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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

#126 Vários, "Hollywood Hits Vol. 1"


O pessoal que ronda a casa dos 30 anos muito provavelmente lembra de uma época em que as empresas de cigarros podiam fazer ações de marketing. Pois é, na década de 80 elas estavam em toda parte: nos grandes festivais de música, nos carros de Fórmula 1, nos alambrados de estádios de futebol e nas propagandas de TV. As propagandas do cigarro Hollywood, em particular, são lembradas até hoje por causa das cenas de esportes radicais, embaladas pelo melhor do rock oitentista.

Alguns anos depois, conversando sobre estes comerciais, descobri que foram colocados à venda 2 CDs com as músicas usadas pela agência de propaganda nestes comerciais. Confesso a vocês: eu NUNCA vi um desses vendendo (nem CD, nem LP), mas tomei conhecimento dos 2 volumes vendidos por conta dos MP3 disponíveis para download num site de álbuns completos. O produtor responsável pela escolha das músicas tem lugar vitalício em minhas orações: é uma coletânea de qualidade inquestionável!

Como não consigo achar nenhuma referência desses CDs pra linkar aqui, segue abaixo a lista das músicas:

1. "Eye Of The Tiger" - Survivor
2. "Did It All For Love" - Phenomena II
3. "Your Love" - The Outfield
4. "Just For Tonight" - Gilbert Montagne
5. "Song For You" - John Miles
6. "Only The Young" - Journey
7. "Iron Eagle (Never Say Die)" - King Kobra
8. "If Looks Could Kill" - Heart
9. "Heat Of The Moment" - Asia
10. "Jump" - Van Halen
11. "Heaven Tonight" - Wasted
12. "Turn Up The Radio" - Autograph
13. "Time Stands Still" - Rush
14. "48 Crash" - Suzy Quatro
15. "I Hear You Call" - Bliss
16. "Ride Like The Wind" - Christopher Cross
17. "Flying In A Blue Dream" - (Joe Satriani)

Só as músicas de Van Halen, Heart, Asia, Journey e Rush já valem o disco!

A música que mais ouvi deste disco
"Your love", um clássico anos 80 da banda Outfield

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A épica "Eye of the tiger" é muito mais conhecida por ser o tema de Rocky Balboa no filme Rocky III. Muita gente a usa como inspiração para momentos de transpiração: corrida, pedalada, musculação e no meu caso (também) remo indoor.

Um pedacinho do disco
Nesse caso, ao invés do clipe completo de uma das músicas, consegui pinçar no Youtube uma das propagandas da época:



domingo, 30 de janeiro de 2011

#125 Gilberto Gil, "Kaya N'Gan Daya"

"Na gandaia caia já! Nem que a chuva caia"

Desculpe a "pelação-de-saco", mas considero o Gilberto Gil um monumento cultural brasileiro. O baiano é referência para uma cacetada de artistas contemporâneos e será para tantos outros que ainda vão surgir. Pois bem, se ele inspira tanta gente, quem o inspirou? Segundo releases e livros, o menino Gilberto Passos Gil Moreira descobriu os encantos da música por intervenção divina de João Gilberto e Luiz Gonzaga. Posteriormente, descobriu novos ares com Bob Marley (durante o exílio em Londres). Dito isso, você deve imaginar o cuidado e carinho que ele teve para gravar "Kaya N'Gan Daya", um tributo ao Rei do Reggae.

Modéstia a parte, eu tive a honra de acompanhar de perto a produção deste disco. Na época, eu trabalhava na produtora do Gil e era testemunha do zunzunzun envolvendo viagem para Jamaica, conversas com a viúva Rita Marley (e as I-Three) ajustes com o finado produtor Tom Capone, escolha do repertório e exaustivos ensaios com a banda. Ficava clara para mim a importância daquele CD para ele.

Em 2002, "Kaya N'Gan Daya" foi lançado em um fim de semana de shows lotados no Canecão, Rio de Janeiro. O disco já era delicioso no título, em que Gil resgatou uma gíria quase em desuso: "gandaia". Além de repetir a sua versão para "No Woman No Cry", o repertório inclui os clássicos "Kaya", "Buffalo Soldier", "One Drop", "Positive Vibration", "Three Little Birds" e "Them Belly Full". Algumas canções ainda tinham direito a pedacinhos cantados em português, como "Time Will Tell" ("Tempo Só") e "Lively Up Yourself", que virou "Eleve-se Alto ao Céu".

Sabe, acho que "Kaya N'Gan Daya" soa tão bonitinho, tão reverente. É um gênio prestando uma homenagem a outro gênio. Não poderia dar errado.

A faixa que mais ouvi neste disco
Tudo! Ok, ok... as versões gilbertogilianas para "Three Little Birds" e "Kaya" são adoráveis.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
No show de estreia de "Kaya N'Gan Daya", um tumulto se percebeu perto do palco. Abriu-se um clarão. Os malucos-belezas que estavam de longe reclamaram: "pô, show de Gilberto Gil cantando Bob Marley e vagabundo ainda quer brigar? Nada a ver, aí!". Nem era briga. Era um rato que invadia a pista.

Um pedacinho do disco

sábado, 29 de janeiro de 2011

#124 Beirut, "The flying club cup"


Depois da euforia momesca em 2009, precisei fazer uma incursão em qualquer som que não lembrasse samba, marchinha ou batucada, para desintoxicar os ouvidos. Não me levem a mal, eu adoro os ritmos carnavalescos, mas depois de meses de intensivão ensaiando para levar a batucada para as ruas, mesmo a alma foliã do mais abnegado batuqueiro precisa de férias. E foi nessa época, em 2009, que eu descobri as músicas da banda Beirut.

De cara, comecei a ouvir a música "Elephant gun", do disco anterior do grupo (Gulag Orkestar, do qual falarei daqui a um tempo). Mas a música que me fez mergulhar na discografia do Beirut foi "Nantes", a 2ª faixa deste disco. O som é bastante alternativo: uma mistura de folk do leste europeu (com direito a instrumentos de sopro e acordeon) com elementos pop, em muitos casos me soou estranho na primeira audição. É o tipo de disco pra se ouvir na sequência original, aproveitando bem as nuances de cada música. Elas me dão a impressão de evoluirem "em camadas" (primeiro voz, depois entram sopros, depois percussão, etc).

Hoje posso dizer que já ouvi bastante o disco, escuto bastante metade das faixas, e ainda assim tenho a sensação de descobrir algo novo a cada vez que o escuto, dada a complexidade dos arranjos.

A música que eu mais ouvi deste disco
"A sunday smile", a minha atual predileta pra ouvir na praia, de bobeira, vendo o mar bater...

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Segundo Zach Condon (vocalista da banda), a inspiração para fazer este disco veio de uma viagem que ele fez à França e de tudo que ele viu/ouviu por lá. Por essa razão, cada faixa do disco faz alusão a alguma cidade visitada por Zach, na ordem em que as visitou. Como se fosse o playlist mental de viagem dele.

