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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

#003 Buena Vista Social Club, "Rhythms del Mundo"

Tenho pavor de versões. Quando ouço um cantor anunciar que vai interpretar a sua versão de um sucesso X ou Y, eu sinto calafrios. Quando rola um papo de misturar estilos, então... Deus me livre. Já imagino que uma bomba está a caminho e mais um clássico vai para o brejo. Porém, todavia, entretanto, "Rhythms del Mundo" mudou meus conceitos neste quesito.

Descobri "Rhythms del Mundo" no carnaval de 2008. Acredita nisso? Entre um axé tira-o-pé-do-chão e outro, um amigo sugeriu um sonzinho para relaxar. Fiquei deslumbrado com a versão caribenha de "Clocks", do Coldplay. Logo que voltei ao Rio, procurei saber mais sobre este CD. Para a minha surpresa, numa bela tarde, achei o disquinho perdido em um daqueles baús de tranqueiras do Supermercado Extra. Foram R$9,90 muito bem investidos.

Lançado em 2006, o disco reúne várias canções de gente muito boa em versões cubanas criadas pela galera do Buena Vista Social Club. Aliás, vamos combinar que a música cubana é de uma beleza ímpar e os bons velhinhos do Buena Vista são arrasadores. Eles teriam que se esforçar muito (muito, muito mesmo) para fazer algo ruim. Sendo assim, Coldplay, U2, Maroon 5, Kaiser Chiefs, Dido, Sting, Quincy Jones, Artic Monkeys, Franz Ferdinand, Jack Johnson e Radiohead entram no batuque da terra do Fidel. Da moçada mais conhecida do Club, Ibrahim Ferrer e Omara Portuondo também cantam no álbum.

A faixa que mais ouvi neste disco
Por ter sido a faixa que me apresentou ao disco, ouvi (e ainda ouço muito) "Clocks".

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Este foi o último disco gravado por Ibrahim Ferrer.
Há anos, "Clocks" é o toque do meu celular.
Odeio o rótulo "World Music", porque acho que é uma classificação estadunidense para tudo que está fora da língua inglesa ou dos seus padrões. Naif é o c$@#*&!

Um pedacinho do disco:


quarta-feira, 29 de setembro de 2010

#002 U2, "Achtung baby!"

Anos 90 começando... O U2, sumido desde o premiadíssimo “Rattle and Hum”, reaparece na cena musical tentando rumar para uma nova estrada: o rock honesto e melódico de sempre, mas com cada vez mais efeitos nas músicas. Ficou claro para quem se acotovelou em casa e aguardou a 1ª exibição do clipe de “Fly”: The Edge dessa vez estava abusando dos pedais. Os mais puristas torceram o nariz e reclamaram das claras influências eletrônicas nos arranjos e na produção, mas posteriormente se renderam a competência do álbum como um todo. Eu, um mero estudante do 2º grau e mais um entre milhares de fãs da banda, mergulhei de cabeça no álbum.

Fly”, a que abriu os trabalhos na MTV Brasil (que naquela época era genuinamente uma ‘Music Television’) e depois “Misterious ways”: o U2 parecia ter acertado em cheio. Rapidamente, grudou na mente dos fãs e chegou às paradas de sucesso, apesar de todo o chororô dos puristas. Mas ao contrário da maioria dos discos naquela época, esse não era um CD de apenas 2 hits e um monte de músicas conceituais e autorais (que eu estou longe de ser contra, muito pelo contrário). Algum tempo depois vieram mais 3 hits: “Even better than the real thing” (que tem um clipe muito bem produzido mas que causa vertigem em alguns), “Who’s gonna ride your wild horses”, baladinha mais ao estilo das músicas antigas, e “One”, ao meu ver uma das músicas mais lindas já feitas no pop/rock mundial. Ainda assim, destaco outras sensacionais deste disco: “Until the end of the world”, que também segue o estilinho U2 anos 80 de ser, a introspectiva “Acrobat” e a ótima “Ultraviolet (light my way)”, que aparece na trilha sonora dos filmes “Click” (comédia do Adam Sandler) e “O Escafandro e a Borboleta” (drama francês muito conceituado).

