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terça-feira, 31 de maio de 2011

#246 L7, "Bricks are Heavy"

Já confessei por estas bandas que sou facinho facinho para bandas com vocais femininos. Sem fazer muita força, fiquei fã do Garbage, Cranberries, Cardigans, Kid Abelha, Pretenders, No Doubt, Pitty e até (forçando a barra) o Evanescence. Então, o que diria eu diante de um grupo formado só por meninas? Bom, não me refiro às Spice Girls e similares. Eu estou falando de rock'n'roll, como faz o L7.

Ouvi o L7 pela primeira vez quando as gurias vieram ao finado e saudoso Hollywood Rock. Ouvi, mas não dei bola. Na faculdade, reencontrei Donita Sparks, Jennifer Finch, Suzi Gardner e Demetra Plakas em seu disco mais popular: "Bricks are Heavy". Sim, heavy mesmo. Disco com riffs maneiras, pegada roqueira de cabo a rabo e meninas tatuadas com atitude malvada e cigarro no canto da boca. Quer saber? Adoro mulher brava!

A faixa que mais ouvi neste disco
Eu colocava "Pretend We're Dead" em modo repeat.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Curti muito "Bricks are Heavy" em um exemplar emprestado de um amigo. Porém, esta bolachinha só entrou na minha prateleira depois de uma visita a uma lojinha de CDs usados em Copacabana. Finalmente, tive (e ainda tenho) ao alcance as ótimas "Pretend We're Dead", "One More Thing" e "Everglade".
O vídeo deste post resgata os primórdios da TV por assinatura no Brasil. Saca o on-air (aquela log que fica no canto da tela) do Multishow.
Eu achava todas as L7 gatas. Um amigo dizia que elas pareciam feder. Cortar a magia era isso!

Um pedacinho do disco

segunda-feira, 30 de maio de 2011

#245 Trilha Sonora, "Grease - Nos tempos da brilhantina"


O filme quando lançado por aqui fez bastante sucesso nos cinemas, mas eu não tinha ainda idade para vê-lo. Como meus irmãos gostavam bastante, compraram o álbum duplo e ouviam direto lá onde morávamos. Com isso, muito antes de ver Sandy Olsson e Danny Zuko e suas desventuras adolescentes, já era viciado em sua trilha sonora.

A maior parte das músicas do disco é assinada pela australiana Olivia Newton-John e/ou pelo americano John Travolta (protagonistas do filme), ficando a música-título a cargo de Frankie Valli e alguns clássicos dos anos 50 cantados pelo grupo Sha-Na-Na. Algumas delas fizeram grande sucesso no mundo todo, mais especificamente "You're the one that I want", "Grease", "Summer nights" e "Hopelessly devoted to you", todas essas chegaram ao topo da parada da Billboard.

Lembro que eu viajava vendo as fotos da capa do vinil e imaginando o que rolava no filme. Eu não fazia a MENOR idéia da história! E se não me engano foi dos primeiros álbuns duplos de vinil que eu vi na vida (e curtia esse lance de lado 1, lado 2, lado 3 e lado 4) :D

A música que mais ouvi neste disco
"Summer nights" é a minha predileta (e consequentemente mais ouvida) desde sempre

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Essa é do filme em si, e não do disco: a cantora Sandy (filha de Xororó) tem esse nome em homenagem à personagem de Olivia Newton-John no filme. Ok, o nome dela é Sandy Leah, mas o primeiro nome foi inspirado pelo filme.

Um pedacinho do disco:

domingo, 29 de maio de 2011

#244 Pearl Jam, "Pearl Jam"

No finzinho de 2005, o Pearl Jam passou pelo Brasil. Foi uma turnê extensa, com cinco shows em algumas das principais capitais brasileiras. A última apresentação foi no Rio de Janeiro, onde eu estava esperando por eles desde a 7ª ou 8ª série. Desde que descobri o "Ten" e me encantei pelo "VS". Desde que uma menina me deu um toco sofrido ao som de "Black" em um churrasco de colégio. Desde que comecei a faculdade ouvindo "Jeremy". Eu esperava pelo Pearl Jam desde antes de saber que eles existiam.

A comoção por um show da banda no Brasil mexia com muito mais gente que eu. Cada show era sold-out e cada setlist era diferente. Eu comprei ingressos com antecedência de fã-tiete-groupie. Comprei o meu e da minha então namorada. Queria que ela estivesse comigo naquela noite especial na Praça da Apoteose. Alguns primos que eu não via há anos vieram de longe (leia-se Manaus) para ver o Pearl Jam também. Acho que Eddie Vedder e sua trupe não sabiam o quanto o Brasil esperava por eles. Duvido!

O show encerrou a passagem do grupo por paragens brasileiras e lavou a alma dos milhares de fãs que lotaram a Praça da Apoteose. Meus primos ficaram trêbados. Eu fiquei extasiado. Minha então namorada ficou alheia. A onda dela era samba. Acredito que ela não compreendia a mística daquele momento para mim ou para os meus primos. Fiquei frustrado à beça. Muito mesmo. Lamentei pela indiferença dela e por ela não conhecer nada do Pearl Jam. Senti um puta abismo entre nós.

Além da lembrança imortal daquela noite, comprei uma camisa preta e, pouco tempo depois, o CD "Pearl Jam", que sucedeu à turnê. Disco bacaninha, mas nada de mais. Ficou a memória afetiva. Esta bolachinha azul com o abacate na capa me leva até aquele showzaço na primavera de 2005.

A faixa que mais ouvi neste disco
Gostei de "Marker in the Sand" desde a primeira audição. É tão... tão... bacana! Ela começa de uma forma mais agressiva e se torna suave, cadenciada. Gosto dessa virada dentro da canção. Ah, "Parachute" é linda também. Acho que ela é muito "Marisa Monte".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Sinceramente, achei o disco bem "mais-ou-menos". Sabe o Ronaldinho no Flamengo? Tipo, o cara não tem jogado mal, mas não é genial, apesar de brilharecos. Comparação tosca, mas vá lá! O que eu quero dizer é que se fosse outra banda, seria um álbum legalzinho, mas sendo o Pearl Jam, ficou devendo.
Assim como o "VS", esse disco não teve o título na capa. Ficou "Pearl Jam" mesmo. Alguns o chamam de "Avocado", por causa do abacate que está na capa (dããããã).
"Big Wave" entrou na trilha sonora de um desenho de pinguins surfistas chamado "Tá Dando Onda". Filme fraco, por sinal.
O que encanta no Pearl Jam, mais do que o R.E.M. é acompanhar o amadurecimento dos caras. A forma como as canções se modificam com o tempo.

Um pedacinho do disco


sábado, 28 de maio de 2011

#243 Trilha Sonora, "The Wonders - O sonho não acabou"


Esse filme escrito e dirigido por Tom Hanks chegou nas telas brasileiras no verão de 1996 / 1997, e mostra a curta e promissora história de uma banda de rock no início dos anos 60, nos EUA. Pelo estilo de música e pela narrativa, você pode tirar paralelo com várias bandas que apareceram nessa época.

Dá até pra fazer paralelo com os Beatles. Hanks fez na história da banda várias referências a eles: a troca de baterista antes do sucesso, a mudança de tempo na música principal (acelerando para fazer mais sucesso), tal qual aconteceu com "Please Please Me" e também o trocadilho com o nome da banda (Oneders/Wonders e Beatles/Beetles).

O grande ponto do filme é: as músicas dos "The Oneders" (depois renomeados para "The Wonders") são MUITO boas! Inclusive o hit que movimenta a história, "That thing you do!". Por isso, muita gente por aí acredita que a banda realmente existiu, quando na verdade as músicas da trilha sonora (tanto as dos Wonders quanto as das outras bandas) foram escritas por Hanks, Adam Schlesinger, Howard Shore (compositor da trilha de Senhor dos Anéis), entre outros. Além da música principal, destaque também para "She knows it", que toca durante os créditos, ao final do filme

A música que mais ouvi neste disco
You... doing that thing you do... Breaking my heart in two... (claro, "That thing you do!")