Um pedacinho do disco:

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

#123 Led Zeppelin, "IV"

Demorei muito para escrever sobre o Led Zeppelin por uma série de razões. A primeira é por um imenso respeito que tenho pela banda. Outro motivo é que tanta gente gabaritada já escreveu sobre eles e sobre o álbum "IV" em particular. Desde 1971, tanto já foi dito sobre "Stairway to Heaven", "Black Dog", "Misty Mountain Hop", "The Battle of Evermore" e a lendária "Rock and Roll". O que eu poderia acrescentar a um dos maiores clássicos da história do rock e um dos mais importantes da minha vida? Refleti e muito e cheguei a uma resposta: nada! E tá muito bom!

Este simpático bloguinho não tem obrigação de ser vanguardista ou trazer novos enfoques sobre discos memoráveis (ou outros nem tanto). É simples e pura curtição musical livre e descompromissada. É espaço para repetir o que já foi dito sem vergonha na cara. No caso de "IV", muito já foi publicado.

Então tá, "IV" mostra as garras nos primeiros segundos. Robert Plant urra "Hey hey mama said the way you move. Gon' make you sweat, gon' make you groove" e abre alas para a guitarra de Jimmy Page, o baixo de John Paul Jones e a batera de John Bonham. Daí para frente é uma enxurrada de rock'n'roll puro e sem gelo. A banda só tira o pé do acelerador para apostar nas sonoridades orientais em "The Battle of Evermore", na balada épica "Stairway to Heaven" e na acústica "Going to California". Fora isso é Led Zeppelin em sua melhor forma e expressão.

"Its been a long time, been a long time, / Been a long lonely, lonely, lonely, lonely, lonely time."

A faixa que mais ouvi neste disco
"Stairway to Heaven". Óbvia. Incontestável. Clichê. Clássica. Imortal.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Não lembro da primeira que ouvi "IV" inteiro. Só lembro que fiquei desnorteado com o som. Sempre que ouço, fico hipnotizado. É um dos meus 5 discos preferidos.
Lembro que ouvi "Stairway to Heaven" pela primeira vez em Petrópolis. Um amigo tinha chegado dos Estados Unidos e tinha um revolucionário discman (aquele breguetinho jurássico que tocava CDs, lembra?). Uma das músicas que rolavam era o clássico do Led Zeppelin.
Em "Wayne's World" (infamemente batizado no Brasil como "Quanto Mais Idiota Melhor"), há uma loja de guitarras com uma placa "Proibido tocar 'Stairway to Heaven'". Piada direcionada para quem gosta ou toca guitarra e acha o máximo dedilhar esta música.
Reza a lenda que muitas canções e a própria capa de "IV" foram inspiradas na saga "Senhor dos Anéis".
"IV" é mais um disco sem título declarado. Foi chamado de "IV" por ser o 4º álbum do Led Zeppelin. O Metallica também tem um disco titleless: "Black Album".
Quem já tentou ouvir "Stairway to Heaven" de trás para frente levanta o braço!

Um pedacinho do disco:

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

#122 Beatles, "Revolver"


É lugar comum dizer que um disco dos Beatles é maravilhoso e antológico, mas fazê-lo pra esse aqui não é nenhum exagero. Pra mim, está no Top3 de discos da Banda (perde pro Sgt Peppers e pro Álbum Branco) e pra muitos é o prelúdio da psicodelia no pop rock mundial.

Ouvia muitas dessas músicas em casa, graças ao gosto musical beatlemaníaco do meu irmão. Mas só mergulhei de verdade nas suas músicas na época da primeira vinda de Paul McCartney ao Brasil, em 1990. Atraído por "Eleanor Rigby" e "Taxman" (esta, uma das grandes contribuições de Harrison à banda e à música de um modo geral), peguei o CD emprestado com um amigo pra gravar uma fita cassete. Fiz uma coletânea com algumas conhecidas, e esqueci do disco. Só viciei de verdade quando comprei o CD algum tempo depois. E esse foi um dos primeiros discos onde me apeguei bem mais as músicas pouco conhecidas do que aos grandes sucesso, o que virou marca registrada minha para muitos discos e bandas vindouras.

A música que mais ouvi neste disco
"For no one", lindíssima

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A música que eu mais tinha ouvido nesse disco era "Taxman" até 2006, quando terminei um namoro de longa data. Naquela época estava numa fase Beatles, e a letra de "For no one" me chamou muito a atenção, especialmente pelos versos "And in her eyes you see nothing / no sign of love behind the tears / cried for no one / a love that should have lasted years". Tiro e queda: ouvi essa música repetidamente ao término do namoro, e com isso tudo fez sentido pra mim.

Um pedacinho do disco:

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

#121 Vanessa da Mata, "Multishow Ao Vivo - Vanessa da Mata"

Olha, ouso dizer que você só não conhece Vanessa da Mata se passou os últimos cinco anos fora do Brasil. Pouco depois de "Ai, ai, ai" tocar em modo repeat nas rádios do país, a moça emplacou "Não me Deixe Só" e "Boa Sorte / Good Luck", que foram executadas quase sem parar. Com estas três faixas, a cantora entrou na elite do pop nacional. A diferença entre ela e tantas outras artistas de "one hit wonder" é que ela reserva um trabalho bem bacana ao público mais curioso! Se o ouvinte for preguiçoso, "Multishow Ao Vivo - Vanessa da Mata" salva o seu tempo e mostra vários sucessos no palco.

O Multishow usa o mesmo formato de registros ao vivo que a MTV costumava usar. Não é lá muito criativo, mas se há mercado, qual o problema? Enfim, a fómula é rigorosamente a mesma: artista-pop-canta-seus-maiores-sucessos-e-o-show-vira-CD-e-DVD. E o disco de Vanessa não foge disso. Além das óbvias "Ai, ai, ai", "Não me Deixe Só" e "Boa Sorte / Good Luck". o álbum também reúne as belas "Amado", "Viagem", "Vermelho" e "Fugiu com a Novela". Com ingredientes pop com pitadas de reggae e tempero de MPB, "Multishow Ao Vivo - Vanessa da Mata" vale como um síntese dos primeiros anos de trajetória de uma cantora muito talentosa.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Amado" é a minha faixa favorita. A canção é sutil, delicada e bonitinha na medida certa. Particularmente, acho o primeiro verso muito bacana: "Como pode ser gostar de alguém / E esse tal alguém não ser seu / Fico desejando nós gastando o mar / Pôr-do-sol, postal, mais ninguém". Fofo!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Já trabalhei em um projeto de Internet da Vanessa da Mata. Ela usa aquele cabelo no dia a dia. Não é um personagem.
Aliás, Marcelo D2 também teve uma fase de cabeleira Sideshow Bob e ninguém azucrinava.
Acho a voz de Vanessa tão formosa que gostei da sua versão da chatinha "Um Dia, Um Adeus", do Guilherme Arantes.
O disco tem a participação da dupla jamaicana Sly & Robbie, autoridades do reggae.
Já comentei isso aqui antes, mas acho que a primeira década do século XXI foi escassa em novos artistas brasileiros de destaque. Além da Vanessa, só surgiram Seu Jorge e Pitty. Maria Gadú ainda é uma promessa...
Um adendo: quando eu digo "novos artistas brasileiros de destaque" eu me refiro a gente nova, sangue novo. Marisa Monte, Paralamas, Ivete Sangalo, O Rappa continuam no mesmo degrau.
Ben Harper não apareceu para cantar com ela e "Boa Sorte / Good Luck" entrou na versão estúdio.

