Uma das minhas frustrações é nunca ter ido a um show do Pink Floyd. Esta sensação de vazio foi parcialmente preenchida quando estive em uma apresentação espetacular do Roger Waters na Praça da Apoteose. Eu disse parcialmente, porque não é a mesma coisa. Uma das fontes desta devoção é o álbum duplo "Pulse".
Cara, eu lembro como se fosse ontem ou hoje de manhã. Depois do colégio, eu passei nas Lojas Americanas da Avenida do Imperador, em Petrópolis, e me deparei com uma torre de CDs. Até aí nada de mais, pois qualquer disco pode ser empilhado. "Pulse" foi único porque tinha uma luz piscando. As dezenas de caixas sobrepostas e as luzes vermelhas jogaram meu queixo do piso gelado da loja. Implorei e minha mãe comprou.
Em dois discos e 21 faixas, era música para cacete – ainda mais para um adolescente com tesão por música. Nunca fumei um baseado, mas eu viajava horrores em "The Great Gig in the Sky" e aquela luzinha vermelha piscando hipnoticamente. Acho que "Pulse" foi o primeiro CD 100% lisérgico da história fonográfica. Outro atrativo do álbum era que uma das bolachinhas tinha o repertório completo de "Dark Side of the Moon". De "Breathe" até "Eclipse", com bonus de "Wish You Were Here", "Comfortably Numb" e "Run Like Hell". No outro disquinho, tinha uma apanhado do Pink Floyd, com "Hey You", "Another Brick in the Wall" e algumas músicas do então recém-lançado "Division Bell".
A faixa que mais ouvi neste disco
"The Great Gig in the Sky", por razões anteriormente esclarecidas.
Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Mantive a luz vermelha do CD piscando por 10 anos. Em 2005, o bichinho morreu. RIP!
Há poucos anos, "Pulse" foi lançado em DVD. Nunca comprei. Acho que o barato deste disco era imaginar como seria o show pelas gravações e pelas muitas fotos do encarte. Acho que "ver" como foi realmente cortaria o barato.
Um pedacinho do disco
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