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A música "That thing you do!" é, desde que vi o filme, um dos meus principais mantras para levantar o astral. Acho que só sobrevivi ao ano de 1997 graças a ela :D

Um pedacinho do disco:

sexta-feira, 27 de maio de 2011

#242 Pink Floyd, "Pulse"

Uma das minhas frustrações é nunca ter ido a um show do Pink Floyd. Esta sensação de vazio foi parcialmente preenchida quando estive em uma apresentação espetacular do Roger Waters na Praça da Apoteose. Eu disse parcialmente, porque não é a mesma coisa. Uma das fontes desta devoção é o álbum duplo "Pulse".

Cara, eu lembro como se fosse ontem ou hoje de manhã. Depois do colégio, eu passei nas Lojas Americanas da Avenida do Imperador, em Petrópolis, e me deparei com uma torre de CDs. Até aí nada de mais, pois qualquer disco pode ser empilhado. "Pulse" foi único porque tinha uma luz piscando. As dezenas de caixas sobrepostas e as luzes vermelhas jogaram meu queixo do piso gelado da loja. Implorei e minha mãe comprou.

Em dois discos e 21 faixas, era música para cacete – ainda mais para um adolescente com tesão por música. Nunca fumei um baseado, mas eu viajava horrores em "The Great Gig in the Sky" e aquela luzinha vermelha piscando hipnoticamente. Acho que "Pulse" foi o primeiro CD 100% lisérgico da história fonográfica. Outro atrativo do álbum era que uma das bolachinhas tinha o repertório completo de "Dark Side of the Moon". De "Breathe" até "Eclipse", com bonus de "Wish You Were Here", "Comfortably Numb" e "Run Like Hell". No outro disquinho, tinha uma apanhado do Pink Floyd, com "Hey You", "Another Brick in the Wall" e algumas músicas do então recém-lançado "Division Bell".

A faixa que mais ouvi neste disco
"The Great Gig in the Sky", por razões anteriormente esclarecidas.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Mantive a luz vermelha do CD piscando por 10 anos. Em 2005, o bichinho morreu. RIP!
Há poucos anos, "Pulse" foi lançado em DVD. Nunca comprei. Acho que o barato deste disco era imaginar como seria o show pelas gravações e pelas muitas fotos do encarte. Acho que "ver" como foi realmente cortaria o barato.

Um pedacinho do disco


quinta-feira, 26 de maio de 2011

#241 Blur, "Blur"


Este 5º disco do Blur chegou às prateleiras numa das épocas que eu mais ralei na vida: estagiário sempre sofre, fato. Nessa época, encontros sociais eram mais raros, já que minha rotina se dividia em faculdade, estágio e treinos cada vez mais raros (cheguei a ficar uns 7 meses sem remar nessa época, antes de parar em 1998 por longos 8 anos). Por conta disso, meus discos eram meus grandes companheiros de jornada.


Foi mais ou menos nessa época (1997) que instalei meu primeiro CD Player no carro. Até então, só toca-fitas mesmo. Como já falei aqui, o primeiro CD que ouvi foi o acústico do Nirvana. Mas o que eu não contei é que esse disco do Blur deve ter sido o que mais tempo morou no aparelho. Pelo menos no ano de 1997. Ao comprar o disco, confesso que estranhei um pouco. Acostumado aos trabalhos britpop anteriores, engoli em seco a primeira audição desse disco. No entanto, me pareceu uma transição natural do som do Blur para uma vertente mais indie rock, e algumas músicas são bom exemplo disso: "On your own", "Beetlebum", "Song 2" e "You're so great". Passaram no teste, pelo menos nesse disco.

A música que mais ouvi neste disco
"Song 2", um dos grandes sucessos da banda, e que é tocado até por bloco de carnaval por aqui

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Essa foi a época também das maratonas etílico-laborativas: trabalho-noitada-dormidinha-trabalho. Uma fase assim meio circo dos horrores, mas todo mundo passa por uma fase assim na vida, né ? E a música "You're so great" (cantada pelo guitarrista Graham Coxon) me lembra muito as ressacas e as desventuras dessa época.

Um pedacinho do disco:


quarta-feira, 25 de maio de 2011

#240 Legião Urbana, "V"

Aos 19 anos, eu estava na faculdade de comunicação e tive uma "coisinha" com uma menina três anos mais velha. O termo "coisinha" é escroto, mas foi mais ou menos o que aconteceu. Eu tive uma paixonite por ela e ela parecia corresponder. A gente conversava sobre música entre os pilotis da PUC, fazia lanches no Bar das Freiras e caminhava na praia. Num certo pôr do sol, estávamos no Arpoador e senti que a hora era aquela. Roubei um beijo da menina. Pedi desculpas pela ousadia. "Tudo bem", ela disse. Esse foi o máximo que consegui. Fiquei na fossa e tive como companheiro o "V", da Legião Urbana.

Parêntesis: nunca sei se é "a" Legião Urbana ou "o" Legião Urbana. Enfim... não faz diferença.

Sejamos francos, se você quiser um estímulo para cortar os pulsos, "V" ajuda bastante. Neste álbum, Renato Russo está afiadíssimo em sua deprê. Fundo do poço. Tipo Amy Winehouse. Dolores Duran. Ah, você entendeu. Em sua maioria, as letras são tristes, fúnebres e quase épicas. Entre as 10 faixas, quatro tem mais de 5 minutos de duração. Só "Metal Contra as Nuvens" tem 11 minutos e cacetada. "Vento no Litoral" ajudou muito na minha fossa, especialmente no verso "Aonde está você agora, além de aqui, dentro de mim". Ah, é para esfacelar o coração, né? As faixas mais leves são "Sereníssima" e "Teatro dos Vampiros", que são bem cotidianas e calmas. Se as 10 faixas fossem na toada de "Metal Contra as Nuvens", a população jovem de Brasília seria exterminada em 1991, quando "V" foi lançado.

A faixa que mais ouvi neste disco
Por causa da fossa, "Vento no Litoral". Depois desta fase dark, "Sereníssima".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Me afastei da menina com que tive a "coisinha". Eu a reencontrei no exato dia em que fui à PUC pegar o meu diploma. Ela estava lá. Não senti mais "coisinhas". Nunca mais a vi, desde então.
Em uma das nossas conversas, ela me perguntou: "diz um homem que você acha bonito". Respondi: "bonito ele não é, mas o Zé Mayer tem estilo". Para minha surpresa, ela disse "a-do-ro o Zé Mayer. Você não é bobo, não". Acertei sem querer, mas não deu muito certo depois.
Quando li "Entrevista com o Vampiro", lembrei de "V" na parte em que Louis encontra Armand e o Teatro dos Vampiros. Se você não leu o livro, está no filme do Tom Cruise e do Brad Pitt.
Esse blog me faz lembrar de casa coisa...

Um pedacinho do disco


terça-feira, 24 de maio de 2011

#239 The Beatles, "Abbey Road"


Estou pra falar desse disco há um tempão, e nada de me inspirar. Sim, é considerado um dos melhores discos da banda (senão o melhor), mas de uns anos pra cá andei muito tempo mergulhado em alguns discos anteriores. Mais precisamente, os que já apareceram por aqui (Sgt Peppers, Álbum Branco, Revolver e Help!). Com a volta de Paul McCartney ao Rio no último fim de semana (após 21 anos), redescobri o Abbey Road.


Interessante saber que esse é o último disco gravado pelos Beatles (embora Let it be tenha sido lançado depois), mas ao mesmo tempo seja um dos discos mais consistentes da banda. Lembro muito bem na minha infância / adolescência do meu irmão falando da paixão que ele tinha pelo Abbey Road, e eu na época só queria saber do Help!, por exemplo.

