Eis um álbum exótico na pegada rock das 365 Rotações...
Durante o período que passei longe de casa, conheci pessoas que me surpreenderam. Dentre tantas figuras maravilhosas, encontrei um neo-zelandês torcedor do Flamengo, um irlandês admirador do Capitão Nascimento e uma portuguesa fã de forró. A mocinha lusitana perguntou se eu sabia dançar o nosso tradicional "dois-pra-lá-dois-pra-cá" e citou o Falamansa. Saca só: ela não conhece Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Geraldo Azevedo ou Elba Ramalho. Ela revelou-se encantada pelo quarteto de São Paulo. Ela até arriscou o refrão de "Rindo à Toa".
Pois bem, o Falamansa é um tipo de Beatles do forró universitário. Sinceramente, não compreendo esse rótulo. Será que existe forró do segundo grau? Ou Forró do MBA? Ou xaxado do mestrado? Ops, voltemos ao tema. Tato, Alemão, Dezinho e Valdir do Acordeão revitalizaram o estilo, recolocaram na moda o jeito de dançar coladinho e, sabe-se lá como, se tornaram um fenômeno de vendas. No verão de 2000, quem não ouvisse Falamansa estava out. Comprei o disco deles.
Verdade seja dita, os caras fazem um som inofensivo, com canções agradáveis e letras otimistas, quase ingênuas. É um som com cara de verão, casa de praia, calor, ressaca e churrasco de fim de tarde. Numa limpa nos meus CDs, fiquei com o "Deixa Entrar" na mão. Por alguma razão, poupei o Falamansa da reciclagem.
A faixa que mais ouvi neste disco
"Xote dos Milagres" é bem fofa e me abriu caminhos para conhecer muitas meninas forrozeiras. Ouvi muito. Musicalmente, gosto de "Avisa" e "Asas".
Presepada musical ou uma pequena curiosidade
No mesmo verão de 2000 (ou 2001, não lembro), fui passar uns dias na casa de praia de um amigo em Ubatuba. Lá conheci uma mocinha paulista que era professora de dança. Encarei o desafio, botei o Falamansa (até então, uma novidade) para tocar e a chamei para dançar. A danada era absurdamente cheirosa e tinha um jeito de pegar. Vixe! Não rolou nada de mais. O máximo que arranquei foi um beijo roubado.
Neste verão, os cursos de forró faturaram como nunca. Todo mundo queria dançar o forró universitário.
Eis que após o forró universitário, surge o sertanejo universitário. Fico pensando quem será o próximo: pagode universitário, reggae universitário ou samba universitário?
Um pedacinho do disco
1 comentários:
Xote dos milagres é um clássico!
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