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sábado, 7 de maio de 2011

#222 Gilberto Gil, "Expresso 2222"

222 rotações com o "Expresso 2222". Chega a ser quase cabalístico!

Sempre fui um cara interessado em música, mas só me tornei um real explorador dos bons sons depois dos três anos e meio em que trabalhei na produtora do digníssimo Gilberto Passos Gil Moreira, resumindo: Gilberto Gil. E o projeto era o finado e saudoso site Expresso 2222, que veio antes mesmo do camarote carnavalesco e do trio elétrico.

Naquela época, eu trabalhava produzindo conteúdo, fruto de entrevistas, resenhas, releases, coletivas e por aí vai. Sem exagero, eu vivia música das 9h às 18h e ainda tinha o prazer de prosear com o próprio Gilberto Gil. Eram papos curtos, mas bem divertidos. Ele sempre tinha inúmeros compromissos, mas dedicava uns minutinhos para papear sobre o site, sobre música e sobre a coincidência de eu fazer aniversário no mesmo dia do Chico Buarque. Gil era para mim a humanização do ídolo, o gênio criativo em carne, osso e simplicidade. Cada minuto era uma aula e um privilégio.

Ah, o disco? Putz, quase esqueci. "Expresso 2222" marcou o retorno de Gil ao Brasil após o exílio na Europa. Talvez por isso, o álbum é tão "abrasileirado", tão cheio de raízes. Tem participação da Banda de Pífanos de Caruaru ("Pipoca Moderna"), a emblemática "Back in Bahia", a bossa de "Chiclete com Banana", o dueto tropicalista com Gal Costa em "Sai do Sereno" e o embalo nordestino de "O Canto da Ema". No topo, a es-pe-ta-cu-lar "Expresso 2222", que tem uma das introduções mais formidáveis da MPB.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Expresso 2222". 1, 2, 3, 4, 10, 1000, 2222 vezes! Linda, vigorosa, brasileira, imortal. Um clássico que parte direto de Bonsucesso para depois. Fico encantado a cada vez que ouço a crescente instrumental, que começa apenas com o violão de Gil e termina com uma banda em pleno carnaval de sons. "Começou a circular o Expresso 2222..."

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Caramba! Podem apedrejar, mas acho que é um sacrilégio que a belíssima "Chiclete com Banana" tenha virado nome de banda de axé.
Segundo Gil, "Expresso 2222" começou a ser composta em uma viagem lisérgica em Londres. No meio da onda, o primeiro rascunho foi escrito e esquecido em uma gaveta. Um ano depois, o artista achou os manuscritos e finalizou a música.
O CD que tenho vai além das nove faixas originais. Foram resgatadas "Cada Macaco no Seu Galho", " Vamos Passear no Astral" e "Está na Cara, Está na Cura", todas com pitadas experimentais.
A versão redux que tenho foi concebida pelo cracaço musical Marcelo Fróes.

Um pedacinho do disco

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