Eu só comecei a gostar desse disco depois de entender a "lógica" dele: o lado A é composto por músicas independentes, ou seja, que funcionam bem sozinhas (como por exemplo as excelentes "Something" e "Here comes the sun", ambas composições do genial George Harrison). Já o lado B na verdade é um grande medley, onde todas as músicas emendam uma na outra. Pra quem ouve CD no shuffle (coisa que eu faço bastante), as músicas do lado B acabam ficando incompletas mesmo. Mesmo assim, hoje percebo que mais do que entender o disco, eu finalmente passei a SENTIR esse disco. E isso ficou claro pra mim ao ouvir o último verso do disco, na música "The End", no final do show deste domingo que passou (22/mai): "...and in the end, the love you take, is equal to the love you make...". Ali percebi que eu talvez não tivesse maturidade musical, emocional ou coisa parecida para perceber o Abbey Road em toda sua magnitude. Ou então eu simplesmente passei batido pelo disco, esperando melodias e arranjos fáceis como os da primeira fase da banda. Ou as duas coisas, sei lá.

HOJE, pelo menos, ele está ali brigando com o Sgt Peppers pelo título de disco dos Beatles que eu mais gosto (embora não tenha o mesmo impacto emocional do primeiro)

A música que mais ouvi neste disco
"Something", maravilhosa!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A capa desse disco é uma das imagens mais emblemáticas dos Beatles, e tem inúmeras homenagens / paródias em diversas mídias. Além disso, o fato de Paul aparecer na foto descalço já suscitou uma série de especulações acerca de sua identidade: existe uma teoria conspiratória de que o verdadeiro Paul McCartney morreu num acidente de carro, e que o Paul que conhecemos hoje na verdade é um sósia contratado para subsituí-lo. E que sua foto descalço na capa de Abbey Road na verdade é uma pista para a verdade. Cada coisa que inventam...

Um pedacinho do disco:

segunda-feira, 23 de maio de 2011

#238 O Rappa, "Lado B Lado A"

Se em "Rappa Mundi", os cariocas dO Rappa conquistaram o seu merecido lugar ao sol, "Lado B Lado A" os colocou em um nível acima do mero pop. A banda não se acomodou com suas contas bancárias recheadas. Sem tomar apenas um partido como os brothers do Planet hemp, os músicos Falcão, Yuka, Lobato, Xandão , Lauro e Negralha se tornaram as vozes de sei-lá-quantos pretos pobres que já sofreram na mãe de policiais corruptos ou da sociedade. Na voz rasgada de Falcão, a poesia ácida de Yuka invadia festinhas da playboyzada com histórias do Engenho Novo e das favelas. Cristo e Oxalá se encontram na mesma procissão sonora e ficam numa boa. É rock panfletário e eficiente, mesmo sem a testosterona do Rage Against the Machine. Cara, adoro este disco!

Acho que O Rappa popularizou o subúrbio sem a ferocidade intolerante dos Racionais MCs ou a saliência dos funkeiros. Cérebro da banda, Marcelo Yuka concebia pequenas óperas roqueiras no melhor estilo Legião Urbana. Ele fez a banda ser ouvida e levada a sério. Saca esses versos:

"Faltou luz, mas era dia
O sol invadiu a sala
Fez da TV um espelho
Escondendo o que a gente não via"

Na épica "Minha Alma", a mesma pegada poética e urbana:

"As grades do condomínio são para trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que está nessa prisão"

Sabe, acho que O Rappa é tão fiel às suas origens pobres, às suas fontes humildes, que as canções ganham autenticidade espontânea.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Minha Alma", que continua armada e apontada para a cara do sossego.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O Rappa é a única banda nacional que acompanho. Sempre paro para ouvir seu novo trabalho e sempre ouço algo bacana. A banda superou a saída de Yuka, se reconstruiu e fez o que aprendeu desde que eram moleques da periferia: sobreviveram.
Ganhei "Lado B Lado A" quando completei 20 anos. Foi um presente de um amigo que sumiu. Perdi totalmente o contato com ele.
"Minha Alma" é o melhor clipe de rock nacional de todos os tempos. Tem fotografia, edição, roteiro... tudo perfeito! Você lembra de outro clipe casca-grossa? Eu lembro de "Diário de um Detento", dos Racionais, mas acho que não é tão maneiro.
Oito em dez amigas minhas perdem a linha e a compostura com o Falcão. Fenômeno!

Um pedacinho do disco

domingo, 22 de maio de 2011

#237 Lighthouse Family, "Ocean Drive"


O Lighthouse Family foi um desses fenômenos pop que surgem em determinadas épocas, invadem as rádios, todo mundo compra o disco e depois desaparecem sem deixar vestígios. Só não digo que são do tipo one hit wonder porque eles devem ter na verdade umas 4 ou 5 músicas que fizeram algum sucesso.

Esse duo britânico chegou às paradas de sucesso com esse disco, puxado pelo grande sucesso que a música "Loving every minute" fez nas pistas e nas rádios, lá pelo ano de 1996. Nessa época, este navegante que vos digita era um contumaz frequentador de boates escuras com gente bêbada e músicas repetitivas. Daí pra começar a dançar e ouvir essa música foi um pulo. Como era a época das grandes promoções das Lojas Americanas, comprei o CD tão logo apareceu a preço de banana.

De cara, só valeu por essa música e pela faixa título, "Ocean Drive". O resto do disco é fraco de dar dó. Alguns meses depois conheci uma menina que adorava as músicas deles, e passei a ter menos preconceito de algumas músicas. Mas bom mesmo, continuei não achando. Tanto que no fim do namoro o CD ficou com ela e eu não fiz esforço algum de recuperá-lo.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Loving every minute", claro.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Pra uma coisa o disco servia muito bem: para criar um bom clima a dois sem apelar para a Sade. :) Funcionava que era uma beleza! :D Ainda bem que hoje em dia temos o Morcheeba para essas missões...

Um pedacinho do disco:

sábado, 21 de maio de 2011

#236 Rita Lee, "Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar"

Algo muito pitoresco aconteceu no início dos anos 2000. Alguns dos medalhões da MPB lançaram discos homenageando seus ídolos. Elba Ramalho gravou um tributo ao Rei do Baião Luiz Gonzaga, Gilberto Gil dedicou um CD ao grande Bob Marley e a vermelhíssima Rita Lee Jones reverenciou os Beatles.

"Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar", lançado em 2001, foi um disco muito bem recebido pelo público. Tocou bastante, foi trilha sonora de novela e vendeu razoavelmente bem. Macaca velha, Rita pinçou grandes sucessos do Fab4 e os remodelou com toques de bossa nova. A própria capa mostra essa ponte musical Rio-Londres. As canções alternam letras originais com versões corretinhas e respeitosas em português.

Rita Lee teve lá seu mérito neste CD. Ela pegou um repertório 100% clichê e criou melodias cheias de personalidade sem perder o elo com as músicas originais. "A Hard Day's Night", "All My Loving", "She Loves You" e "Michelle", dentre outras, ficaram estupidamente brasileiras. Palmas para a titia Rita.

A faixa que mais ouvi neste disco
Quebrando a linha João-gilbertiana do disco, Rita transforma "I Want Hold Your Hand" em um xote delicioso, com direito a percussão de palmas e tudo. Eu me amarrei! Em segundo lugar, curti muito "Michelle".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar" tem total climão lounge. Ouço esse disco e imagino um sofás coloridos e dry martinis. Sei lá porque, mas penso em dry martinis.
No encarte, finamente impresso com veniz localizado, Rita resgata alguns retratos dos Beatles e confessa as origens da sua admiração. "...de 63 a 70, eu bebi, comi, fumei e respirei Beatles. Viva desenhando a silhueta dos quatro por todos os cantos, mas caprichei legal nos retratos de cada um deles à lápis, sobre os papéis de melhor qualidade que consegui descolar: os que embrulhavam os pães que meu pai comprava todas as manhãs...". Poético, né?
Quando você quiser fazer um climinha com a gatinha, experimenta botar esse disco para rodar. Ele tem a sofisticação e a aura pop ideais para impressionar as tchutchucas mais sensíveis. Vai por mim!


