Após o belíssimo "Bloco do Eu Sozinho", os cariocas do Los Hermanos se firmaram na primeira divisão da música brasileira e conquistaram multidões de fãs. Os caras viraram os queridinhos dos descolados, dos cultos, dos universitários e dos frequentadores do circuito Estação (rede de cinemas com filmes alternativos). Com canções elaboradas e letras sofisticadas, o quarteto barbudo abriu mão do popularesco, mas continuou fazendo sucesso. "Ventura" foi mais uma evidência de que Camelo, Amarante, Barba e Bruno Medina não estavam para brincadeira.
Sou muito fã de "Ventura". Seguindo a linha "poesia-cotidiana-simples", Camelo e Amarante continuavam afiadíssimos. Acho "O Vencedor" uma preciosidade, da mesma forma que "Tá Bom" é comovente. "Último Romance" é de uma honestidade cortante, com os versos "até quem me vê / lendo o jornal / na fila do pão / sabe que eu te encontrei". "Cara Estranho", o single de "Ventura, ganhou as rádios e a MTV transmitindo em sua poesia o sentimento de loser que há em cada pessoa. Sem galãs ou marombados, os caras do Los Hermanos se tornaram os porta-vozes de todos os tímidos que escrevem versinhos apaixonados no caderno da escola.
A faixa que mais ouvi neste disco
Canta comigo: "eu que já não quero mais ser um vencedor / levo a vida devagar pra não faltar amor". Sim, "O Vencedor" é de uma "fofice" ímpar.
Presepada musical ou uma pequena curiosidade
"Ventura" foi mais um disco que ganhei na época em que trabalhava com música. Por causa dele, eu entrevistei os Los Hermanos. Foi uma conversa especial, pois era um papo com meus antigos amigos de faculdade. Foi um compromisso profissional, mas teve um ar de reencontro e oportunidade para botar o papo em dia. Nunca mais conversei com eles.
Um pedacinho do disco
1 comentários:
Melhor disco dos caras, pra mim...ouço e toco repetidamente, como se fosse um mantra...
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