Um pedacinho do disco:

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

#120 Ira!, "Acústico MTV"


O Ira! está no rol das bandas mais subestimadas da geração 80s brasileira. Talvez por conta dos inúmeros problemas internos de relacionamento, ou pela postura não tão comercial. Só sei que a banda sempre teve grandes sucessos, ótimos músicos, mas não atingiu o sucesso de outras da mesma época (exemplo: Titãs, Paralamas e Legião). Ao meu ver, o Ira! não deve NADA a nenhuma dessas bandas.

Quando o filão 'Acústico MTV' surgiu na década de 90 e tirou um monte de artistas bons mas decadentes do ostracismo, muita gente aguardava com uma certa ansiedade a vez do Ira! embarcar nessa. Acabou só fazendo isso bem depois das demais bandas (mais precisamente em 2004), quando o formato estava já bem desgastado. E mais uma vez não decepcionou: o disco é EXCELENTE! Com participações de Samuel Rosa (vocalista do Skank), Pitty e Paralamas, o disco faz um belo apanhado da discografia da banda.

A música que mais ouvi neste disco
"Tarde vazia", que conta com participação de Samuel Rosa

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Desde que a ouvi pela primeira vez, achei que a música "O girassol" era uma ótima música pra se dedicar a uma mulher. Só que o verso ideal para isso é um tanto restritivo:

"[...]Você é meu sol, 1,65m de sol, E quase o ano inteiro os dias foram noites, Noites para mim[...]
Resultado: tive uma verdadeira obsessão por encontrar uma mulher de 1,65m pra cantar esses versos. Até que desisti e resolvi fazer uma adaptação: cantei pra uma de 1,75m :D

Um pedacinho do disco:

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

#119 O Rappa, "O Silêncio q Precede o Esporro"

Sem risco de exagero, posso dizer que O Rappa é uma banda casca-grossa. Após a consagração de "Lado B Lado A" (1999), o grupo teve que superar a saída de Marcelo Yuka, vítima da violência urbana do Rio de Janeiro. Com as cicatrizes quase fechadas, outro golpe: a morte do produtor e amigo Tom Capone. A tragédia ocorreu em 2004, meses após o lançamento de "O Silêncio q Precede o Esporro".

A amizade entre O Rappa e Tom Capone fica evidente neste disco, especialmente no DVD lançado em conjunto com o CD. Além de um show no Olimpo (RJ), a banda gravou um pocket-show na Toca do Bandido, estúdio do produtor. Aliás, o DVD de "O Silêncio q Precede o Esporro" vale muito a pena. Além das duas apresentações, o disquinho tem entrevistas e curiosidades realmente interessantes.

Bom, voltando ao CD, "O Silêncio q Precede o Esporro" mantém a pegada urbana, as letras cariocas e a crítica social. As inéditas "Rodo Cotidiano", "Mar de Gente" e "Reza Vela" estouraram nas rádios e programas de auditório. Também percebi uma reverência da banda a alguns ídolos, com a regravação de "Maneiras" (clássico de Zeca Pagodinho, com a participação do próprio) e "Deus lhe Pague" (de Chico Buarque, mas sem a participação do próprio).

A faixa que mais ouvi neste disco
Olha, "Reza Vela" é muito legal, mas "Mar de Gente" transborda energia e tem uma letra positiva, cotidiana e com ar de cidade grande. Mais O Rappa impossível.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Mesmo em tempos de download, iPods, pirataria e o escambau, O Rappa consegue ser um bom vendedor de discos. Cada lançamento da banda entra na lista dos mais vendidos do ano (segundo a ABPD).
Fico admirado como o Falcão pega mulher!!!


Um pedacinho do disco



domingo, 23 de janeiro de 2011

#118 Vários, "Back to new wave - parte 1"

Bem antes de começar a febre das festas PLOC e afins, saíram 3 coletâneas de músicas dos anos 80 em CD com o nome 'Back to New Wave'. As músicas não são necessariamente new wave (ou seja, você não vai achar assim taaaanta semelhança com B-52s, Bangles e afins), mas quem viveu essa época vai imediatamente lembrar dessas músicas. Especialmente quem ouvia muito rádio na época

Eu particularmente ouvi muita música pop / rock / new wave / whatever na década de 80, especialmente na primeira metade. Em outras palavras, foi meu estilo predileto tão logo abandonei os discos do Balão Mágico. Enquanto não tomava gosto por Smiths, The Cure, Simple Minds, U2 e afins, eu era um ávido apreciador de tudo quanto era banda brasileira que aparecia. E nesse disco tem uma boa amostra de boas bandas da época, embora a maioria tenha uma ou duas músicas de sucesso no máximo.

A coletânea não é assim tãããão pop rock... Tem um pé forte no brega, e por isso tem tudo a ver com as festas PLOC, onde predomina o que costumam chamar de trash 80s. De nome, só a do Roupa Nova, mas algumas outras músicas tem forte apelo brega, como por exemplo "Casanova", do Ritchie e "Sem pecado e sem juízo", da Baby Consuel0 (atual Baby do Brasil). Mas pra quem curte o som daquela época, o disco é um achado!

A música que mais ouvi neste disco
"Adelaide", do Inimigos do Rei

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
A minha principal motivação de comprar esse CD na época foi a caricatura da capa: IGUAL a um amigo dos tempos de faculdade! Mas depois de ver as músicas vi que nem ia ser sacrifício tê-lo na prateleira (e no CD Player)

Um pedacinho do disco:


sábado, 22 de janeiro de 2011

#117 Rage Against the Machine, "Battle of Los Angeles"

No verão de 2003, passei algumas semanas em Santarém, pérola cravada no meio da Floresta Amazônica. Foram dias muito divertidos, nos quais jamais dormi antes das 2 horas da madrugada. Durante este período, o que bombava nas rádios era o brega, tecnobrega e forró. Rock'n'roll que é bom, nada. Saudoso do rugir das guitarras, entrei em uma das lojas da cidade e procurei um CD furioso para ocupar o tempo entre uma cerveja e outra. Encontrei "The Battle of Los Angeles", do Rage Against the Machine. Sem medo de errar, comprei. Nos dias seguintes ouvi e reouvi umas 200 vezes.

Lançado em 1999, "The Battle of Los Angeles" é um autêntico disco de Zack de La Rocha, Tom Morello, Tim Commeford e Brad Wilk. O CD é rebelde, vigoroso, politizado, barulhento e cai no gosto de quem curte os bons sons ou quer fazer estilo subversivo (boina do Che Guevara e camiseta do MST).

Comercialmente, "The Battle of Los Angeles" emplacou nas FMs e na MTV. "Calm Like a Bomb", "Testify", "Guerrilla Rádio" e "Sleep Now in the Fire" foram algumas das faixas que entraram no mainstream.