Um pedacinho do disco

sexta-feira, 20 de maio de 2011

#235 Coldplay, "A Rush of Blood to the Head"


Esse é mais um dos discos que pensei: "Ah, o Surfista já deve ter escrito a respeito...", ainda mais após quase 8 meses de blog. Depois do grande sucesso que o o primeiro disco ("Parachutes") fez (principalmente entre os que gostam de britpop), havia uma grande expectativa quanto a esse segundo trabalho da banda. Enquanto isso, o mundo vivia um momento de reflexão e apreensão com os ataques terroristas às torres gêmeas, em plena NYC.

Isso pode ou não ter influenciado a banda, mas fato é: o disco tem um tom mais melódico e melancólico que o anterior, sem sombra de dúvida. Algumas músicas acústicas (como a deliciosa "Green eyes"), e melodias fortemente baseadas em piano, violão e guitarra, assim eu resumiria o "A Rush of Blood to the Head". O carro chefe do disco é a música "In my place", que fez tanto sucesso que até em videogame aparece (é uma das faixas do jogo Guitar Hero 2).

Depois dessa, lançaram a balada "The Scientist", praticamente toda baseada em piano. O single seguinte ("Clocks") tocou exaustivamente em rádios do mundo todo, e inclusive ganhou versões dance para as boates (que eu particularmente não curto). Fora essas, destaque também para "Warning sign" (balada de cortar os pulsos) e "Amsterdam".

Esse foi um dos últimos discos que eu fiz questão de comprar, embora já quase não ouvisse mais CD em casa ou no carro

A faixa que mais ouvi neste disco
"In my place", seja em MP3, seja em CD, seja jogando Guitar Hero

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Clocks" foi uma música que usei para fazer um vídeo (um slideshow com algumas fotos nossas, na verdade) para uma namorada na época. Com isso, a música durante um bom tempo ficou totalmente atrelada a essas memórias (especificamente às fotos que eu usei e aos momentos que elas retratavam). As outras duas músicas (uma do R.E.M., outra do Beach Boys) marcaram também, mas não tanto quanto essa.

Um pedacinho do disco:

quinta-feira, 19 de maio de 2011

#234 Coletânea, "Encomium – A Tribute to Led Zeppelin"

Tirando "Stairway to Heaven", a primeira grande música do Led Zeppelin que ouvi não foi cantada pelo Led Zeppelin e não foi em um disco do Led Zeppelin. Foi "D'Yer Mak'er" na voz primorosa da Sheryl Crow no "Encomium – A Tribute to Led Zeppelin". Como o título adianta, este é um tributo (dãããã!) ao Led Zeppelin (dãããã!) lançado em 1995. No repertório, uma fornada de sucessos de Page, Plant, Boham e Jones em interpretações de bandas conhecidas e outras nem tanto.

Entre as 13 faixas do CD, estão Maná, Stone Temple Pilots, Duran Duran, Sheryl Crow, Blind Mellon, Helmet, Big Head and the Monsters, Hootie & The Blowfish, Rollins Band, 4 Non Blondes, Never the Bride, Cracker e o próprio Robert Plant fazendo dueto com Tori Amos. No pacotão, as mais legais são a versão latina de "Fool in the Rain" e a sensacional "D'Yer Mak'er".

"Encomium" é um álbum bacana, com boas versões do Led Zeppelin. Foi lançado discretamente em 1995 e chegou às minhas mãos pela minha mãe. Mais um presente musical que mamãe colocou na minha prateleira.

A faixa que mais ouvi neste disco
"D'Yer Mak'er" várias e várias vezes. O tom que a moça escolheu ficou muito legal.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"D'Yer Mak'er" é tão pop que até a Claudia Leitte e Lady Gaga já a cantaram.
O encarte tem entrevistas curtinhas com as bandas envolvidas. A moçada comenta influência do Zeppelin em suas carreiras.

Um pedacinho do disco

quarta-feira, 18 de maio de 2011

#233 Duran Duran, "Decade"

Apesar de terem feito um grande sucesso nos anos 80, o Duran Duran nunca foi pra mim uma grande referência musical. Eu os via como uma esquisita banda pop, que tinha seus conflitos de identidade: às vezes era uma banda esquisita (alternativa, talvez), outras vezes uma banda pop. Mesmo assim, foram responsáveis por grandes hits dos anos 80. Por isso mesmo, parti para comprar uma coletânea ao invés de um disco "comum".

"Decade" nesse ponto cumpre bem o seu papel: compreende o que os ingleses do Duran Duran fizeram de melhor nas paradas mundiais. Lembro de ter comprado esse disco em vinil, por volta de 1990. Até então, conhecia a banda por conta da música "A view to a kill", tema de um filme de James Bond de mesmo nome, e cujo clipe faz uma boa mescla das presepadas da banda com algumas cenas do filme. E foi esse o grande chamariz para eu comprar esse disco.

Além dela, o disco traz também uma obrigatória nas pistas de dança na época ("Notorius"), as lentinhas "Save a prayer" e "A matter of feeling", a ótima "Rio" (que é usada pelo VH1 na vinheta do programa "60 melhores clipes") e o sucesso "Hungry like the wolf". Fora essas, algumas boas surpresas: "Wild boys" e "The reflex" principalmente.

Poucos meses depois de comprar o disco, levei para uma festinha de amigos (a mesma da presepada do "Spy vs Spy") e esqueci na casa da minha amiga. Nunca mais o vi. Como não vi pra vender em CD, só o reconstituí na era MP3 :)

A música que mais ouvi neste disco
Na época, "A view to a kill" dominava. Mas de uns tempos pra cá, "A matter of feeling"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A música "A matter of feeling" até tocava bastante nas rádios, mas é o tipo do caso de música que fez sucesso só no Brasil. Tanto que ela não faz parte do disco nas versões gringas (em seu lugar está "All she wants is", que eu não conheço)

Um pedacinho do disco:

terça-feira, 17 de maio de 2011

#232 No Doubt, "Tragic Kingdom"

Veja como o tempo passa e as pessoas mudam. Uma geração inteira vê a Gwen Stefani rebolando gostosamente ao som de músicas de boite, mas nem tantos sabem que ela foi vocalista de uma das bandas de rock mais legais dos anos 1990. Pois é, eram os tempos do No Doubt.

Naquele tempo, Gwen já era gostosa, mas o estilo era outro. Ela não era uma Lady Gaga wannabe, ou um Christina Aguillera melhorada. Ela era a estilosa cantora e compositora da banda que bombava nas rádios com "Don't Speak", "Just a Girl" e "Spiderwebs". Pois assim era "Tragic Kingdom", o disco que fez muita gente feliz – inclusive eu – em 1995. Era um álbum com pegada rock, peso e tempero de ska. Forçando um pouco a barra, era um Sublime muito mais interessante.

Para mim, o No Doubt tem cheiro de verão, faculdade, chopadas, chope no Empório e festas na Casa da Matriz. Era o som das gatinhas alternativas do Baixo Gávea e das politizadas da PUC. Ao mesmo tempo, era a trilha sonora da moçada do surf, dos fãs do Acabou La Tequila e da galerinha da praia.

E o No Doubt acabou. Pena. Lamento que Gwen tenha optado por ser só mais uma loira quando ela poderia ter sido A loira.

