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domingo, 30 de janeiro de 2011

#125 Gilberto Gil, "Kaya N'Gan Daya"

"Na gandaia caia já! Nem que a chuva caia"

Desculpe a "pelação-de-saco", mas considero o Gilberto Gil um monumento cultural brasileiro. O baiano é referência para uma cacetada de artistas contemporâneos e será para tantos outros que ainda vão surgir. Pois bem, se ele inspira tanta gente, quem o inspirou? Segundo releases e livros, o menino Gilberto Passos Gil Moreira descobriu os encantos da música por intervenção divina de João Gilberto e Luiz Gonzaga. Posteriormente, descobriu novos ares com Bob Marley (durante o exílio em Londres). Dito isso, você deve imaginar o cuidado e carinho que ele teve para gravar "Kaya N'Gan Daya", um tributo ao Rei do Reggae.

Modéstia a parte, eu tive a honra de acompanhar de perto a produção deste disco. Na época, eu trabalhava na produtora do Gil e era testemunha do zunzunzun envolvendo viagem para Jamaica, conversas com a viúva Rita Marley (e as I-Three) ajustes com o finado produtor Tom Capone, escolha do repertório e exaustivos ensaios com a banda. Ficava clara para mim a importância daquele CD para ele.

Em 2002, "Kaya N'Gan Daya" foi lançado em um fim de semana de shows lotados no Canecão, Rio de Janeiro. O disco já era delicioso no título, em que Gil resgatou uma gíria quase em desuso: "gandaia". Além de repetir a sua versão para "No Woman No Cry", o repertório inclui os clássicos "Kaya", "Buffalo Soldier", "One Drop", "Positive Vibration", "Three Little Birds" e "Them Belly Full". Algumas canções ainda tinham direito a pedacinhos cantados em português, como "Time Will Tell" ("Tempo Só") e "Lively Up Yourself", que virou "Eleve-se Alto ao Céu".

Sabe, acho que "Kaya N'Gan Daya" soa tão bonitinho, tão reverente. É um gênio prestando uma homenagem a outro gênio. Não poderia dar errado.

A faixa que mais ouvi neste disco
Tudo! Ok, ok... as versões gilbertogilianas para "Three Little Birds" e "Kaya" são adoráveis.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
No show de estreia de "Kaya N'Gan Daya", um tumulto se percebeu perto do palco. Abriu-se um clarão. Os malucos-belezas que estavam de longe reclamaram: "pô, show de Gilberto Gil cantando Bob Marley e vagabundo ainda quer brigar? Nada a ver, aí!". Nem era briga. Era um rato que invadia a pista.

Um pedacinho do disco

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