A faixa que mais ouvi neste disco
Adoro o riff de "Sleep Now in the Fire". Acho uma das melhores músicas do Rage Against the Machine.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Calm Like a Bomb" entrou nos créditos finais de "Matrix Reloaded" e "Sleep Now in the Fire" foi trilha sonora de "As Panteras Detonando". O Rage Against the Machine ficou pop!
Um dos shows que ainda gostaria de ver é o do Rage Against the Machine. Quando a banda se dissolveu e formou o Audioslave, achei que era um sonho encerrado. Felizmente, soube que a trupe voltou ao batente e já até se apresentou no Brasil.
Gosto de jogar "Need for Speed" com este CD rolando ao fundo.
O diretor Michael Moore ("Tiros em Columbine" e "Fahrenheit 11/9") é um dos admiradores da banda. Creio que ele dirige o clipe de "Sleep Now in the Fire", o qual não pude publicar aqui porque o Youtube não permite. Pena!

Um pedacinho do disco

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

#116 Shakira, "Pies descalzos"


Olha, eu confesso: eu não dava nada pra esse disco. Escutei "Estoy aqui" nas rádios na época, mas achava que era só uma excentricidade da programação. Aí escutei alguns conhecidos falando bem da Shakira, e comecei a ficar curioso. Mas a porta de entrada foi a de sempre na década de 90: uma promoção de CDs, dessa vez do Feirão do CD (de onde o Surfista e o Vulgo Dudu eram habituês).

Cheguei em casa, ouvi e quase me arrependi da compra (mesmo sendo tão barato). Deixei de lado por uns tempos. Achei que era preconceito meu por ser cantado em espanhol, e era mesmo. Ouvi de novo, e comecei a curtir as músicas. Não é nenhuma grande maravilha, mas é um disco gostoso de ouvir. Será que é porque eu tenha começado a achar a Shakira um pedaço de mal caminho? Talvez... :D Do disco destaco também "¿Donde estás corazón?" e "Un poco de amor" (além de "Estoy aqui"). Daí em diante comecei a prestar mais atenção a carreira da moça, que ficou mais pop, mais provocativa, e também mais ousada musicalmente. Alguns acertos, algumas bolas foras, mas saldo positivo. Mas isso é assunto pra quando eu falar do Acústico... :D

A música que mais ouvi neste disco
"Estoy aqui"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Shakira é muito conhecida pela dança sensual nos shows e nos clipes. Ela mistura dança latina com movimentos de dança do ventre, que pratica há muitos anos e está em linha com sua ascendência libanesa

Um pedacinho do disco:

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

#115 R.E.M., "Document"

"Document" é mais um tesouro da fase em que o R.E.M. ainda era apenas uma banda promissora da Georgia. A diferença é que este álbum tinha em seu repertório "The One I Love" e "The End of the World as We Know It (I Feel Fine)". Assim como o grande Navegante Edu Starling, eu conheci o R.E.M. por "The End of the World as We Know It (I Feel Fine)" e foi amor à primeira audição.

A canção surgiu para mim na época em "Out of Time" foi lançado (leia-se início dos anos 1990) e o R.E.M. se instalou definitivamente no cenário pop. Lembro que ouvi a canção em algum bloco da MTV (na época em que a MTV ainda era legal). Fiquei com a faixa na cabeça, mas não pude ouvi-la de novo. Naquela época, não havia Internet para pegar mp3.

Anos depois, na faculdade, passei um verão em Cabo Frio e um dos poucos discos que tínhamos era "Eponymous", uma coletânea do R.E.M. que tinha justamente "The End of the World as We Know It (I Feel Fine)". Finalmente, eu pude curtir a canção em sua plenitude e ainda me deslumbrar pelo amor escancarado de "The One I Love" ou pela beleza de "Finest Worksong". Todas as três são faixas de "Document", que comprei na segunda metade da década de 2000. Álbum que confirma que o R.E.M. é uma banda consistente em qualquer fase da sua trajetória.


A faixa que mais ouvi neste disco
Empate técnico entre "The End of the World as We Know It (I Feel Fine)" (claro!), "The One I Love" e "Finest Worksong".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Quando o R.E.M. tocou "The One I Love" no Rock in Rio 2001, eu estava pertinho do palco e quase chorei. Coisa linda!
Esta mesma canção embalou muitas noites pensando em musas insensíveis.
Salvo engano, o "Eponymous" nunca foi lançado no Brasil. Acho que o repertório foi aproveitado no "The Best of R.E.M.", lançado em 1991.
Um tesourinho deste disco é "King of Birds", linda canção que está no final do CD.

Um pedacinho do disco

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

#114 Skank, "O samba poconé"

Meu amigo Surfista conceituou muito bem no post do dia 12/01 a banda: como bons mineiros, conquistaram seu espaço entre os tops da música nacional sem fazer muito alarde. Lembro de ter ouvido falar da banda nos posts da extinta versão brasileira da FIDO Net (rede de mensagens entre BBSs, no período pré-internet da comunidade nerd brasileira), onde a mineirada já idolatrava a banda. Naquela época, um grupo independente que tocava basicamente reggae. Bancaram o primeiro CD do próprio bolso, fizeram muito sucesso, e o resto é história.

Samba poconé é o terceiro trabalho do grupo. Graças ao sucesso de "Jackie Tequila", "Te Ver" e do cover de "É proibido fumar", esse disco foi muito aguardado por fãs e pela mídia especializada. Lembro de ter comprado na semana que lançou, pelo preço cheio. Fazia isso com poucos artistas, a maioria eu esperava dar uns 3 meses pra comprar um pouco mais barato. Cumpri o ritual de ouvir o CD inteiro, acompanhando as letras pelo encarte. Alguns hits grudaram no ouvido logo na primeira audição, enquanto outras eram bem menos inspiradas. Não tem a mesma pegada de "Calango" (o segundo CD), mas tem alguns bons momentos. Rendeu alguns bons clipes ("Garota nacional", "É uma partida de futebol")

A música que mais ouvi neste disco
"Garota nacional", tanto no disco quanto na MTV, e "Tão seu" (excelente)

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O cantor francês Manu Chao participa de 3 faixas do disco: "Zé Trindade", "Sem Terra" e "Los Pretos". Na minha opinião, um desperdício.

Um pedacinho do disco:

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

#113 Secos & Molhados, "Secos & Molhados"

Quando eu tinha 5 ou 6 anos, eu tinha um medo enorme de três coisas: Michael Jackson virando lobisomem em "Thriller", o Kiss com máscaras e o Ney Matogrosso. Sério! Durante muito tempo, o Ney vestido com plumas, paetês e maquiagens foi o meu pior pesadelo. No entanto, eu adorava ver o Didi Mocó imitando o cara no programa dos Trapalhões. Vai entender, né?

Pois bem, descobri o Secos & Molhados já crescido e sem medo do Ney Matogrosso. Além de gostar muito das músicas, fiquei admirado com o caráter performático da banda. Antes de Madonna, Lady Gaga e do próprio Kiss, nossos conterrâneos faziam shows teatrais, com fantasias, maquiagens, cenografia etc. Presta atenção a um detalhe: estamos falando do Brasil de 1973 e 1974. Mais exatamente em uma época em que o governo militar perseguia, sequestrava, torturava e matava os "subversivos" sem qualquer peso na consciência. Foi o tempo que em muitos artistas como Gilberto Gil, Chico Buarque e Caetano Veloso tiveram que fugir do país para garantir suas próprias vidas. No entanto, não se tem notícia de implicâncias dos milicos com João Ricardo, Gérson Conrad, Ney Matogrosso e Marcelo Frias. Mesmo com todo o rebolado do cantor, que também se apresentava em trajes sumários.