Opa! Peguei pesado nas referências. Aos leitores fora do Rio, Empório é um bar com temática rock que fica no coração de Ipanema. Casa da Matriz é uma boate alternativa (se é que isso existe) que fica perto do cemitério de Botafogo. O Baixo Gávea é o burburinho preferido dos universitários e torcedores do Flamengo. Cantinhos bacanas da Cidade Maravilhosa.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Don't Speak" foi a música que levou o No Doubt ao grande público. Era altamente chiclete. No rastro de "Don't Speak", ouvi muito "Just a Girl".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Uma amiga confessou que tinha uma tara de fazer amor ao som do No Doubt. Nunca ouvi "Tragic Kingdom" com ela.
Um bom amigo baixista declarava ser alucinado pela Gwen Stefani.

Um pedacinho do disco

segunda-feira, 16 de maio de 2011

#231 Teenage Fanclub, "Bandwagonesque"


Esse já é o 3º disco do Teenage do qual falo por aqui, o que de certa forma corrobora o quanto seus trabalhos marcaram minha vida ao longo dos anos. E justamente o primeirão que eu ouvi, entre 1991 e 1992, que vem a ser o segundo trabalho da discografia da banda.


Como já disse antes, durante um bom tempo estavam no rol das minhas bandas prediletas, já foram comparados aos Beatles (o que é relativamente comum na mídia britânica com cada banda nova que desponta por lá, vide Oasis), mas de uns tempos pra cá fui perdendo o interesse. Acho que pode ser por causa da minha decepção com o "Songs from Northern Britain", que sucedeu o ótimo "Grand Prix". De qualquer forma, eu lá no fundinho ainda queria ver um show deles, em nome dos discos anteriores. Eis que meu sonho se realizou há 4 dias, no Circo Voador, cerca de 20 anos desde a primeira vez que ouvi "Star sign" num clipe da MTV. E foi aí que tudo começou a fazer sentido.

O impacto desse álbum de capa extravagante foi muito maior do que eu imaginava. Além de "Star sign", lembro dos vários momentos que ouvi "December", imaginando o pé na bunda que o cara levou pra querer assassinar dezembro. Lembro também daquele finalzinho gostoso de "The concept", onde as guitarras distorcem sem ferir o belo arranjo vocal entremeado por teclados. E como esquecer cada viagem mental que eu tinha ao ouvir "Alcoholiday", com letra e melodia que vão muito além do trocadilho feliz do título? É, não dava pra deixar esse disco de lado de jeito nenhum...

A música que mais ouvi neste disco
Uma dessas 4 que citei... Muito provavelmente "The concept"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Olha, essas músicas marcaram muitos momentos importantes meus, difícil escolher um. Fico com tudo que passou pela minha cabeça ao ouvir "Alcoholiday" ao vivo ontem, com o Norman Blake cantando a poucos metros, público de fãs delirando com esse resgate de uma música tão antiga da discografia deles. E a sensação de que faltava alguém ali comigo.

Um pedacinho do disco:

domingo, 15 de maio de 2011

#230 Aerosmith, "Pump"

Para o blogueiro platinado, "Pump" é um disco que está revestido em extrema nostalgia. Ele está no seleto grupo do "Legend" (Bob Marley), "On The Night" (Dire Straits) e "Nevermind" (Nirvana), dentre outros poucos. O Aerosmith conseguiu esse posto graças às suas baladas chicletes, rock'n'roll farofa e os clipes estrelados pela Alicia Silverstone.

Durante anos, Alicia Silverstone foi a mulher mais cobiçada do meu mundo. Acho que muitos outros moleques espinhentos pensaram a mesma coisa, pois Steven Tyler botou a garota como musa maior dos seus clipes. Aliás, que clipes maneiros! O Aerosmith fez escola na produção de clipes que eram quase curtas-metragens na mesma fórmula: Alicia + Liv Tyler + carros + caras e bocas + sainhas curtas. Ih, também tinha a Liv Tyler nos clipes. Que filho-da-mãe genial. Liv e Alicia em clipes maneiros.

Quando estava no segundo grau, pedi para a mamãe comprar "Pump". Ela olhou e não sacou nada que fosse desvirtuar o seu pimpolho. Ela também não conhecia a história de drogas, sexo e rock'n'roll da banda. Mamãe platinada era muito preocupada com os valores familiares do seu pimpolho. Enfim, ouvir "Pump" é viajar a uma era de tardes despreocupadas, cochilo depois do Globo Esporte, festas americanas ao som de "What it Takes", "Janie's Got a Gun" na MTV e reuniões com amigos para saber qual disco nos deixaria mais "maneiros" com as meninas do colégio.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Pump" tem suas faixas roqueiras e suas baladinhas "vem-cá-neguinha". No 1º grupo, ouvi muito "Love in an Elevator" e "The Other Side". Entre as baladas, as clássicas "Janie's Got na Gun" e "What it Takes".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Um das faixas se chama "F.I.N.E.", uma sigla para "Fucked Up, Insecure, Neurotic and Emotional".
O Aerosmith ainda tinha o estilo do rock dos anos 80: cabeludos, calças de couro, jaquetas de couro, botas e solos épicos de guitarra.
O encarte do CD vem com um pôster tão brega, mas tão brega, que ficou legal! Ficou retro ou vintage, como preferir.
Vamos ser francos, o Aerosmith é especialista em selecionar mulheres gostosas em seus clipes.

Um pedacinho do disco

sábado, 14 de maio de 2011

#229 R.E.M., "Dead Letter Office"


Numa viagem de férias, em 1993-1994, precisava de algo novo pra ouvir. No ano anterior, esse "algo novo" foi o "Automatic for the People" (do próprio R.E.M.), e nessa outra viagem pensei em repetir a dose. Ao mesmo tempo, ia com um primo de Brasília que estava se aperfeiçoando no violão e no repertório dos Beatles. Já sabia que teria de tudo do fabfour pra ouvir e cantar, mas queria levar algo mais. Eis que dei de cara com esse disco numa loja, e como já tinha virado fã da banda, comprei sem pensar muito.


Lá fomos nós pra Marataízes (ES), nos áureos tempos de ter 2 meses de férias no verão. Entre uma fita e outra dos Beatles, coloquei a que gravei desse aqui. Caiu muito bem no espírito da viagem! Algumas músicas (como a versão acústica de "Gardening at night") remetem direto àquela preguicinha pós praia da viagem. Dos Beatles, a que chegou mais perto foi "I'm so tired" :D

Basicamente formado por lados B de singles e versões cover de outros artistas, "Dead Letter Office" para o R.E.M. seria a resposta para a pergunta: De onde viemos? Eu sinceramente não sei a reação de alguém que só curte algumas coisas de R.E.M. ao ouvir esse disco, mas pra quem é fã é diversão garantida ver os covers feitos de músicas do Velvet Underground (em especial "Femme Fatale", que também foi regravada pelo Duran Duran alguns anos depois, e "Pale Blue Eyes", regravada por Marisa Monte) e a versão para "Toys in the attic", do Aerosmith. Das próprias, destaque para "Gardening at night", "Wolves, lower" e "White tornado" (instrumental que eu me amarro)

A música que eu mais ouvi neste disco
Fico entre "Pale Blue Eyes" e "Wolves, lower"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Alguém aí tem alguma música emblemática de uma paixonite avassaladora da adolescência que termina com um pé na bunda? Pois é, a minha é "Femme fatale" (versão do R.E.M.)

Um pedacinho do disco:


sexta-feira, 13 de maio de 2011

#228 El Bosco, "Angelis"

Caramba! Veja só que coisas bizarras eu encontro fuçando os meus discos. Entre CDs do Wando, Olodum, Fagner, Falcão (o original, não O Rappa), desencavei a bolachinha do El Bosco. Você lembra do El Bosco e a música dos anjos? Se você foi adolescente em 1995, provavelmente sim, mas fazendo um esforço de memória.

Então, "Angelis" é um disco construído sobre o sucesso de "Nirvana", música que emocionou o povão em um comercial de cartão de crédito, salvo engano. E ainda pegou carona em uma moda de anjos dos livros de autoajuda da Monica Buonfiglio. Com isso, o álbum é cheio de fotos de anjos no encarte. Minha mãe entrou nessa vibe angelical, comprou este CD e me presenteou. Na época, até curti o clima de corais com vozes adolescentes e tals, mas cansou logo.

