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quarta-feira, 25 de maio de 2011

#240 Legião Urbana, "V"

Aos 19 anos, eu estava na faculdade de comunicação e tive uma "coisinha" com uma menina três anos mais velha. O termo "coisinha" é escroto, mas foi mais ou menos o que aconteceu. Eu tive uma paixonite por ela e ela parecia corresponder. A gente conversava sobre música entre os pilotis da PUC, fazia lanches no Bar das Freiras e caminhava na praia. Num certo pôr do sol, estávamos no Arpoador e senti que a hora era aquela. Roubei um beijo da menina. Pedi desculpas pela ousadia. "Tudo bem", ela disse. Esse foi o máximo que consegui. Fiquei na fossa e tive como companheiro o "V", da Legião Urbana.

Parêntesis: nunca sei se é "a" Legião Urbana ou "o" Legião Urbana. Enfim... não faz diferença.

Sejamos francos, se você quiser um estímulo para cortar os pulsos, "V" ajuda bastante. Neste álbum, Renato Russo está afiadíssimo em sua deprê. Fundo do poço. Tipo Amy Winehouse. Dolores Duran. Ah, você entendeu. Em sua maioria, as letras são tristes, fúnebres e quase épicas. Entre as 10 faixas, quatro tem mais de 5 minutos de duração. Só "Metal Contra as Nuvens" tem 11 minutos e cacetada. "Vento no Litoral" ajudou muito na minha fossa, especialmente no verso "Aonde está você agora, além de aqui, dentro de mim". Ah, é para esfacelar o coração, né? As faixas mais leves são "Sereníssima" e "Teatro dos Vampiros", que são bem cotidianas e calmas. Se as 10 faixas fossem na toada de "Metal Contra as Nuvens", a população jovem de Brasília seria exterminada em 1991, quando "V" foi lançado.

A faixa que mais ouvi neste disco
Por causa da fossa, "Vento no Litoral". Depois desta fase dark, "Sereníssima".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Me afastei da menina com que tive a "coisinha". Eu a reencontrei no exato dia em que fui à PUC pegar o meu diploma. Ela estava lá. Não senti mais "coisinhas". Nunca mais a vi, desde então.
Em uma das nossas conversas, ela me perguntou: "diz um homem que você acha bonito". Respondi: "bonito ele não é, mas o Zé Mayer tem estilo". Para minha surpresa, ela disse "a-do-ro o Zé Mayer. Você não é bobo, não". Acertei sem querer, mas não deu muito certo depois.
Quando li "Entrevista com o Vampiro", lembrei de "V" na parte em que Louis encontra Armand e o Teatro dos Vampiros. Se você não leu o livro, está no filme do Tom Cruise e do Brad Pitt.
Esse blog me faz lembrar de casa coisa...

Um pedacinho do disco


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