Mesmo com muito do poder de fogo da banda centralizado em sua presença de palco, o disco de estreia, "Secos & Molhados", lançado em 1973, foi um sucesso. As faixas "Sangue Latino", "O Vira" e "A Rosa de Hishima" (poesia de Vinicius de Moraes) são sucessos até hoje. Aliás, quem não dançou ou cantarolou "vira, vira, vira homem, vira, vira. Vira, vira lobisomem" que atire a primeira pedra.

A faixa que mais ouvi neste disco
Para mim, "O Vira" traz memórias afetivas da infância, mas gosto muito de "Assim Assado" e "O Patrão Nosso de Cada Dia".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Quando trabalhei com música, tive a oportunidade de entrevistar o Ney Matogrosso. Conversamos sobre a tal lenda do Secos & Molhados ter inspirado as maquiagens do Kiss. Ele disse que não era lenda. Isso foi a mais pura verdade. Segundo ele, um empresário americano trouxe uma proposta para que ele liderasse uma banda de rock americana que também usaria máscaras. Ney recusou. Meses depois, o Kiss surgiu. Veja você, amigo leitor, o Kiss poderia ter sido liderado pelo Ney Matogrosso. Imagine ele e o Gene Simmons no mesmo palco.
Aqui no blog, já falei sobre o Kiss e o Ney Matogrosso. Só falta o Michael Jackson...

Um pedacinho do disco:

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

#112 Guns 'n Roses, "Appetite for destruction"


Esse disco foi lançado ainda nos anos 80, mas só fizeram sucesso por aqui na virada para os anos 90. Comprei ainda em vinil, mais ou menos na época que a banda estourou por aqui. Mais precisamente 1 ou 2 anos antes do Rock in Rio 2. Até então, eu só conhecia "Patience", que fazia parte da trilha sonora internacional da novela "Que rei sou eu?" (uma das últimas novelas que acompanhei). Comprei o LP às escuras, e corri pra casa pra assistir.

Na época, eu era influenciado DEMAIS pelo rádio, e tinha uma certa dificuldade de assimilar músicas novas que não fossem as bombardeadas pelas FMs. Tanto que na primeira vez que eu ouvi o disco, não me soou muito bem. Ouvia só as consagradas nas paradas ("Paradise city" e "Sweet child o' mine", principalmente). Muito tempo depois, quando já tinha passado todo o frenesi em torno do Guns 'n Roses, peguei pra ouvir de novo. Foi aí que pude assimilar melhor o peso das outras músicas. Destaque para "It's so easy" e "Mr. Brownstone". Ainda bem que eu deixei a bitolação de lado ! :D

A música que mais ouvi neste disco
"Paradise city", que pra mim é a melô do Rio de Janeiro

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Um amigo tinha a mania de pegar sucessos de bandas gringas e cantar as letras traduzidas para o português, pra ver se a música teria o mesmo impacto. Com "Welcome to the jungle" o resultado ficou muito engraçado (pra não dizer tosco)! Imagina o Axl Rose cantando : "Floresta, bem vindo a floresta, olha ela te trazer para seus... Sha na na na na na na JOELHOS! JOELHOS!" :D

Um pedacinho do disco:

domingo, 16 de janeiro de 2011

#111 Eric Clapton, "Unplugged"

Posso afirmar sem medo de cometer uma injustiça que o projeto acústico de Eric Clapton foi um marco em sua carreira e também na história da MTV. O disco "Unplugged" caiu no gosto de público e da crítica. Para o artista, foi um novo gás em sua música, seis Grammys na estante e milhões de novos fãs. Para a MTV, o formato sucessos-em-formato-voz-e-violão se tornou em uma galinha dos ovos de ouro.

Lançado em 1992, "Unplugged" reúne um repertório de melodias intimistas, que passeiam pelo blues e pelo rock. O carro-chefe do CD foi a canção "Tears in Heaven", comovente e sofrida homenagem ao filho Connor, falecido em um acidente no início dos anos 1990. Milhões de pessoas foram solidárias ao guitarrista e compraram o disco - inclusive eu. Só que "Tears in Heaven" não é um sucesso isolado entre as 14 faixas do álbum. Na verdade, o disco é bom de cabo a rabo, com "Running on Faith", "Hey Hey", "Old Love", "San Francisco Bay Blues" e a clássica "Layla", reconstruída em versão acústica.

Discaço!

A faixa que mais ouvi neste disco
"Layla"! Eu já era fã da música em sua versão original, mas fiquei assombrado com os novos contornos que Eric concebeu em sua roupagem acústica. Fora de série!

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Aos 15 anos, ganhei um violão de aniversário. Meu objetivo era tocar que nem o Eric Clapton. Pois é, não rolou...

Um pedacinho do disco:

sábado, 15 de janeiro de 2011

#110 Daft Punk, "Discovery"


Em 2001, após um bom tempo de namoro, voltei a me aventurar pela noite carioca. Estava um pouco perdido quanto a lugares pra ir e com quem ir (a maioria dos meus amigos na época ainda estava namorando). A opção principal ainda era ir a boates, pra ouvir dance, house, techno, hip hop e afins, com uma ou outra variação dependendo do DJ. Não tinha mais muita paciência pra esse tipo de música, mas era o que tinha pra se fazer. Nessa nova incursão, uma música era uma verdadeira unanimidade nas pistas: "One more time", do duo francês Daft Punk.

Depois de ficar viciado nessa música e de gostar bastante de outra do mesmo disco sugerida pelo meu amigo Hiro ("Digital love"), resolvi correr atrás desse disco. Acho que foi um dos poucos discos de house que eu ouvi da primeira a última faixa. Alterna bons e maus momentos, mas o saldo é positivo. Além das duas citadas, gostei muito também de "Harder, Better, Faster, Stronger", que tem uma construção interessante e criativa: primeiro um canta os adjetivos (do título da música), depois as ações, e depois misturam as duas partes formando os versos.

A música que mais ouvi neste disco
"One more time"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O disco inteiro serviu de trilha sonora para o longa de animação japonesa Interstella 5555 (com a colaboração do duo), produzido pela Toei Animation sob a supervisão de Leiji Matsumoto. Inclusive os clipes das músicas são trechos do filme, e alguns deles passaram na MTV e no Cartoon Network na época

Um pedacinho do disco:

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

#109 Iron Maiden, "Powerslave"

Up the irons!

Venhamos e convenhamos, o Iron Maiden é uma banda superlativa: capas maneiríssimas, história riquíssima, clássicos imortais, músicos afiadíssimos e por aí vai. Uma página importante desta história foi escrita nos anos de 1984 e 1985. Foi o ano em que Bruce Dickinson, Steve Harris e sua tropa ganharam o mundo e levaram o heavy metal até onde nenhuma outra banda havia levado antes. Além de tocar na Polônia em uma época em que a Cortina de Ferro ainda imperava, eles conquistaram o Brasil fazendo um show antológico no Rock in Rio I. O disco que abriu todas estas portas foi o lendário "Powerslave".

No repertório, "Aces High", "2 Minutes to Midnight" e "The Duellists" se juntaram às já reverenciadas "The Number of the Beast", "The Trooper", "Run to the Hills" e "Wrathchild", dentre outras. O Iron Maiden se tornou a maior banda de heavy metal de todos os tempos e conquistou fãs cabeludos em todos os cantos do planeta. Provavelmente, é a banda que mais vende camisetas no globo (perdendo apenas para o Kurt Cobain).