Cara, a fórmula do El Bosco, uma banda aparentemente espanhola, é unir um coral que canta em latim com new age e dance music. Resumindo a ópera, é isso aí. "Angelis" é um dos CDs mais esquisitos que tenho.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Nirvana" e só!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Imagino quantas festinhas de 15 anos e entradas de casamentos foram embaladas pelo El Bosco em 1995.
Na aba do El Bosco, ainda surgiu o Era, com o hit "Ameno".

Um pedacinho do disco

quinta-feira, 12 de maio de 2011

#227 George Michael, "Listen without prejudice vol.1"

Depois do sucesso estrondoso do disco "Faith", primeiro trabalho solo de George Michael após desfazer o duo Wham!, o mundo aguardava ansiosamente por seu novo trabalho. George Michael por sua vez queria apagar aquela imagem de sex symbol vendida pelo disco anterior e se firmar como um artista sério e respeitado no mundo pop. Com isso, despeja nas lojas o disco "Listen without prejudice vol.1" (ps: mas que nomezinho pretensioso!)


Pra trabalhar o disco no mercado, é lançado o clipe do megahit "Freedom '90", com a participação das maiores top models da época em cenas sensuais. A música foi um grande sucesso, e alimentou a esperança de que fosse um segundo disco no mesmo nível do primeiro. Eu fui um dos que caiu nessa, e comprei o disco. Grande decepção! "Freedom '90" realmente é uma senhora música, que toca por aí até hoje, 21 anos (!) depois. Mas fora ela, tem a ótima "Heal the pain" e só. Não salva mais nada na minha humilde opinião. Tanto que passei o CD adiante pouco tempo depois de comprado

A música que mais ouvi neste disco
"Freedom 90'", e por pouco não foi a única

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Graças a esse disco, George Michael esteve aqui se apresentando no Rock(!) in Rio II, no último dia. Foi o último dia de festival, e para a sorte dos presentes ele tocou em grande parte sucessos do Faith e dos tempos de Wham! Ah sim, até onde eu sei, "Listen without prejudice" não teve um vol.2 (ainda bem!)

Um pedacinho do disco:

quarta-feira, 11 de maio de 2011

#226 Morphine, "The Night"

No começo dos anos 2000, a gravadora Trama entrou no mercado com uma proposta ousada: lançar gente nova no mercado brasileiro. No seu cast nacional, botou na praça Simoninha, Max de Castro, Jairzinho, Luciana Mello, Rappin' Hood e Otto, dentre outros menos conhecidos. Já no pacotão gringo, o selo paulista atacou com Belle & Sebastian, Spy V. Spy, Yo La Tengo etc. Foi neste malote que descobri o Morphine, uma das bandas mais esquisitas que tenho na minha coleção.

Como defino "esquisita"? Bom, talvez pela formação da banda, com bateria, saxofone e um baixo de duas cordas. Exato! Um baixo de duas cordas. Este conjunto e a voz soturna de Mark Sandman criam texturas jazzísticas e melancólicas. Nem preciso dizer que "The Night" entrou na minha seleção de CDs da madruga, né? Ele estava naquele grupo de discos que me acompanhavam em madrugadas insones. Durante o dia, o disco não tem a mesma força.

A faixa que mais ouvi neste disco
Olha, sendo bem sincero, acho "The Night" bem monótono. As músicas são "monocromáticas", digamos assim. No entanto, a faixa título é muito bonitinha.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"The Night" era um disco altamente melancólico. Some-se isso ao fato de que o band-leader Mark Sandman se matou e este álbum é dedicado à sua memória. Brrrrr....

Um pedacinho do disco

terça-feira, 10 de maio de 2011

#225 Emmerson Nogueira, "Ao vivo"


Esse mineiro de BH surgiu nas paradas no início da década passada (por volta de 2001), interpretando clássicos do rock / pop mundial cantando em inglês. Fazendo o estilo banquinho e violão bem típico de som de barzinho, Emerson vendeu CD que nem pão quente nessa época. Ouvi algumas vezes e gostei do jeito "Jack Johnson" de suas intepretações. Passou um tempo, resolvi ir numa loja e comprar um CD dele pra ouvir com calma.

Cheguei na loja, e me deparei com 3 CDs dele: Versão Acústica, Versão Acústica 2 e esse Ao vivo. Aí pensei com o bolso: já tinha muita coisa dos 2 primeiros em MP3, e este último além de inédito pra mim era um CD duplo. Levei pra casa e comecei a ouvir. Na boa, as músicas são tão bem tocadas quanto os outros, mas me deu um nervoso de ouvir "Kayleigh" do Marillion com aquele coral feminino a la grupo gospel cantando o refrão. Não é preconceito com o gospel, longe disso, mas talvez um pouco de purismo com certos clássicos. Os outros arranjos seguem a mesma linha, e no final gostei de uns e estranhei outros.

No final das contas, parecia pra mim aquela piada de salão que você escuta uma vez e ri, mas da 2ª vez em diante você já não aguenta mais. Talvez por isso eu tenha embrulhado o CD e dado de presente para uma amiga

A música que eu mais ouvi neste disco
Acho que foi "Mrs. Robinson" (CD 1) ou "Dust in the wind" (CD 2)

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Emmerson Nogueira entrou nessa de fazer covers de músicas internacionais após morar um tempo nos EUA. Fez muito sucesso com quase todos os discos que lançou nessa linha (um disco de ouro pelo menos para cada um), tendo lançado quase 10 discos. Parece que ele lançou um só de músicas dos Beatles - tenho até medo de ouvir :D

Um pedacinho do disco:

segunda-feira, 9 de maio de 2011

#224 Joe Satriani, "Surfing with the Alien"

Ok, ok... confesso logo nas primeiras linhas. Joe Satriani entrou na minha coleção graças à minha tendência nerd. Explico: quadrinhos fizeram parte da minha infância e adolescência. Hoje em dia, eles perderam espaço, mas ainda me pego relendo clássicos ou comprando alguma série encadernada. Sendo assim, o Surfista Prateado na capa de um CD despertou 80% do meu interesse. Mentira! 99%.

Pois "Surfing with the Alien" mostrou-se mais do que uma capa maneira. Joe Satriani levou um disco instrumental (mesmo que com pegada rock) às listas dos mais vendidos. Não sei se o álbum tem clichês ou criou clichês, mas todos os cacoetes de guitarristas estão lá. Nas 10 faixas, você encontra solos velozes, riffs marcados e uma aura musical que faz o ouvinte fechar os olhos e visualizar um guitarrista de calça de couro tocando ao lado de um penhasco. Nem falo em tom de crítica. Na verdade, acho que nunca uma guitarra Ibanez foi tão bem tratada e bem utilizada. Se esqueço de outro guitar-hero que também toca Ibanez, peço desculpas.

A faixa que mais ouvi neste disco
Ah, a melodia de "Always with Me, Always with You" é tão… tão… fofa. E tão anos 80. Parece a trilha Sonora de "Top Gun", mas é muito melhor.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Certa vez, passei um feriado em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, e um dos discos que muito tocaram na casa era "Surfing with the Alien".
A faixa-título foi muito usada nas vinhetas do Vídeo Show, desde o tempo em que o Miguel Falabella era o apresentador.

Um pedacinho do disco

domingo, 8 de maio de 2011

#223 Guns 'n Roses, "Use your Illusion II"


Até por conta da natureza do lançamento, não fazia sentido eu esperar muito tempo pra falar desse disco. Como já disse no post do dia 6, esse disco foi lançado junto com o I (uma tremenda presepada do Guns, bem sucedida por sinal). Como estava sem grana, eu comprei o I, meu primo comprou o II e depois trocamos. Ao ouvir esse aqui, percebi que o mico ficou comigo.

