Escrevo sobre "The Stonewall Celebration Concert", o primeiro álbum solo do Renato Russo, em um dia cinzento e chuvoso. Tudo a ver! O repertório é introspectivo, sereno, melódico e meio lamuriento. Se lançado em 2010, seria um CD emo, mas, no Natal de 1994, era apenas um CD chato mesmo. Eu confesso! Na época, eu fiquei desapontado com o que ouvi. Podem apedrejar!
Pô, venhamos e convenhamos, aos 15 ou 16 anos, eu esperava um CD no estilo Legião Urbana e não aquela sofisticação e frieza islandesa. O repertório (todo cantado em inglês), economizava nos músicos. Renato tocava violão e guitarra (e uma percussão aqui ou ali) e o tecladista Carlos Trilha cuidava dos teclados e da programação eletrônica. Nada de barulheira roqueira ou brados adolescentes. As canções eram doces, sutis e minimalistas. A dançante "Cherish" virou um música folk em voz e violão. Ei, "Cherish" é um hit da Madonna. Você sabe, né? Ah, bom.
Hoje em dia, já mais maduro e calejado, eu ouço "The Stonewall Celebration Concert" e ainda acho chato. Dá um soniiiinho (bocejo). Que venham as pedras!
A faixa que mais ouvi neste disco
O que se salva das longas 21 faixas? Gosto muito, muito de "Love Is". Se bem que "If Tomorrow Never Comes" também tem o seu valor. Tá bom, "Cherish" ficou bonitinha.
Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Lançado em 1994, "The Stonewall Celebration Concert" é todo panfletário. O disco tem mensagens mil contra a homofobia, contatos de instituições que lidam com violência doméstica, discriminação racial, Aids, anistia internacional e o escambau. Parte da grana das vendagens do CD é doado à Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida. Comprar o disco é ganhar milhagem para o céu!
Mobilizando a emoção do povo, a gravadora catou o material de "Cathedral Song" e promoveu um dueto espírita entre o finado Renato Russo e a cantora Zélia Duncan, que gravou a versão nacional da música ("Catedral"). Fiquei constrangido quando ouvi.
Um pedacinho do disco:
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