Apesar de gostar da banda há muito tempo, demorei muito a ter um CD deles na minha estante. Curiosamente, foi este sobre o qual escrevo, comprado em 2010.

A faixa que mais ouvi neste disco
Gosto de todas as oito faixas do disco. Eu curto as clássicas "Aces High" e "2 Minutes to Midnight", a instrumental "Losfer Words", a veloz "The Duellists" etc.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Cabelos compridos esvoaçantes, calças coloridas coladinhas, braceletes de metal, solos de guitarra, graves e agudos no vocal... O Iron Maiden foi um dos precursores do rock-poser.
A banda tem uma relação muito legal com o Brasil. Eles passam no Brasil em quase todas as turnês.
Eu estava na gravação do DVD do Iron Maiden no Rock in Rio 3. Foi um dos melhores shows do festival.
Já fui a uns três shows do Iron Maiden e a cada nova apresentação sempre percebo um vigor novo na banda. Admirável!
O mítico Eddie é um dos mascotes da torcida do Vasco da Gama. Talvez seja o único (eu disse "único") aspecto digno de nota na torcida bacalhau.
Eu não tenho uma camiseta do Iron Maiden. na verdade, só tenho duas camisetas de banda: Pearl Jam e Ultramen.

Um pedacinho do disco

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

#108 The Cure, "Wish"


Comprei esse disco com muita expectativa. Estava começando a descobrir o The Cure, apresentado a mim por um amigo músico. Naquela época, só conhecia alguns clássicos antigos. Quando procurei algum disco do Cure pra comprar, só via o Wish vendendo. Tinha sido avaliado com algumas ressalvas pela crítica, mas estava vendendo muito bem mundo afora. Resolvi pagar pra ver.

Costumo dizer que apreciar um disco do The Cure não é uma tarefa trivial. Quem compra achando que vai achar variações de "Boys don't cry" com certeza quebra a cara. Suas músicas costumam ser profundas, intimistas, muitas vezes melancólicas. "Wish" não é nada diferente disso. Talvez por isso eu ache que não conheço suficientemente bem nenhum disco deles.

No caso do Wish, escutei o disco inteiro algumas vezes, e acabei me apegando a um conjuntinho de músicas. De cara, o primeiro single: "High", que me passa uma sensação de esperança que eu não sei explicar. A letra deixa mais claro: é de um romantismo doce e acessível, e ao mesmo tempo beirando a utopia (por mais paradoxal que isso possa parecer). Depois, a genial "Friday I'm in love", do tipo que parece tão óbvia e original ao mesmo tempo a ponto de você pensar : "como é que ninguém tinha escrito algo assim antes?". Na época, um enorme sucesso por aqui e no exterior, e ainda muito lembrada pelos DJs mais alternativos. Além delas, gostei muito da melancolia de "Doing the unstuck" e "Letter to Elise". Aí confesso que parei nessas e nem ouvi mais as outras músicas.

A música que mais ouvi neste disco
Alguma dúvida de que foi "Friday I'm in love" ?

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O site threadless.com tem uma camisa que representa graficamente boa parte da letra de "Friday I'm in love" (aqui). Descobri tem algum tempo, estava esgotada. Agora no fim de 2010 reeditaram a camisa e eu fiz o pedido. Tomara que chegue (nenhuma notícia ainda)!

Um pedacinho do disco:


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

#107 Skank, "Maquinarama"

Com bons mineiros, a moçada do Skank veio comendo pelas beiradas e, sem fazer alvoroços, se estabeleceu entre as grandes bandas do pop-rock brasileiro. Samuel, Henrique, Lelo e Haroldo foram alguns dos grupos que surgiram e se estabeleceram na cena brasileira pós-anos 80. Além deles, só lembro do Pato Fu, O Rappa, Nação Zumbi, Raimundos, Cidade Negra, Charlie Brown Jr., Jota Quest e mais um ou outro - sem juízo de valor se é ruim ou bom.

Na minha opinião, o Skank soube lidar com os seus megassucessos (sem hífen) e os tesourinhos guardados em seus discos. Creio que "Maquinarama", lançado em 2000, é um exemplo disso. Enquanto "Três Lados" bombava nas rádios, um ouvinte mais curioso podia descobrir "Canção Noturna", "Ali", "Balada do Amor Inabalável" e "Muçulmano". A musicalidade também ficou mais madura, mais autoral, com maior liberdade para experimentações eletrônicas ("Maquinarama" e "Rebelião") e reverência aos Beatles ("Balada do Amor Inabalável" e "Três Lados").

Quer saber? Confesso que "Maquinarama" é um dos meus discos favoritos de pop-rock nacional. Pronto, falei!


A faixa que mais ouvi neste disco
Empate técnico entre "Canção Noturna" e "Balada do Amor Inabalável". Ambas são doces e bonitas.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Comprei "Maquinarama" em um site de compras chamado Superoferta.com. O approach da loja virtual era vender produtos variados por precinhos mínimos. O site faliu...
Os acordes havaianos de "Canção Noturna" embalaram uma fossa envolvendo uma paixão de verão.

Um pedacinho do disco:

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

#106 Cidade Negra, "Diversão (ao vivo)


O verão carioca de uns anos pra cá voltou a ser a grande estação de boas atrações musicais. Muitas delas estão na grade de programação de algum evento para toda a estação, sempre aos fins de semana em local fixo. É o exemplo do Oi Noites Cariocas, que começou no Morro da Urca mas depois passou para o Pier Mauá. Em 2008, fui com uns amigos num desses, para um show do Cidade Negra, que eu não via desde os saudosos shows gratuitos da praia de Ipanema, relativamente comuns na década de 90.

Há muito não acompanhava o Cidade Negra de perto, então fui meio às cegas, sem saber o mote do show. Estavam lançando o disco "Diversão", uma coletânea de covers de músicas brasileiras de várias épocas ao estilo meio reggae meio pop da banda. Foi um show excelente, não só pela competência da banda mas também pela boa presença de palco de Toni Garrido. Não deu outra, na semana seguinte comprei o CD.

Dentre as homenagens feitas no CD, regravações de Pepeu Gomes, Chico Buarque, Belchior, Legião Urbana, Lulu Santos, entre outros. Todas ao meu ver bem interessantes, e algumas até melhores que a versão original (como por exemplo "Meu coração", de Pepeu Gomes)


A música que mais ouvi neste disco
"Meu coração" (do Pepeu) e "Me liga" (Paralamas)

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"A Palo Seco", originalmente do Belchior, é uma música que eu escuto muito quando quero pensar antes de tomar uma decisão difícil. Foi assim inclusive ao fim de um namoro, no mesmo 2008 que eu comprei esse disco.


Um pedacinho do disco:


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

#105 Renato Russo, "The Stonewall Celebration Concert"

Escrevo sobre "The Stonewall Celebration Concert", o primeiro álbum solo do Renato Russo, em um dia cinzento e chuvoso. Tudo a ver! O repertório é introspectivo, sereno, melódico e meio lamuriento. Se lançado em 2010, seria um CD emo, mas, no Natal de 1994, era apenas um CD chato mesmo. Eu confesso! Na época, eu fiquei desapontado com o que ouvi. Podem apedrejar!