Na verdade, o II nem é lá grandes coisas. Mas se comparado com o Use your illusion I, é um disco BEM superior. Ainda é uma tentativa de abraçar o mundo com as pernas (tal qual o I), mas este aqui me parece bem mais homogêneo. Começa com a épica "Civil war", passa pelo pop com "14 years", depois a baladinha farofa "Yesterdays" (uma das minhas preferidas) e depois o mega cover "Knocking on Heaven's door" (originalmente do Bob Dylan). Destaque também para "Don't cry" (embora com mesma melodia da versão do disco I), para a progressiva/depressiva "Estranged" e para o hit "You could be mine" (presente na trilha sonora do filme "Exterminador do Futuro 2").

Na minha opinião, a música que destoa mais do restante é "My world" (bem fraca), pois o disco todo é muito bom de ouvir. Isso talvez explique eu ter demorado tanto pra devolver o disco pro meu primo na época :D. Gravei uma fita com todas as músicas (menos "My world") e devolvi, só partindo para comprá-lo quando lançou em CD.

A música que mais ouvi neste disco
"You could be mine" (até hoje lembro na cabeça dos riffs iniciais de baixo e guitarra, logo após a base de bateria)

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Os dois discos foram lançados numa mega turnê de 28 meses, passando por vários países (inclusive Brasil). Ao longo dela, vários incidentes (especialmente envolvendo Axl Rose). Essa turnê ainda detém o status de turnê de shows mais longa de todos os tempos

Um pedacinho do disco:

sábado, 7 de maio de 2011

#222 Gilberto Gil, "Expresso 2222"

222 rotações com o "Expresso 2222". Chega a ser quase cabalístico!

Sempre fui um cara interessado em música, mas só me tornei um real explorador dos bons sons depois dos três anos e meio em que trabalhei na produtora do digníssimo Gilberto Passos Gil Moreira, resumindo: Gilberto Gil. E o projeto era o finado e saudoso site Expresso 2222, que veio antes mesmo do camarote carnavalesco e do trio elétrico.

Naquela época, eu trabalhava produzindo conteúdo, fruto de entrevistas, resenhas, releases, coletivas e por aí vai. Sem exagero, eu vivia música das 9h às 18h e ainda tinha o prazer de prosear com o próprio Gilberto Gil. Eram papos curtos, mas bem divertidos. Ele sempre tinha inúmeros compromissos, mas dedicava uns minutinhos para papear sobre o site, sobre música e sobre a coincidência de eu fazer aniversário no mesmo dia do Chico Buarque. Gil era para mim a humanização do ídolo, o gênio criativo em carne, osso e simplicidade. Cada minuto era uma aula e um privilégio.

Ah, o disco? Putz, quase esqueci. "Expresso 2222" marcou o retorno de Gil ao Brasil após o exílio na Europa. Talvez por isso, o álbum é tão "abrasileirado", tão cheio de raízes. Tem participação da Banda de Pífanos de Caruaru ("Pipoca Moderna"), a emblemática "Back in Bahia", a bossa de "Chiclete com Banana", o dueto tropicalista com Gal Costa em "Sai do Sereno" e o embalo nordestino de "O Canto da Ema". No topo, a es-pe-ta-cu-lar "Expresso 2222", que tem uma das introduções mais formidáveis da MPB.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Expresso 2222". 1, 2, 3, 4, 10, 1000, 2222 vezes! Linda, vigorosa, brasileira, imortal. Um clássico que parte direto de Bonsucesso para depois. Fico encantado a cada vez que ouço a crescente instrumental, que começa apenas com o violão de Gil e termina com uma banda em pleno carnaval de sons. "Começou a circular o Expresso 2222..."

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Caramba! Podem apedrejar, mas acho que é um sacrilégio que a belíssima "Chiclete com Banana" tenha virado nome de banda de axé.
Segundo Gil, "Expresso 2222" começou a ser composta em uma viagem lisérgica em Londres. No meio da onda, o primeiro rascunho foi escrito e esquecido em uma gaveta. Um ano depois, o artista achou os manuscritos e finalizou a música.
O CD que tenho vai além das nove faixas originais. Foram resgatadas "Cada Macaco no Seu Galho", " Vamos Passear no Astral" e "Está na Cara, Está na Cura", todas com pitadas experimentais.
A versão redux que tenho foi concebida pelo cracaço musical Marcelo Fróes.

Um pedacinho do disco

sexta-feira, 6 de maio de 2011

#221 Guns 'n Roses, "Use your Illusion I"


Depois de estourar nas paradas com o sucesso do disco Appetite for destruction (do qual falei aqui), criou-se uma grande expectativa no mundo todo em torno do Guns 'n Roses. A banda alcançara uma popularidade enorme (comparável aos ainda popstars do U2), mas que ao mesmo tempo enchia os jornais e tablóides com os destemperos do vocalista Axl Rose. Ignorando tudo isso, os fãs seguiam aguardando o lançamento do novo trabalho da banda.

Eis que o Guns solta logo dois petardos no mercado: Use your illusion I e II. Gravados ao mesmo tempo, poderia muito bem ser um disco quádruplo (já que, em vinil, ambos são álbuns duplos). Mas a banda preferiu dividir o trabalho em 2 lançamentos simultâneos, e com certeza lucrou muito com isso. Na época, eu só podia comprar um, então combinei com meu primo (que também queria comprar): eu compro o I, ele o II, e depois trocamos pra ouvir e gravar nossas fitas. Quando ouvi esse aqui, pensei: dei azar. O disco me pareceu uma tentativa da banda de abraçar o mundo com as pernas.

Algumas músicas seguem a linha hard rock característica da banda nos trabalhos anteriores, enquanto que outras músicas mostram incursões deles em outros estilos, o que na minha opinião foi uma certa perda de foco. Dessas incursões, gostei somente do estilo mais progressivo de "November rain" (um grande sucesso na época, que fez o Disk MTV aumentar a duração por um tempo, de modo a comportar seus 9 minutos sem abrir mão do tempo dos anunciantes). Fora essa, o bom cover de Paul McCartney em "Live and let die", a ótima "Don't cry" (que aparece nos 2 discos, com letras diferentes), e mais umas duas músicas medianas. O resto é dispensável.

E quanto ao Use your Illusion II, aguardem daqui a 2 dias...

A música que mais ouvi neste disco
"November rain" que me desculpe, mas foi "Live and let die" por razões históricas :)

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O clipe de "November rain" foi um dos vídeos mais caros da história (custou cerca de US$ 1.5 milhão), já que inclui o aluguel de um teatro em Los Angeles, orquestra (ao contrário do usual em clipes, todo mundo estava realmente tocando) e cenas de Slash filmadas de um helicóptero. E a noiva com que Axl se casa no clipe é a modelo Stephanie Seymour, namorada dele na época. Aliás, QUE NAMORADA! :D

Um pedacinho do disco:

quinta-feira, 5 de maio de 2011

#220 Red Hot Chili Peppers, "Californication"

Em 2011, os Chili Peppers estão entre as principais atrações do Rock in Rio 4. Os caras vão fechar alguma noite do festival. Em 2001, eles fecharam o evento diante de uma multidão assustadora. Eu lembro, pois eu e mais 249.999 pessoas estavam lá naquele domingo de calor.

O que tornou o show do Red Hot Chili Peppers tão concorrido foi o álbum "Californication", lançado em 1999. Acho que a banda nunca emplacou tantos sucessos em um único disco quanto neste. "Scartissue", "Otherside", "Californication" e "Around the Universe" bombaram nas rádios e MTVs da vida. Já no pacote dos tesourinhos, "Easily", "This Velvet Glove" e "Purple Stain" brindavam os ouvintes mais curiosos. No conjunto da obra, o funk metal ácido de sempre.

A faixa que mais ouvi neste disco
Empate técnico entre "Scartissue" e "Otherside". Leve vantagem para a primeira.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O show do RHCP no Rock in Rio 3 foi um dos mais frustrantes que já vi. Som ruim, performance sem emoção... chatinho toda vida. De bom, só a companhia de uma dentista que estava comigo naquela noite.
Comprei "Californication" em uma das noites do Free Jazz Festival, lá no Museu de Arte Moderna.

Um pedacinho do disco

quarta-feira, 4 de maio de 2011

#219 OK Go, "Oh no"


Numa das raras vezes que vi o Fantástico (Rede Globo) nos últimos anos, dei de cara com um trecho de um clipe bem divertido dessa banda americana de Chicago. Foi coisa de 10 segundos, onde 6 caras cantavam e dançavam em cima de esteiras de academia. Nem ouvi a música direito: corri pro youtube pra pesquisar, já que a matéria falava de vídeos engraçados que são colocados na internet. Cheguei lá, e além de muito popular, a música propriamente dita é MUITO boa! Assim fiquei conhecendo o OK Go.

Daí para meus playlists, foi um pulo. E em paralelo, fui atrás de outras músicas da banda, e dei de cara com o "Oh no". Bateu muito bem no ouvido desde a primeira vez, talvez por ser um flerte do rock alternativo com o pop, que de certa forma acaba provocando esse efeito "grude". Os carros chefes do disco são mesmo "Here it goes again" e "A million ways", que também tem um clipe engraçadinho na web. Além dessas duas, destaco também "It's a disaster", "Invincible", "Crash the party" e "A good idea at the time".

Uma característica em comum aos dois vídeos: ambos divertidos, e MUITO baratos. E ambos são muito populares no youtube, o que de certa forma alavancou a popularidade da banda.

A música que mais ouvi neste disco
Com certeza "Here it goes again"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"A million ways" foi considerado na época (2005) o vídeo de música mais baixado de todos os tempos pelo Youtube, com um total de 9 milhões de downloads. Com base nele, a banda promoveu um concurso de vídeos caseiros, onde os fãs deveriam submeter versões divertidas do vídeo e da coreografia dele. O vencedor faria a coreografia junto com a banda em um de seus shows. No DVD de luxo desse disco, foi colocada uma compilação de 180 desses vídeos submetidos.

Um pedacinho do disco:

terça-feira, 3 de maio de 2011

#218 Garbage, "Garbage"

Gosto muito de bandas com vocais femininos. Quando vejo um grupo com uma guria assumindo o microfone, já fico 50% inclinado a gostar. Na maioria dos casos, os outros 50% vêm naturalmente. Foi assim com o No Doubt, Cranberries, Breeders, Cardigans, L7 e tantas outras. Meu primeiro contato com o Garbage foi justamente por essa simpatia por mulheres band-leaders. Foi na época da faculdade e do Napster.

Peraí, você lembra do Napster? Parece que foi há 10 mil anos, mas na segunda metade da década de 1990, surgiu um revolucionário programa online que promovia trocas de músicas em formato MP3 entre usuários de qualquer parte do mundo. Em poucos cliques, você poderia achar canções do Mastruz com Leite ou exemplares da cena pop libanesa. Nessas garimpadas, achei o Garbage e gostei.

No disco de estreia, a vocalista Shirley Manson conduz bem a levada pop-rock e indie da banda. São ## faixas, nas quais se destacam "I'm Only Happy When It Rains", "Queer". No mais, o pacote demonstra personalidade artística, recursos musicais e um sex-appeal exótico da cantora: branquelíssima, ruiva, batom vermelho-pecado e olhos claros. Analisando bem, era uma mistura de pin-up com um embrião dos emos. Seja lá o que for, funcionou.

A faixa que mais ouvi neste disco
Ainda hoje, curto a levadinha de "Only Happy When It Rains". Ao mesmo tempo, "Stupid Girl" é muito legal também. Oh, dúvida cruel.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Garbage" foi um dos primeiros discos que comprei quando comecei a faculdade de comunicação. Eram os bons tempos da Gramophone do Shopping da Gávea.
A banda foi formada no Wiscosin (o estado da série "That 70's Show"), mas Shirley Manson é escocesa. A guria nasceu em Edimburgo.

Um pedacinho do disco

segunda-feira, 2 de maio de 2011

#217 R.E.M., "New adventures in Hi-fi"


A banda já não é nenhuma novidade por aqui. Assumidamente minha banda preferida, e uma das preferidas do Surfista. Logo, nada estranho ser a 8ª resenha da banda que fazemos aqui (de um total de 15 discos de estúdio). Aí eu não sei se é meu olhar de fã ou não, mas é interessante como esperamos 216 resenhas pra falar nesse disco. Mas vamos a ele.

Lembro muito bem de como foi minha expectativa para o lançamento desse disco: um pouco ressabiado com o que vinha pela frente. Eu esperava que o disco anterior ('Monster') fosse um discaço depois de 'Out of Time' e 'Automatic for the People' (este último o meu preferido da banda), e no final das contas pra mim foi uma ducha de água fria (não que seja ruim, mas ao meu ver está bem abaixo dos 2 anteriores). Sai o primeiro single com amplo destaque na MTV ("E-bow the letter", uma senhora balada), mas de cara não colou no ouvido. Mesmo assim, queria ouvir o disco inteiro e tirar minhas próprias conclusões. Dito e feito: comprei o dito cujo e me enfiei dentro de casa pra ouvir com calma.

Me pareceu uma tentativa da banda de fazer uma mescla do Monster com o Automatic for the People, com uns momentos mais fortes e secos, outros mais elaborados. Algumas músicas eu gostei de primeira (como "Zither", "Electrolite", "Bittersweet me" e "New test leper"), outras demorei um pouco mais pra digerir (o caso de "E-bow the letter" e de quase todo o resto do álbum). Hoje eu gosto de quase todas as músicas (só tenho uma pequena implicância com "Wake up bomb") e considero MUITO esse disco! Mas nada assim tão perfeito e harmônico quanto o "Automatic...", mas mesmo assim um disco excelente. Daí a estranheza de ter demorado tanto tempo pra falar dele.

A música que mais ouvi neste disco
"Electrolite" é imbatível! Uma das que mais gosto do R.E.M. a partir do "Out of Time"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Quando estou em momentos tensos, de estresse, com a cabeça cheia de problemas ou tudo isso ao mesmo tempo, uma das minhas válvulas de escape é respirar fundo e ouvir "Zither". E também a versão acústica de "New test leper".

Um pedacinho do disco:

domingo, 1 de maio de 2011

#216 The Offspring, "Ixnay on the Hombre"

Minha coleção tem poucos CDs com uma capa tão feia quanto "Ixnay on the Hombre", do Offspring. No entanto, poucos são tão divertidos quanto este. Veloz e furioso, o quarteto californiano já havia conquistado o seu lugar ao sol com o lendário "Smash". "Ixnay" manteve o pé no acelerador.

Outra razão que coloca este álbum de capa feiosa no rol dos meus favoritos é que ele tocou tanto, mais tanto, que praticante obrigou os caras a aterrissarem no Brasil. A apresentação no ex-Metropolitan (atual Banco Hall e ex-Telefone Hall) foi antológica. Saí coberto de hematomas e encharcado de suor. Os músculos das minhas pernas latejaram após pular por mais de duas horas. Bicho, foi épico!

Ah, o disco. Então, "Ixnay on the Hombre" arregaça com "Gone Away", "All I Want", "The Meaning of Life", "Mota" e a punk-rocker "Cool to Hate". Cdzão divertido, gritado e cheio de palavrões. O que um adolescente poderia pedir mais?
Segundo os coleguinhas do Wikipedia, "Ixnay on the hombre" significa "fuck authority".

A faixa que mais ouvi neste disco
Ainda sinto arrepios com os primeiros acordes de "The Meaning of Life".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Tirando o antológico primeiro show do Offspring no Brasil, nada de mais.

Um pedacinho do disco