A faixa que mais ouvi neste disco
Algo muito difícil de se dizer nesse disco, com tantos hits importantes, mas arrisco a dizer que foi “Misterious ways”, dedicada a cada mulher complicada e perfeitinha (oops! Isso é outra música!) que me deparei na vida

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
Um dos fortes motivos de eu entrar de cabeça nesse disco foi uma colega de colégio que era apaixonada por U2, e como início de approach falar sobre o Achtung baby foi a melhor estratégia. Mas no final das contas não tive nada com ela, mas foi “One” a trilha sonora de um beijo memorável, numa festinha nos idos de 1992

Um pedacinho do disco:

terça-feira, 28 de setembro de 2010

#001 Pearl Jam, "Ten"

Há muito tempo atrás, ao voltar de um intercâmbio nos Estados Unidos, um amigo trouxe três discos na bagagem. Todos os três se tornaram importantes para mim em diferentes momentos, mas o primeiro e mais arrasador foi "Ten", álbum de estreia do Pearl Jam.

Era início dos anos 1990 e a cena grunge bombava. Nos colégios do Rio, a onda para os moleques era usar camisa de flanela, jeans rasgado e o cabelo maltratado. Eu, CDF magrinho de óculos, não fazia parte da gangue dos cabeludos que grunhiam, mas ouvia Nirvana, Soundgarden, Raul Seixas e até Bon Jovi. Entre todos, foi o Pearl Jam que me encantou pra valer.

Fosse nas músicas mais pesadas ou nas canções melodiosas, a voz de Eddie Vedder reverberava sinistramente no meu walkman. "Jeremy", "Alive", "Black" e "Even Flow" viraram clássicos obrigatórios e ajudaram o Pearl Jam a se tornar a minha banda favorita até hoje.


A faixa que mais ouvi neste disco
"Black". Melancólica, sofrida e corna, a canção fica visceral na voz rasgada do Eddie. E ainda tem uma parada pessoal, que conto mais abaixo.

Presepada musical ou uma pequena curiosidade
No dia em que me matriculei no curso de comunicação social da PUC, em 1996, passei despretensiosamente na extinta Gramophone do Shopping da Gávea. Comprei dois CDs: o "Ten", do Pearl Jam, e o "Smash", do Offspring. Adoro ambos até hoje.
No meu último churrasco de colégio, já cheio de cerveja na cabeça e hormônios fervilhando, eu tomei um toco memorável. A menina me dispensou ao som de "Black", faixa 5 do CD.

Um pedacinho do disco:

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

365 Rotações Begins

A ideia está longe da originalidade. Na verdade, chega quase a ser um plágio pois o pontapé inicial da Julie Powell virou um blog, que se tornou livro, que originou um filme de Hollywood que inspirou uma porção de gente – incluindo eu. Em resumo, o modelo foi adaptado em uma penca de linguagens.

O expert nos bons sons Eduardo Starling (o Navegante) e eu decidimos pegar um ponto ligeiramente diferente. Em vez de focar em receitas (um território hostil para ambos), optamos pela nossa paixão por discos. É uma pequena homenagem à bolachinha do CD, que está sendo devorada pelos iPods com dezenas de gigas e zilhões de faixas - por mais legal que seja. A missão é ousada: comentar um disco por dia durante um ano, misturando diferentes artistas e estilos sem cerimônia. Outros já tentaram no Brasil, mas, até onde achei, duraram no máximo 2 meses.

O Surfista Platinado e o Navegante têm uma intenção semelhante a de Julie Powell: comentar discos e suas relevâncias em algum momento das suas vidas. Sem críticas ou análises do cacife de Arthur Dapieve ou Jamari França. Apenas música, nostalgia, diversão e cotidiano durante 365 dias.

As rotações começam amanhã...