Pô, venhamos e convenhamos, aos 15 ou 16 anos, eu esperava um CD no estilo Legião Urbana e não aquela sofisticação e frieza islandesa. O repertório (todo cantado em inglês), economizava nos músicos. Renato tocava violão e guitarra (e uma percussão aqui ou ali) e o tecladista Carlos Trilha cuidava dos teclados e da programação eletrônica. Nada de barulheira roqueira ou brados adolescentes. As canções eram doces, sutis e minimalistas. A dançante "Cherish" virou um música folk em voz e violão. Ei, "Cherish" é um hit da Madonna. Você sabe, né? Ah, bom.

Hoje em dia, já mais maduro e calejado, eu ouço "The Stonewall Celebration Concert" e ainda acho chato. Dá um soniiiinho (bocejo). Que venham as pedras!

A faixa que mais ouvi neste disco
O que se salva das longas 21 faixas? Gosto muito, muito de "Love Is". Se bem que "If Tomorrow Never Comes" também tem o seu valor. Tá bom, "Cherish" ficou bonitinha.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Lançado em 1994, "The Stonewall Celebration Concert" é todo panfletário. O disco tem mensagens mil contra a homofobia, contatos de instituições que lidam com violência doméstica, discriminação racial, Aids, anistia internacional e o escambau. Parte da grana das vendagens do CD é doado à Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida. Comprar o disco é ganhar milhagem para o céu!
Mobilizando a emoção do povo, a gravadora catou o material de "Cathedral Song" e promoveu um dueto espírita entre o finado Renato Russo e a cantora Zélia Duncan, que gravou a versão nacional da música ("Catedral"). Fiquei constrangido quando ouvi.

Um pedacinho do disco:

domingo, 9 de janeiro de 2011

#104 Fuggees, "The Score"

Já disse por aqui que não gosto de hip hop? Então estou dizendo agora. De um modo geral, não acho inspirado e bem trabalhado como outros estilos que gosto. Mas como toda regra tem sua exceção, existiu um trio de hip hop que ao meu ver era genial: os Fugees. Vendo os componentes do trio fica claro o porquê de serem muito bons: Wyclef Jean, Lauryn Hill e Pras. Os dois primeiros dispensam maiores apresentações.

Os conheci nas pistas de dança cariocas no fim da década de 90, com o cover "Killing me softly", um clássico da black music originalmente cantado por Roberta Flack. Comprei o CD só por causa dessa música, e ao ouvir percebi que tirei a sorte grande: o CD é TODO BOM! É até injusto lembrar do CD só por causa dessa música. Tanto que mesmo não tendo muita paciência pra hip hop, é um disco que escuto até hoje. Vale a pena citar também "Ready or not" e "Fu-gee-la", que aparece em várias versões diferentes no disco

A música que mais ouvi neste disco
"No woman no cry", excelente cover do clássico do reggae cantado por Bob Marley

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Fiz uma viagem pra Nova Friburgo em 1996 com uns amigos para ir num festival. Por festival entenda-se muitos adolescentes ouvindo música mais ou menos enchendo a cara e flertando no ginásio de um clube. Na viagem, levei uns 6 CDs pra ouvir no carro, mas ficamos todos tão viciados nesse aqui que eu nem lembro quais eram os outros. No final das contas, quando escuto "Fu-Gee-La" lembro imediatamente de uma menina que conheci no festival. Pena que ficou só nisso...

Um pedacinho do disco:

sábado, 8 de janeiro de 2011

#103 Trilha Sonora, "From Dusk Till Dawn"

Em Copacabana, no Posto 5, há uma das últimas lojas de disco do bairro – talvez do Rio de Janeiro. Fica perto da Francisco Xavier e tem um jeitão retrô. Lá, o visitante encontra CDs, LPs, K7s (sim, até K7s), DVDs e outros tesourinhos de segunda mão. Se garimpar, pode achar alguma preciosidades. Eu catei aqui e acolá, e descolei esta divertidíssima trilha sonora, que vem com o melhor estilo Tarantino.

"From Dusk Till Dawn" foi a primeira parceria entre Quentin e o "troublemaker" Robert Rodriguez. A trama gira em torno da fuga de dois irmãos criminosos (o próprio Quentin e um quase anônimo George Clooney). Ambos são psicóticos, violentos, brutais e desumanos. Rumo ao México, eles sequestram uma família liderada por um ex-reverendo sem fé, com os quais cruzam a fronteira e param para comemorar em uma taverna. Ao cair da noite, a birosca se revela como um ninho de vampiros ainda mais psicóticos, violentos, brutais e desumanos. Enfim, um completo filme B.

A trilha sonora é uma colagem de canções com clima poeirento. Tem ZZ Top, Tito & Tarantula, Stevie Ray Vaughan e (louvando as origens tarantinescas) alguns diálogos do filme. Destaque para Cheech Marin anunciando a variedade de pussies disponíveis na taverna!

A faixa que mais ouvi neste disco
"After Dark", de Tito & Tarantula. A música é sensacional e ainda serve de trilha para Salma Hayek desfilar toda a sua saúde na pele da dançarina Satanica Pandemonium.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Nunca achei este filme em DVD, e olha que já procurei.
No filme, Quentin ataca de ator e Robert se aventura como músico. Ele é um dos guitarristas da banda Tito & Tarantula.

Um pedacinho do disco:

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

#102 Oasis, "Definitely maybe"

Primeiro disco de uma das bandas mais incensadas da década de 90. Eu até arriscaria a dizer, uma das mais superestimadas (digo isso enquanto me escondo dos fãs enfurecidos). Com isso não digo que sejam ruins, longe disso. Mas eles (e muita gente) acreditou de verdade em todo o estardalhaço da mídia britânica da época, que dizia que eles eram os novos Beatles. Tem coisas ótimas, outras nem tanto, mas cada qual no seu cada qual.

Voltando ao disco: tomei conhecimento dele pelo sucesso quase instantâneo que fez a música "Supersonic", que eu nem acho lá grande coisa. Mas era uma boa música, eu sempre fui fã de bandas britânicas, e isso pra mim foi motivo suficiente pra comprar o CD na época. E foi um senhor début para a banda dos irmãos (briguentos) Gallagher. Questiono um pouco a escolha de "Supersonic" como single de trabalho do disco, porque na minha opinião tem coisa bem melhor no disco. Especialmente "Rock 'n Roll Star", ao meu ver MUITO superior. É o tipo de disco que dá pra ouvir inteiro sem o dedo coçar pra pular de música, embora a qualidade não seja lá tão uniforme.

