias músicas, os Beatles mostram as suas influências em covers de Buddy Holly, Chuck Berry, Ray Charles, Carl Perkins e mais uma cacetada de gente boa. São os Beatles em seus primeiros anos e totalmente à vontade.

A música que mais ouvi neste disco
Cara, entre 69 músicas é difícil escolher uma. Talvez "All my Loving", "Johnny B. Goode" e "Love me Do" empatadas.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Entre as 34 faixas do disco 1, está "Soldier of Love", que foi regravada com muito sucesso pelo Pearl Jam no CD panfletário "Sem Fronteiras".

Um pedacinho do disco

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

#311 New Order, "The best of New Order"


Deixei esse disco mais pro final da jornada pois nem me acho assim grande fã do New Order. Mas é fato que deram contribuição decisiva para tudo o que se ouviu e se dançou nos anos 80. O grupo se formou no início da década de 80 com o que sobrou do grupo Joy Division após a morte de seu vocalista. Mas ao contrário do JD, que fazia um som pós-punk (embora uns rotulem como "gótico"), o New Order fazia new wave da melhor qualidade, tendendo ao eletrônico.


Meu contato com o New Order era basicamente as músicas que tocavam nas rádios durante a minha adolescência, sem nunca ter curiosidade maior para desvendar o repertório dos caras. Quem desbravou as pistas de dança na segunda metade dos anos 80 com certeza não passa incólume a músicas como "Bizarre love triangle", "Blue monday" ou "Perfect kiss". Lembro muito inclusive das matinês na finada boate Babilônia quando ouço "Bizarre love triangle".

Além dessas citadas, o disco tem outras pérolas como "Regret", "World" (ambas já da era MTV), "True faith" e "Round and round".

A música que mais ouvi neste disco
"Bizarre love triangle" e "True faith"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A música "World in motion" foi feita pelo grupo como o tema oficial da seleção inglesa de futebol para a Copa de 94. Infelizmente pra eles, essa copa foi nossa. :D

Um pedacinho do disco:


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

#310 Coldplay, "Viva la Vida"

"Viva la Vida" é o disco do Coldplay que menos me encanta. A capa é maneira, o acabamento gráfico é irado, mas falta inspiração. Na minha opinião, não chega a ser ruim, mas também não é maravilhoso como os anteriores. Ok, ok, ok... tem "Viva La Vida", que é fofinha, e outras canções que funcionam e são executadas com muita competência. Beleza, mas acho que estão no piloto-automático.

O aspecto positivo do Coldplay é que, mesmo sem ser brilhante, a banda consegue produzir um disco bacaninha. Bom, não que "bacaninha" seja um grande elogio, mas em tempos de vacas magras, é algo a ser reconhecido.


A música que mais ouvi neste disco
"Viva la Vida"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Ih, nem tem...

Um pedacinho do disco

terça-feira, 2 de agosto de 2011

#309 Franz Ferdinand, "Franz Ferdinand"


Como já disse aqui, meu primeiro contato com o Franz Ferdinand foi durante a turnê do U2 em 2006. Curti bastante o som da banda (especialmente após conferir show deles) e lá fui eu para o teste do segundo disco. Na verdade primeiro disco, pois o que eu conheci de cara foi justamente o segundo.


Antes de me aventurar no disco, procurei o que tinha online pra ver se eu gostava (ps: sabe como é, século XXI e tals...). Tomei de cara um (bom) susto: "Take me out" ! Adorava essa música e não sabia que era do Franz, ouvia e dançava sempre nas esporádicas noitadas rock que ia há alguns anos. Aos poucos fui descobrindo as outras músicas e dei de cara com outras 2 já ouvidas em outras ocasiões: "This fire" (era da trilha sonora de algum jogo de futebol de videogame, se não me engano o Fifa '09) e "Jacqueline" (tocava às vezes na Bukowski)

O som dessa banda escocesa nesse disco parece uma versão atualizada do Supergrass (que por sua vez são ingleses, de Oxford), com uma pegada mais punk rock. Quase que um crossover do Supergrass com o Arctic Monkeys. Além disso, acho esse disco mais gostoso de ouvir do que o segundo (apesar deste funcionar muito bem ao vivo)

A música que mais ouvi neste disco
"Take me out"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
No ano de 2009 costumava ir com alguns amigos num karaokê em Copacabana baseado em rock / alternativo / grunge & afins aos domingos. Não era karaokê com banda (que eu prefiro), mas o repertório de lá era animal! Sempre que eu ia me arriscava a cantar uma ou duas músicas (geralmente não dava tempo de cantar mais que isso), e muitas dessas vezes cantava alguma do Franz, por achar mais fácil fazer o vocal mais grave do Alex Kapranos

Um pedacinho do disco:


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

#308 Legião Urbana, "Como É que se Diz Eu Te Amo"

Eis um disco ao vivo que vale a pena! "Como É que se Diz Eu Te Amo" foi gravado em 1994, mas lançado em 2001, mais ou menos, quatro anos depois da morte de Renato Russo. O que torna o disco especial é que é praticamente o show completo e sem cortes, com erros, conversas com o público, improvisos e um apanhado do que melhor foi feito pela Legião Urbana.

Lembro desse show. Eu estava no colégio e o então Metropolitan era um casa de shows novas. A Legião seria a banda inaugural do lugar e a expectativa era imensa. Não rolou de ir nesse show, mas conheci gente que estava lá e me resumiu com uma palavra: "memorável". Ouvindo o CD duplo, eu acredito.

Sem o caos de apresentações anteriores, "Como É que se Diz Eu Te Amo" reúne o que a Legião fez de melhor em sua carreira, como "Faroeste Caboclo", "Eduardo e Mônica", "Daniel na Cova dos Leões", "Pais e Filhos", "Que País É Esse?", "Tempo Perdido" e muito mais. Discaço!

A música que mais ouvi neste disco
Empate entre "Monte Castelo", linda ao vivo, e "Tempo Perdido".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá foi lançado sem gravações posteriores em estúdio para ajustes e correções. É o show como ele foi!

Um pedacinho do disco