A música que mais ouvi neste disco
"Live forever", uma das minhas baladas britânicas prediletas

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Quando no auge, Oasis e Blur estavam sempre com espaço nos tablóides britânicos, numa rivalidade entre as bandas que se extendia aos fãs. A ponto de um amigo meu que morava em Londres perguntar qual das duas eu gostava, com quem pergunta se você é Flamengo ou Fluminense. No final das contas, eu sempre preferi o Blur, mas confesso que a discografia do Oasis no geral é menos inconstante


Um pedacinho do disco:

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

#101 Rage Against the Machine, "Rage Against the Machine"

Conheço Ouro Preto de outros carnavais - literalmente falando. Porém, foi em 2007 que consegui entrar em uma famigerada festa de república. Aos que não conhecem a mais famosa folia do estado de Minas, uma breve explanação: durante o agito, as ladeiras da cidade são tomadas pelos foliões. Enquanto isso, as repúblicas estudantis promovem festas homéricas, reservadas apenas aos seus hóspedes. Sempre tive vontade de penetrar (no bom sentido e no mal também), mas nunca conseguira. Até este ano.

Bom, fiz amizade com os músicos de uma banda e consegui um passe para entrar como staff. Parêntesis: carnaval é o máximo mesmo. Só nesta época do ano uma pequena banda consegue o privilégio de ter até staff. Continuando, a banda tocava de tudo e a moçada se esbaldava com cerveja e um XingLing Ice (isto é, um genérico do Smirnoff Ice). Madrugada adentro, quando todo mundo estava alucinado, o dono da festa berrou: "toca Rage Against! Quebra tudo nessa porra!". A banda se reorganizou e mandou "Killing in the Name" para a alegria da comunidade. Eu balancei tanto a cabeça que fiquei com torcicolo por dias.

"Killing in the Name" é uma das faixas do sensacional disco de estreia dos californianos do Rage Against the Machine. Criativo, panfletário e violento, eu considero este como um dos melhores álbuns da década de 1990. Foi muito inovador ao misturar rock, rap e funk. No repertório, ainda tem "Wake Up", "Bombtrack", "Bullet in the Head" e "Take the Power Back". Virou clássico!

A faixa que mais ouvi neste disco
"Killing in the Name" no talo! Mas, também rola "Bombtrack".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Wake Up" entrou entrou na trilha sonora de "Matrix". Mais exatamente, nos créditos finais.
Segundo os nossos amiguinhos da Wikipedia, a capa tem uma historinha macabra: "A capa representa Thích Quảng Đức, um monge Budista do Vietnam, que se imolou até a morte em Saigon em 1963. Thích protestava contra a opressão que os Budistas sofriam por parte da administração do então Primeiro Ministro Ngô Đình Diệm".

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

#100 Pixies, "Trompe le Monde"

Por volta de 1992, parti para comprar meu quarto disco do Pixies (e também quarto e último disco da banda). Não tinha lido muito a respeito dele, mas achei que dificilmente me decepcionaria com base na experiência com os outros discos. Passei na boa e velha Gramophone do Shopping da Gávea e comprei o CD. Nessa época, o Shopping da Gávea era meu posto avançado: fazia hora lá na hora do almoço (intervalo da faculdade), e às vezes também antes de remar após a aula.

Mais uma vez, um disco do Pixies bem diferente dos demais. Embora o estilo seja mais sujo e punk, se parecendo um pouco com o Surfer Rosa (do qual ainda vou falar por aqui), tinha alguma coisa diferente que eu não sabia o que era. Com o tempo percebi: você quase não nota a presença da baixista Kim Deal, os vocais são basicamente do Black Francis (atual Frank Black). E isso ao meu ver foi um ponto negativo do disco, apesar de ter algumas das minhas músicas prediletas.

O disco em si é BEM interessante, pra quem gosta desse 'alternativo sem estilo' do Pixies. Das 15 músicas, as únicas que eu não dou muita bola são "The navajo know" e "Space (I believe in)". Todas as outras eu ouvi bastante, e me lembram muito essa época remo-faculdade-remo-casa.

A faixa que mais ouvi neste disco
"Motorway to Roswell" e "Letter to Memphis"

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
O fato de Black Francis fazer quase tudo no disco já era claro sinal de que as coisas não iam bem no relacionamento da banda. Tanto que o grupo se desfez pouco depois, quando Black Francis mudou seu nome artístico para Frank Black e saiu em carreira solo, e Kim Deal se juntou com sua irmã gêmea e mais alguns músicos para formar o "The Breeders"


Um pedacinho do disco:

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

#099 Paulinho da Viola, "Dança da Solidão"

"Desilusão, desilusão. Dançou eu, dança você na dança da solidão"

Muitos conhecem os versos de "Dança da Solidão" na voz de Marisa Monte. Porém, esta pérola da MPB é de autoria de Paulinho da Viola e batiza um dos melhores discos de samba da nossa música – na opinião humilde do blogueiro, é claro.

Lançado em 1972, "Dança da Solidão" é um álbum de samba diferente. Mesmo completamente popular e com todas as influências dos sambistas da Portela, o repertório é altamente elegante. Paulinho elevou o samba a um nível superior e muitas das 12 faixas gravadas são clássicas até hoje. Exemplos? Anota aí: "Acontece" (Cartola), "Coração Imprudente", "Guardei a Minha Viola", "Meu Mundo É Hoje" e "No Pagode do Vavá".

Olha só, amigo(a) aí do outro lado da telinha, vou abusar da sua paciência e ser bem taxativo: "Dança da Solidão" é um álbum imprescindível na estante de quem quer compreender o samba e a música brasileira. É um marco, um ícone, sei lá. E outra: você encontra esse disquinho em muitas lojas de departamentos e supermercados da vida. Tá esperando o quê?

A faixa que mais ouvi neste disco
"Dança da Solidão" e "Acontece". Empate técnico.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Teresa Cristina, uma das grandes discípulas de Paulinho gravou um disco duplo com os seus melhores sambas. Entre as canções, ela não cantou "Dança da Solidão", pois acreditou que Marisa Monte foi a intérprete definitiva da música.
Certo dia, tive o prazer de assistir a um jogo do Vasco ao lado de Paulinho da Viola. Foi uma partida entre Vasco e Fluminense em uma decisão de Taça Guanabara. Pois bem, naquela tarde, eu, rubro-negro convicto e fidelíssimo, torci pelo Vasco. Confessei...


Um pedacinho do disco

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

#098 R.E.M., "Lifes Rich Pageant"

Na mesma viagem que em que eu comprei o primeiro disco do R.E.M. (Murmur, conforme falei aqui), comprei também o 'Lifes Rich Pageant'. É o quarto disco da banda, lançado em 1986, e ao contrário do Murmur, eu já conhecia 2 músicas: "Fall on me" e "I believe". Não são exatamente parecidas, mas são igualmente boas. Por conta disso, já estava com uma expectativa alta em relação a esse disco.

Ao ouvir, não me decepcionei nem um pouco! Um pouco mais agitado e alegre do que os outros 3 discos da banda, mas com 2 momentos mais introspectivos: a baladinha "The flowers of Guatemala" e a melancólica "Swan Swan H". Acho que as únicas músicas que não curto muito são "Underneath the bunker" e "Just a touch".


A faixa que mais ouvi neste disco
"I believe", que tem o poder de me levantar o astral mesmo nos piores momentos

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"The flowers of Guatemala" tem uma melodia linda, e uma letra cheia de metáforas interessantes. As tais flores são referência as que cobrem os túmulos das pessoas mortas pelo regime militar da Guatemala, que teve apoio do governo americano desde o golpe de estado que o originou, numa crítica política ao apoio americano às ditaduras da América Latina nos áureos tempos do macartismo.

Um pedacinho do disco: